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terça-feira, outubro 31, 2006

O paraíso do leitor

Iniciou na sexta-feira passada, plena véspera eleitoral, a 52ª Feira do Livro de Porto Alegre. Esta Feira se caracteriza tanto pela já antiga tradição, que se espalhou em "Feiras do Livro" em todo o interior do Estado como por sua característica diferenciada de ser uma feira de livros que ocorre "a céu aberto", na praça mais central da cidade, a Da Alfândega, em meio ao povo, não num pavilhão isolado longe do centro, cobrando ingressos caros. Não, a Feira do Livro de Porto Alegre ocorre em meio à circulação do povo todo que trabalha no centro, dos mendigos, michês e prostitutas que de algum modo seguem por ali mesmo nessa época. E isso é positivo, independente do que pensa o "cidadão de bem", sempre vigilante, sempre querendo se isolar em seus eventos na sede da Fiergs.

Sábado estive na 52ª Feira do Livro. Havia uma sessão de autógrafos do João Gilberto Noll, que está lançando seu novo livro, de contos, chamado Máquina de Ser. Antes disso, houve uma conversa de Noll com cerca de umas vinte pessoas, eu entre elas, em que ele falou de sua obra, suas influências, inspirações, perturbações, tudo o que o move à escrita. Excelente conversa. Coisas que só uma Feira do Livro para permitir, só uma cidade diversa e intensa como Porto Alegre para, tão pequena, oferecer tantas oportunidades.


:: por Marcio | 09:52




quinta-feira, outubro 19, 2006



O episódio do sequestro do embaixador estadunidense Charles Ulbrick e a sua troca por um grupo de 15 prisioneiros políticos que a ditadura militar foi obrigada a libertar com vida em solo mexicano foi um dos lances mais espetaculares do cinzento período do regime opressivo brasileiro.

O jornalista Flávio Tavares - hoje colaborador de Zero Hora - foi um dos libertados nesse episódio. Junto com ele estavam, entre outros o polêmico "comandante" Zé Dirceu, o ex-deputado Wladimir Palmeira, dentre outros.

Centrado nesse episódio, mas narrando as demais experiências vividas durante o período da ditadura, Tavares nos oferece uma leitura fortíssima, pra bem e pra mal. De texto magistralmente escrito, com frases que merecem destaque pela beleza, em diversos momentos do texto, como a boa literatura manda fazer, ao mesmo tempo nos sentimos violentados ao viver a violência que o autor sofreu nos porões do regime ditatorial brasileiro ou, depois, sequestrado pelos paramilitares uruguaios.

Esse Memórias do Esquecimento é certamente um dos melhores livros escritos sobre o período, dentre a farta literatura disponivel.


:: por Marcio | 17:03






Uma coisa "Pinochet"

Pela primeira vez desde que publicou "Introdução à crítica do Direito do Trabalho, em 1978, ano em que nasci, Tarso Genro voltou a falar algo correto: a frase de ontem de Alckmin mostrou o lado Pinochet do candidato do PSDB, uma coisa meio Pinochet com Opus Dei.

[Óooobvio que usei uma figura de linguagem. Não concordo com quase nada do que Tarso Genro diz ou fala, mas ele é um sujeito brilhante, sem dúvida. Faço essa nota porque tenho sido mal interpretado em TUDO o que escrevo, sempre há alguém que não entende. Vou começar a explicar piadas, a partir de agora.]

Alckmin disse ontem que se Lula for reeleito, seu segundo mandato terminará antes de começar. Tal declaração vem no sentido do clima de terror que a oposição resolveu estabelecer a partir dessa semana para a reta final. Depois da ida ao segundo turno - que foi uma vitória política brutal de Alckmin, mais que do PSDB, até -, chegou a parecer que a vitória de Lula estava ameaçada. Mas quando se pára para ouvir um candidato, muitas vezes seu pretenso-eleitor acaba mudando de opinião, voltando atrás. Além disso, com a exposição de mídia que um candidato tem, ele fica visado pelos adversários e seus pontos vulneráveis geralmente aparecem. No caso do Picolé de Chuchu, é o caso: a visibilidade da ida para o 2° turno faz com que ele agora perca muitos votos de gente que nele votou para evitar a vitória de Lula em primeira instância e que agora acabará votando na reeleição para evitar o mal maior, que seria a vitória dos tucanos.

O PSDB, junto com o PFL, representam no atual cenário nacional uma coisa tipo assim Partido Republicano dos EUA: são conservadores na moral, elitistas na prática cotidiana e liberais na economia. Redução de impostos para as classes altas, recrudescimento do Estado policial, com suspensão de direitos individuais e, especialmente com Alckmin, ligado ao setor mais duro do catolicismo, um endurecimento das relações Estado-religião. Bush, nos EUA, só repassa dinheiro público para escolas e programas de saúde que trabalhem a abstinência sexual. O que significa não distribuir camisinha, por exemplo. Alckmin, que pelo jeito não trepa, poderia fazer algo similar, não duvido nada.

Na área penal, controle da criminalidade, Alckmin é claro ao dizer que devem ser suspensas garantias constitucionais em nome do combate ao crime. Ele acha que o judiciário e os advogados "atrapalham" ao intervir em todas as etapas da repressão penal. Imaginem onde vamos parar assim, meus caros...

O lado Pinochet

Mas voltando ao tema do post: a idéia da oposição de direita na última semana foi retomar uma linha de que se Lula for reeleito, deve se buscar sua deposição pela lei ou mesmo fora dela. Golpismo puro.

Em razão dos escândalos diversos, crimes os mais diversos, inclusive eleitorais, Lula de fato pode ter de responder. Mas uma visão fria da lei penal ou eleitoral dificilmente conseguiria incriminar Lula, dado que não existe, no Direito Penal em especial, a chamada responsabilidade objetiva: alguém só é punido por crime que diretamente contribuiu para a execução ou elaboração. Para isso são necessárias provas claras, não suposições, como as que envolvem Lula. Todos nós supomos que ele saberia do que a direção do seu partido fazia. Mas dai a provar, objetivamente, são "outros 500". Logo, friamente analisando, Lula escaparia de qualquer julgamento sério, jurídico que fosse feito, já no primeiro despacho de um ministro relator do caso, no Supremo. Não apenas porque ele nomeou a maioria do Supremo, mas porque o bom direito assim o exige.

Mesmo assim, a oposição de direita trabalha nessa linha, especialmente disseminando o terror: "se vocês elegerem o Lula, vamos caçar ele, de qualquer maneira". O mega-humorista Olavo de Carvalho chegou a escrever esses tempos que não entendia porque a direita se restringia ao "combate eleitoral" a Lula, que devia partir para "outros meios". Talvez estejam levando o OdeC a sério, o que seria um grave erro.

Assim, ao não admitir a reeleição de Lula, anunciando que intentará formas outras para impedir que Lula assuma, Alckmin de algum modo faz lembrar Lacerda, a respeito de JK, quando este se lançou candidato: "Juscelino não deve ser candidato; em sendo, não deve ser eleito; em sendo eleito, não deve ser empossado; em sendo empossado, não deve completar o mandato".

Infelizmente, nosso país ainda carece de lideranças sérias. Infelizmente aí incluo o próprio Lula, em quem já votei outras tantas vezes. Aí incluo a minha opção nesse primeiro turno. Enfim, poucos, raros são os que escapam da lógica de que fazer política e lidar com o povo exige fanfarronice, bravata e mentiras. Ainda assim, quero dizer que sou otimista...


:: por Marcio | 10:08




terça-feira, outubro 17, 2006

Crise do blog

Sim, eu deletei um post anterior chamado "Notas eleitorais - I", porque lá eu tecia opiniões que podem ser mal interpretadas, como já o foi um texto que escrevi e fiz circular. Sempre achei ruim as pessoas não saberem diferenciar opinião de conteúdo de questiúnculas pessoais. E sempre detestei a opção mais fácil pela patrulha do que pelo debate. Por essas coisas que a esquerda não melhora a vida...

Cada vez mais, se eu for me pautar por esses desagrados, vou escrever menos. É mais fácil mesmo você ficar na teoria, virar um acadêmico. Podem haver vaidades e intrigas na academia, mas ao menos elas não estão cercadas de discursos fantasiosos sobre outros valores, sonhos e revoluções.

Tou de saco cheio. Mesmo!


:: por Marcio | 10:14




segunda-feira, outubro 09, 2006



E ontem fui ao cinema novamente. Dessa vez para ver O Maior Amor do Mundo, do Cacá Diegues.

Diegues tem feito o tipo de cinema bem produzido, voltado ao grande público, com elenco global, ritmo global, tudo global, de tal forma que é produzido pela Globo Filmes.

No elenco desse filme, José Wilker encabeça, tendo Isabel Fillards, Débora Evelyn, Marco Ricca e Sérgio Britto, dentre outros.

O filme não é tão bom quanto os comentários geralmente positivos da crítica têm feito crer. É um filme bem produzido, com bom elenco, cenários, direção, etc. Mas tem um roteiro confuso, que embaralha muitas situações distintas, fazendo do filme uma verdadeira salada de frutas. Além disso, cria contrastes que o tornam muito irreal. A ida do personagem central pra Baixada Fluminense o faz encontrar suburbanos estereotipados demais, situações de videoclipe, uma coisa "Cidade de Deus exagerada". Assim, o filme tenta ser bem intencionado, mas acaba resvalando pro clichê, como toda boa novela da Globo.

Assim, O Maior Amor do Mundo apanha de longe na capacidade de explorar o tema "morte iminente" que O Tempo Que Resta (abaixo comentado, recém visto) também explora, com muito maior consciência, até porque o personagem do outro filme, por mais que entre em parafuso, parece ter um foco para "resolver" sua situação. Considerando-se o desafio do tema a enfrentar, parece que o filme brasileiro é muito mais pretensioso, quer ser um "grande filme", sem consegui-lo. O filme francês citado consegue, sem tanta audácia, enfrentar o enredo com muito maior tranquilidade e qualidade.

E olha que eu, pra dar pau em filme brasileiro, reluto. Mas O Maior Amor... tem ares de grande filme mas não consegue ir muito além dum "caso especial" que poderia passar numa terça-feira qualquer, depois do Casseta & Planeta.


:: por Marcio | 20:14








Dália Negra nos dá vários motivos para ser visto.

Brian de Palma incursionando pelo gênero noir. Os protagonistas Scarlett Johansson e Josh Hartnett são, a meu ver, os dois atores mais tesudos do cinema atual, não necessariamente nessa ordem. Além de bons atores, mesmo. Hilary Swank sempre torna um filme interessante. Além desses motivos, trata-se da adaptação de um clássico de James Ellroy, constituindo-se num filme bastante aguardado.

Mas o que se pode ver com o desenrolar da película é que as motivaçõs mais fútil-sexuais até serão bem preenchidas. Josh, Scarlett e Hilary aparecerão de forma privilegiada ao longo do filme, deixando qualquer espectador viajando na maionese. Mas o filme, no que deveria ser central, é confuso, exagerado, cansativo, desgastante. Não a ponto de irritar, ser ruim. Mas não passa do médio, nada que mereça comparação com os grandes clássicos do gênero noir. Pode-se dizer apenas que, diante de uma temporada ruim, é um dos filmes que "dá pra assistir".


:: por Marcio | 16:20




sexta-feira, outubro 06, 2006



Assim que recebi, início da semana, sabendo que nesse mês vou ter mais "margem de manobra" com meu dinheiro, resolvi comprar o CD Segundo, da Maria Rita, que foi lançado no ano passado mas ainda não conseguira comprar e nem ouvir inteiro. Dei a sorte de entrar nas Lojas Americanas e pegar ainda em promoção: R$ 14,90, com o DVD de bastidores junto.

Maria Rita é du caralho! Dizer mais exigiria tempo e obviedades. Ela tá excelente, mais uma vez.


:: por Marcio | 19:28






Notas eleitorais - II

Desde o ano passado, quando começou a se falar em sua candidatura, eu disse para todo mundo com quem falava sobre que Yeda Crusius (PSDB) seria a eleita para o Governo do RS. Pelo menos desde março venho dizendo aos meus amigos petistas que a campanha de Olívio devia cuidar da Yeda, ao invés de ficar apenas no trabalho implacável - e justo - de desconstituição do frágil governo de Germano Rigotto (PMDB).
Claro que antes mesmo de ter pesquisas, depois de ter pesquisas, sempre fui tirado para louco. "Não! A eleição vai ser disputa entre Rigotto e Olívio", me diziam, só faltando passar a mão na cabeça.
Devo admitir, no entanto, que durante o mês de setembro tinha passado a não acreditar mais na minha "profecia" já que a campanha de Yeda, depois de um crescimento razoável, sofreu uma brutal crise, em que o marqueteiro Chico Santa Rita chegou a dar entrevistas nos jornais recomendando que não votassem nela, porque quem não cumpria a palavra não merecia ser eleita.
Pois Yeda passou e em primeiro lugar! Olívio e Rigotto disputaram voto a voto e, por menos de vinte mil votos, o candidato do PT superou o governador atual do PMDB. Surpresa total, menos pra mim!

Yeda representa setores que tem representatividade na sociedade gaúcha. De certo modo, as mesmas forças que estavam no comando do Estado durante o governo de Antônio Britto (95-98), o mais impiedoso dos governantes que o RS teve desde a abertura política na década de 80. Britto vendeu estatais, sua polícia sentou o cacete nos movimentos populares, foi um exemplo de como as elites econômicas pensam o Estado.

Com a derrota de Britto para Olívio em 98, esses setores pararam pra pensar em como retomar o poder. E passaram por um processo de reformulação de sua tática que os levou a criar dezenas de ONGs e movimentos sociais para dialogar com a classe média do Estado, setor onde o PT havia construido muito da sua força. A idéia era retornar ao Governo com Britto, em 2002. No entanto, com a rejeição a Britto maior que o antipetismo, esses setores foram obrigados a se refugiar na candidatura insossa de Rigotto, que acabou ganhando do PT, num fenômeno eleitoral impressionante. Dos 3% no início da campanha, Rigotto terminou o 1º turno com 45%.

Esses setores se abrigaram na vitória do PMDB, mas não governaram. Aliás, ninguém governou... E agora, com a crise do PMDB e com a rejeição ao PT (tanto pela polarização antiga no Estado quanto pelo acrescimo dos desgastes nacionais), a candidatura de Yeda foi ocupando um espaço aberto ("não existe vácuo na política", me ensinaram certa vez) e se credencia para vencer. Com ela, estarão governando o PSDB, o PFL, os grandes empresários, os grandes industriais, os ruralistas e tudo de ruim que possa haver no Estado.

Sim, Yeda é uma novidade vencida, de tão antiga. Votar nela é referendar a volta das barbaridades de Britto e os seus.


:: por Marcio | 19:07