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quinta-feira, março 30, 2006



Se ela dança...

Pois então acontece mais uma... a tal da dança da deputada Ângela Guadagnin foi o pano pra manga da semana passada. O que se dizer?

Conhecendo o processo de degradação porque o PT vem passando, posso dizer que é apenas um símbolo, infelizmente, de como a maioria absoluta dos petistas vê hoje o fazer política. Não importa se está certo ou errado. O que importa é que o deputado Magno(PT-MG) foi absolvido. Ponto. O resto é besteira, choro de perdedor. Moralismo. E ai vem o papo: ?quem é o PSDB ou o PFL pra falar alguma coisa??, como se o problema da corrupção fosse uma questão de quem rouba menos. Colocar-se no mesmo saco não era o que o PT fazia há alguns anos. A idéia era justamente de que existia um outro fazer política. É justamente isso que o PT abriu mão: disputa agora com o PSDB é quem é menos corrupto e mais eficiente. E quem vem mais de baixo. Ou quem é mais esperto.

Daí a dança da Guadagnin é apenas uma fanfarrice, uma galhofa a mais. Um símbolo.


:: por Marcio | 19:15




segunda-feira, março 27, 2006



Impressionante! Essa é a palavra pra definir o filme Capote, de Benett Miller, protagonizado por Philyp Seymour Hoffman, ganhador do Oscar de melhor ator do ano.

Não é somente um "filme de um ator", como li por aí. Não concordo. É antes de mais nada uma história de uma grande personagem. O escritor talentoso e personalidade ambígua que foi Truman Capote merecia ser posto em evidência assim, dissecado, como o filme faz e as repercussões deste, necessariamente o fazem também.

O foco biográfico em apenas cinco anos da vida do personagem é suficiente para entende-lo: a relação obssessiva com os holofotes, a egolatria alucinada, a relação instrumental, mas contraditória, que ele adota com um dos assassinos do caso que ele procura investigar, tudo isso torna o período em que ele pesquisa e escreve "A Sangue Frio" o período suficiente para que se entenda o tamanho do gênio e o caráter nebuloso do protagonista.

É uma história que reflete também sobre a dureza do processo criativo, sobre ética, sobre um conjunto de questões que ele aborda, ali, num roteiro excepcional e, claro, com um ator magistral como protagonista. A imitação perfeita da afetação de Capote é suficiente para colocar Seymour Hoffman no rol dos grandes atores, mesmo se já não tivesse antes tido grandes participações como coadjuvante em outros filmes, antes.


:: por Marcio | 10:05




quarta-feira, março 15, 2006

Vamos falar de política (II) - Picolé de Chuchu pra Presidente...

Geraldo Alckmin foi escolhido pelo PSDB para ser candidato a Presidente. É possível fazer várias interpretações por trás disso, mas a central é: Serra achou que poderia fazer uma bruta merda saindo no meio do mandato de prefeito da maior cidade do país para concorrer e perder ? como Alckmin também deve perder ? para Lula. Esse é o resumo, o resto é conjectura, que, afinal, quem ganha pra isso tem mais é que fazer.
O que Alckmin representa? Ele é um Chicago boy, um moço a serviço do grande capital, dos interesses dos grandes, necessariamente.

Já vi entrevistas dele: defende que talvez seja necessário privatizar mais alguma coisa, defende pedágios, concessões, uma implementação mais forte das Parcerias Público-Privadas. Ou seja: a continuação com maior convicção da política "Robin Hood às avessas": tirar sempre mais dos pobres para dar aos ricos. No que, aliás, a disputa dele com o nosso Lula pouco vai distinguir os projetos: Lula é apenas um sujeito que se preocupa mais em falar com a massa; os tucanos preferem não pisar no barro, não suar, com seus sapatos e gravatas italianas. Lula não tem medo de ir lá e passar a conversa na massa. Alckmin faz mais o estilo político de laboratório: bons programas de TV, bons apoios, muita grana. Mas fora isso, a diferença fica mesmo na embalagem: pouco mudará no Brasil nos próximos anos, seja Lula, seja Alckmin o eleito em outubro.

Alckmin representa um tipo de político criado em laboratório, como falei: bem vestido, cara rebocada, fala mansa, discurso "gerencial". Parece que nada é política, tudo é apenas "técnica". "O Brasil precisa de um gerente", chegaram a proclamar. A coisa do "gestor público", como se um governante não precisasse, acima de qualquer coisa, fazer escolhas. Mas certamente, não dá pra negar, o "Picolé de Chuchu"(apelido dado por Zé Simão, em razão de Alckmin "não ter gosto de nada") é um sujeito esperto, preparado, capaz. Vai fazer um bom papel. Digamos assim que vai perder com dignidade pra Lula.


:: por Marcio | 13:28






Mais Caio

Por obras como Triângulo das águas é que Caio Fernando Abreu se tornou um dos grandes escritores brasileiros das últimas décadas.

Li num fluxo quase-contínuo, em dois dias, as três novelas reunidas nesse volume, escrito no início da década de 80.

Nas duas primeiras, há mais linguagem figurada, algum grau de abstração para uma história oculta. Na terceira, um texto não menos fascinante, um pouco mais direto. Sempre discutindo a solidão, a repulsa que todos temos aos relacionamentos, as dificuldades do ser humano contemporâneo na construção do amor, da identidade. Marcante, texto cheio de frases fortes, Triângulo das águas já fica na pauta pra ser relido logo, com sossego. Não é uma leitura ideal pra se fazer no trem, a bem da verdade.


:: por Marcio | 09:10




segunda-feira, março 13, 2006

A leitura do sábado

E o meu sábado também foi de leitura. Além do ótimo encontro, do ótimo filme, li o romance Lorde, do João Gilberto Noll. Da forma como se deve ler Noll: tudo num mesmo dia, para não perder o central de sua literatura: o ritmo.

Lorde é sobre estranhamento. Normal. Um escritor sai de Porto Alegre para passar uma temporada como convidado de uma instituição que ele não sabe bem qual, através de um convite que recebeu para preferir algumas palestras. Deixa o Brasil sem qualquer apego, chega a Londres sem nenhuma certeza. E esse é o centro do texto: estranho onde chega, sem raiz onde deixou. Encontros furtivos, tesões, doença, febre, morte, tudo passa pelas páginas intensas de Lorde, que termina como se um soco tivesse sido desferido na tua cara. Literatura do melhor tipo.


:: por Marcio | 11:13








E ontem segui na minha atualização da temporada de cinema. Vi Munique, de Steven Spielberg.

É outro grande filme. A história, fundamentalmente, é sobre a operação desencadeada pelo governo israelense para vingar o atentado contra atletas israelenses ocorridos durante as olímpíada de Munique, 74, quando 11 atletas foram mortos numa operação da organização palestina Setembro Negro.

E o filme aborda exatamente sobre a violência: é aceitável responder ao sangue com mais sangue? Até onde? Essa é a reflexão central do filme, que foi maql recebido pela comunidade judaica nos EUA exatamente porque não santifica nem crucifica ninguém: não há exatamente bem ou mal, assim, tão claros, no mundo... Todos tem suas convicções, talvez somente a tolerância poderia encaminhar soluções. Sangue chama mais sangue, sempre.

O filme é muito bem dirigido, fotografia excepcional, roteiro bem construído. Mas achei o protagonista Eric Baba meio... digamos assim... estranho. De qualquer forma, Munique está aí pra ser visto e pensado.


:: por Marcio | 10:27








"Eu só queria lhe dizer/que aquela dor já passou..."
Sábado, H. Vianna


Já estava programado o cinema para o sábado. Mas não estava programado o almoço. Dez da manhã, ainda me organizando e me liga uma pessoa especial, com quem há uns dois anos em não tinha uma conversa amistosa e longa. Foi bom. O tempo foi mostrando que daquele amor confuso poderia surgir uma amizade. E ai timidamente nos procuramos agora, sem outras intenções. O almoço e a conversa foram agradabilíssimas. O abraço na chegada era algo que eu estava precisando, há horas. Depois um café no Café Concerto da Casa de Cultura Mário Quintana, vendo o sol, o Guaíba, ouvindo Djavan. Foi um belo início de tarde.

Os sábados de sol merecem, realmente, ser música. Bem fez Herbert Vianna, anos atrás...


:: por Marcio | 10:08




sábado, março 11, 2006



Boa Noite e Boa Sorte é um dos filmes politizados da temporada, dentre os tantos que foram indicados ao Oscar, inclusive, sinalizando para um talvez-novo-momento do cinema produzido em Hollywood.

Não sei se realmente há uma onda. Mas o filme de George Clooney é excelente. Em preto e branco, retrata a luta de um apresentador de TV, Edward Murrow, contra o senador McCharty, que foi um inquisidor nos EUA dos anos 50, perseguindo pessoas por "atividades anti-americanas", ou seja, suspeitos de simpatia com o comunismo.

Mais que o fato da atualidade do tema - nos anos Bush - o filme é bem feito, tecnicamente falando, com um elenco magistral - desde o protagonista David Strathain, que concorreu ao Oscar, até o próprio Clooney ou o ex-sempre-jovem Robert Downey Jr, que se notabilizou por fazer personagens em filmes adolescente, mas é um ator de grande porte, como demonstra nesse filme.

Mais um grande filme que, ainda bem, pude ainda ver no cinema.


:: por Marcio | 16:21




sexta-feira, março 10, 2006

Vamos falar em política (I) ? A destruição do laboratório da Aracruz

É, eu tou a fim de falar de política. Tem muitos temas aí, pipocando...

O primeiro tema, vamos lá: a destruição pela Via Campesina do Laboratório de mudas da Aracruz, em Barra do Ribeiro.

O Governo do RS fechou uma série de acordos comerciais - e ambientais - que prevêem a instalação de longas extensões de reflorestamento na Metade Sul do Estado, lá pela região de Bagé. As empresas Aracruz e Votoramtim vão plantar eucaliptos por toda a região e colher papel, grosso modo. Com isso, a Metade Sul vai virar um grande deserto: a plantação de longas extensões de eucaliptos tende a matar a diversidade biológica da região, afugentando espécies, seja na fauna, seja na flora.

Mas aí vem o "ah, tão gerando emprego, são investimentos de bilhões...". Certo, estamos trocando a sobrevivência das gerações futuras e do planeta por um investimento financeiro, mesmo que ele possa aliviar realmente a crise de uma região. Trocamos o futuro da vida pela sobrevivência imediata, então? De forma irreversível. Algum governo tem o direito de fazer essa opção? Algum povo tem o direito de fazer essa opção?

Mas o debate não floresceu. Parece que o deserto já está tomando conta das mentes gaúchas, antes que a Aracruz e a Votorantim consigam pôr seus planos em prática. A oposição ao atual Governo falou, mas pouco. Manteve o quase-silêncio que o PT se acostumou a ter, durante esse governo do Rigotto. A grande imprensa só faz elogiar, já que as duas empresas são grandes anunciantes. Muito lucro está por trás disso, sendo distribuído entre todos os que precisam levar bola no RS pra que as coisas aconteçam.

E aí entra o MST, na madrugada de 8 de Março... Centenas de pessoas entram no horto da Aracruz na cidade de Barra do Ribeiro e botam abaixo o laboratório que desenvolve pesquisas e mudas para depois serem transplantadas para o reflorestamento, no médio prazo. Zerou tudo. E aí o ataque: "Ação de vandalismo ameaça investimentos no RS". Será que ameaça investimentos apenas, ou eles fizeram aquilo que alguém teria que fazer, defender, mesmo que à força, o futuro da vida? Eis a pergunta...


:: por Marcio | 14:07




quinta-feira, março 09, 2006

Cuidado de...

Ontem dei resultado a uma decisão que já tinha há cerca de um mês: iniciar terapia. Agora é controlar pra não ficar falando sobre isso aqui... Porque não teria nada a ver... Da minha loucura eu falo onde, como e quando eu quiser... ou fica muita exposição...


:: por Marcio | 09:57




quarta-feira, março 08, 2006

Leitura curiosa

Ernest Mandel foi um teórico marxista dentre os mais importantes do século XX. Belga, nascido na década de 20, Mandel foi ao longo do século um dos líderes mais importantes do movimento trostquista no mundo, responsável por uma das dezenas de vertentes que esse movimento teve, fruto de fissuras e mais fissuras por diferenças maiores ou menores em relação ao encaminhamento de situações mundiais ou divergências em relação à revolução no Turcomenistão... A famosa fama do trotsquismo de produzir rachas.

Mas Mandel é uma das importantes influência que tive, na formação das minhas convicções. Ele faleceu em 1995. Quando isso ocorreu, ainda não tinha ouvido falar nele, era um garoto ainda, cru do ponto de vista teórico. Com o passar do tempo fui lendo e descobri nele uma importante organização de idéias e, mais que isso, uma boa forma de conhecer a teoria marxista mais fundamental. É dele um pequeno livro chamado Introdução ao Marxismo que é talvez o melhor manual introdutório aos conceitos-chave desse campo teórico. Mas para além disso Mandel falaria sobre os mais distintos temas, seria um notável elaborador na economia política, com a sua tese sobre o Capitalismo Tardio, dentre outras coisas.

Um dos grandes mérito dele é, a meu ver, o fato de não ser estreito. Era um sujeito não apenas de grande formação econômica e política, mas percorria - como aliás, Trotski também - assuntos nas artes, especialmente na literatura. E foi assim que ele produziu Delícias do Crime - a história social do romance policial, livro da década de 80 em que Mandel fala sobre a literatura policial e suas sucedâneas - espionagem, etc - seja como um fã do gênero, que ele confessa ser, como também sobre de que forma esse tipo de literatura é, de qualquer modo, um escapismo e mesmo um meio de reprodução ideológica do capitalismo. Da forma como as narrativas mudaram de acordo com as mudanças históricas, etc. Excelente leitura, seja pra quem é um fã, como sou, seja pra quem não tem muito interesse pelo restante da obra, mas quer entender um pouco mais sobre o romance policial ou mesmo sobre a evolução histórica da literatura.


:: por Marcio | 09:53




segunda-feira, março 06, 2006

Mau sinal

Quando você fica usando frases de músicas do Legião pra expressar teus sentimentos durante mais que um dia, é porque você não está exatamente muuuito bem...


:: por Marcio | 20:42






A desesperança

Faz uns quinze dias que não consegui mais tocar em livros de ficção. Achei que não ia ser legal, deixei suspenso. Li nesses dias Revolução Perdida: a história do socialismo soviético, livro do professor Daniel Arão Reis F°, da UFF. Livro bem escrito, por sinal.

O livro divide em capítulos, começando já no período pré-revolução, abordando as tradições imperiais da Santa Rússia, a tirania dos tzares, a tradição autoritária. A partir daí segue contando o processo de acumulação, a revolução, a Guerra Civil posterior, a consolidação do processo revolucionário, sua degeneração, a Segunda Guerra Mundial, a desintegração da União Soviética. Mais de 100 anos em duzentas e poucas páginas. Mas o livro consegue ser uma síntese boa, trazer informações relativamente recentes com uma análise relativamente isenta.

O fato é que "quanto mais leio, descreio": vendo no que dão todos os tipos de experiências transformadoras no mundo, nos mais diferentes tempos históricos, tenho pensado sobre onde está o caminho? há um caminho possível? Em cada encruzilhada que os bolcheviques enfrentaram, teria sido melhor se a opção tivesse sido outra? Havia como fazer diferente, naquele momento histórico? Havia como fazer diferente agora, as merdas que Lula está fazendo? Como poderia ter feito melhor?

Eu quero crer que sim. Que erros são cometidos porque caminhos errados são escolhidos. Mas é sempre triste constatar que não há exemplos perfeitos e acabados de um processo de transformação que tenha dado certo. Que dominar o poder é, de algum modo, começar a errar. Eu temo virar um quase-anarca, com o andar do tempo...


:: por Marcio | 15:06




sexta-feira, março 03, 2006

Da praia à Restinga

Então eu voltei a Porto Alegre. E hoje pude sentir o gosto do calor e do que pode haver de duro... No meio da tarde tive de pegar um ônibus lotado e ir até a Restinga, só pra entregar um processo lá e voltar. Duas horas de ônibus. Na volta, ônibus quase vazio, Diretão, com ar-condicionado.

Tinha ido algumas vezes já na Tinga - cuja Escola ganhou o carnaval, por sinal. Mas sempre fora de carro, bem mais fácil.

Sinceramente, não imaginava que fosse tão ruim o transporte até o mais distante e populoso bairro da cidade. Não há sequer a opção de Lotação para lá.


:: por Marcio | 21:20




quarta-feira, março 01, 2006



E parece que o melhor de Floripa estava reservado pras minhas últimas horas lá. Ou o pior, porque só então entendi porque não temos vontade de voltar, muitas vezes...

Fui conhecer o sul da Ilha. Praia da Armação. Tudo lindo. Mais espaço, mais natureza. O verdadeiro porque da fama toda de Santa Catarina. A vontade é já achar uma casinha e ficar ali, pra sempre... Até a água mais fria é poesia. Não tivesse eu feito já tanta besteira pra atrasar a minha vida, minha formação universitária, minha independência financeira e eu talvez fizesse uma loucura. Não serei o mesmo depois desses quatro dias em Floripa. Até porque eu agora vou querer sempre voltar...

Fantasmas

E se um objetivo que eu tinha era limpar a cabeça, esse eu não atingi. Tinha escrito antes que era hora de escrever, que os fantasmas de outrora já não assombravam. Ledo engano. O amigo que me hospedou é amigo de um de meus fantasmas. Acompanhou os fatos, tem a sua visão de tudo. Me contou ontem coisas que eu ignorava ou não entendia o quanto. Saber que alguém gostou de ti tanto quanto você dela. E que havia orgulho, carinho, um que de vontade de seguir. Que houve uma fuga de ambos. Que houve um silêncio que matou tudo... E que talvez nem tenha mais volta, porque nem sempre as coisas têm volta. Minha saída de Floripa foi ao som de um fado imaginário. Bem ao caráter do que eu vivo com os meus sentimentos. E com o caráter da própria Ilha, que devia ter caixas de som tocando fado como trilha ambiente... Mas é isso: tem mais dor, tem coisa do passado que volta, tem frustração do presente... A vontade era sumir. Não quatro dias, mas mais tempo... um mês, um ano...


:: por Marcio | 14:43