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Eu sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco sem parentes importantes e vindo do interior...
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quinta-feira, julho 27, 2006



Caché é um filme francês, como o título preservado do original já indica. Ao final, se perceberá isso, pra bem e pra mal.

É um filme bem feito, mas não chega a ser um grande prazer visual. É enrolado em alguns momentos, tem um final que não resolve tudo... bom elenco, diálogos bons e longos.... faz pensar.... ou seja, é um filme francês.

A história centra num casal (interpretado por Daniel Auteuil e Juliette Binoche) que começa a receber vídeos em que sua casa está sendo monitorada diuturnamente. Após, esses vídeos passam a revelar o passado de Georges, de forma que ele é obrigado a se defrontar com traumas de infância.

A história é de algum modo uma alegoria da própria sociedade francesa de virada de século: por mais que tudo pareça bem, há um drama de consciência presente: a relação da sociedade média com os excluídos, especialmente de origem árabe, especialmente com as ex-colônias, em que a Argélia será o símbolo maior. O trauma de George é isso: ele ainda criança foi decisivo, por suas tramas, pra que seus pais não adotassem um menino cujos pais argelinos foram mortos durante o conflito, na década de 60. Agora esse menino volta, pra atormentar a sua consciência: é um suburbano pobre, enquanto ele é uma celebridade nos meios intelectuais. A idéia, portanto, de que por mais que queiramos esconder o passado, ele bate à porta.

A idéia, portanto, é interessante. Mas o filme escorrega em alguns problemas, especialmente porque inventa uma série de mistérios que não resolve. Não que um final deva resolver tudo, mas não se deve - creio eu - inventar mistérios desnecessários, coisas que não são centrais à história. Isso acaba ocorrendo no filme. Mas é um bom filme, sim. Filme francês, afinal...

Ah: Juliette Binoche é sempre linda.


:: por Marcio | 17:21




sexta-feira, julho 21, 2006



O Lenhador é um filme perturbador. A história é fundamentalmente a seguinte: um homem sai da cadeia após 12 anos de pena por ter abusado sexualmente de meninas. A partir da saída dele, se estabelece a trama: a tentativa de viver em paz, de não voltar a cometer o mesmo crime, por mais que se sinta permanentemente tentado; a perseguição que a sociedade lhe faz, seja pela polícia, seja pelos colegas de trabalho, seja pela família que o rejeita.

Assim, há duas coisas, fundamentalmente: existem criminosos compulsivos, que certamente reincidirão? Ou como ajudar para que isso não aconteça? a sociedade ajuda ou só massacra as pessoas? Afinal de contas, o sistema de controle social vigente é válido? Tudo isso passa pela história que, pela interpretação precisa de Kevin Bacon, se torna ainda mais um filme perturbador, que mexe com um espectador mais atento e receptivo a um filme que é forte, tenso e faz pensar sobre a vida, certamente. Sobre, inclusive, o quanto cada um de nós guarda fantasmas, talvez.


:: por Marcio | 14:24








Se em Grisham(abaixo) o grande barato é a distração com um pouco de reflexão, tudo muda muito de figura quando temos de descrever uma leitura como Cinzas do Norte, do amazonense Milton Hatoum, que é um dos grandes escritores que o início de século nos trouxe. Seu primeiro romance data de 1989, mas ele se tornou conhecido a partir dos anos 00, em nível nacional, especialmente do "grande público" leitor, que de grande não tem nada, em se tratando de Brasil.

Hatoum escreve sempre com Manaus como cenário. É uma literatura em que o espaço é tão importante quanto os outros elementos. A partir do cenário, muito da identidade dos personagens se revela, ele está presente em cada trecho do livro, muitas vezes de forma explícita, quase chegando ao descritivo.

Cinzas do Norte tem uma novidade, no entanto: é um romance mais contemporâneo. Ao contrário de seus dois romances anteriores, ele não trata da colonização de Manaus e da migração dos libaneses pra Amazônia, tema que organiza os dois livros. Agora, Manaus é uma capital que abriga as contradições de forma muito mais clara, onde o contraste entre ricos e pobres é o pano de fundo para uma relação conflituosa entre um pai rico e um filho rebelde nos anos da ditadura militar. A violência psicológica, física e política são tema do romance. A amizade entre Mundo e Lavo, que narra a história, é o elemento que organiza a narrativa. O texto, mais uma vez, é tão importante quanto o conteúdo, porque estamos tratando de um dos grande escritores brasileiros da atualidade(com mais alguns anos, poderemos talvez ter Hatoum como O grande escritor brasileiro).

Temos, portanto, um Hatoum diferente dos anteriores, talvez pra provar que não é apenas um narrador da história de sua família, mas um escritor sobre o Brasil. E talvez nisso o fato de nos trazer à presença um "canto" a nós tão estranho do Brasil faça do seu texto algo ainda mais fascinante do que seria se narrasse um dos centros urbanos a nós mais familiares.

Ler Milton Hatoum é, portanto, compor um pouco mais uma identidade de Brasil que ainda nos falta. É ler necessariamente um dos grandes textos do momento. E é até mesmo perceber que por mais que vivamos dias cinzentos, o país evoluiu nos últimos 30 anos, sim. A ditadura militar que ambienta o livro é um dos elementos da tristeza que perpassa toda a história. Só com muitas ilusões se pode ser feliz perante tamanha brutalidade, como a de nossas ditaduras.


:: por Marcio | 12:53




quinta-feira, julho 20, 2006




Mais uma vez li John Grisham e achei interessante. Em A Confraria ele narra uma história muito apropriada aos dias atuais.

Um agente da CIA está preparando um candidato a presidência capaz de ser manipulado por ele, no sentido de aumentar os gastos militares e, com isso, satisfazer ao interesse da indústria de armas. A pauta única do candidato: segurança externa, atiçando o medo dos estadunidenses com comunistas, eixo do mal, seja lá o que for. Se vê o Bush, muito, no personagem.

De dentro de um presídio, três ex-juizes praticam atos de extorsão contra quem está lá fora, buscando através de um sistema de correspondência tirar dinheiro de quem cai na sua rede. Tal fato nos é muito familiar, em tempos em que, de dentro dos presídios, muitos chefiam quadrilhas.

Aos poucos, esses dois núcleos começam a se cruzar, já que o candidato a presidente cai na trama dos juizes presidiários. E assim de desenvolve a interessante história.

Grisham, já disse antes, é um autor best-seller muito razoável. Através de suas tramas fáceis, absolutamente enquadradas num tipo de literatura, digamos assim, "menor", ao menos nos apresenta temas interessantes, de alguma forma expondo um lado da sociedade dos EUA que poucos gostam de tratar: a corrupção enraizada no sistema político e judiciário, a ambição desmedida, a paranóia militarista e o que está por trás disso. Ler seus livros, além de uma distração, serve pra uma reflexão relativamente interessante sobre os interesses que movimentam a sociedade dos Estados Unidos, nos fazendo entender um pouco melhor por onde caminha a humanidade. Infelizmente.


:: por Marcio | 10:18




quinta-feira, julho 06, 2006

Um pouco de férias...

E eu estou precisando descansar. Cheguei ao fim do semestre cansado, visivelmente. Nos mesmos dias consegui cometer erros grosseiros no trabalho e em provas, de modo a ficar em Grau C na cadeira que mais gostava, onde tinha a obrigação de passar com boa nota. O legítimo momento "batendo pino".

A falta de grana também ajuda você a pirar. Parece que tudo agora está caminhando a melhorar: recebi uns atrasados, terminaram as provas e terei uma semana de descanso também do trabalho. Momento de parar...

Pelotas, me aguarde!


:: por Marcio | 12:21








Não adianta: ele é O cara!

Eu que sempre gostei de futebol, estive durante alguns anos me preocupando mais com outras coisas, como política, fazer sexo, essas bobagens aí... voltei a me preocupar com futebol há uns três anos, quando quase abandonei totalmente esses outros focos de atenção. Logo, perdi de ver alguns dos melhores anos de Zinedine Zidane. Ainda assim, o vi jogar: um jogador de toque fácil, da força e do espetáculo, tudo jundo reunida. Como não sou um torcedor apaixonado da Seleção Brasileira, doeu nada ver ele amassar o Brasil. Enquanto todo mundo chorava, eu confesso que me deliciei vendo um futebol bonito aparecer, depois de tanta dureza, combatividade e força que são importantes, mas não enchem os olhos como ao ver um jogador de talento aproveitar os espaços deixados.

O elegante craque e cidadão Zinedine Zidane está se encaminhando para um final de carreira belíssimo, coroando uma história vitoriosa como jogador e como sujeito. Do que já li sobre, Zidane se comporta como um cidadão consciente, se utiliza da sua "grife" pra não apenas ganhar dinheiro, mas dizer algumas coisas importante, algo tipo um "Bono Vox do futebol". Mesmo calado, Zidane é um símbolo: nos anos em que cresceu assustadoramente a opção fascista de Le Pen na França, pregando o racismo, a discriminação e tudo o mais, o maior ídolo francês é um filho de argelinos, suburbano, tudo aquilo que os fascistas acham que é anti-francês, desprezível. Ele demonstra o contrário. A seleção francesa multicampeã demonstra o contrário: é um grupo composto quase que somente por filhos de argelinos e negros.

Pelo grande líder que tem, pelo futebol mais bonito que joga - e, admito, porque sou um pouco francófilo -, sou francês desde criancinha nessa final de Copa do Mundo...


:: por Marcio | 12:00






Livros, livros...

Li outro Graham Greene na sequencia: Fim de Caso, que foi adaptado para o cinema. É uma história de amor, com alguns dos vícios das histórias de amor. Um homem não entendo porque foi deixado pela amante. E a partir disso se desdobram os fatos, no pós-2ª Guerra.

É interessante observar como a Guerra muda a vida das pessoas. Isso de algum modo aparece na história de forma bem colocada.


:: por Marcio | 11:55