quarta-feira, novembro 30, 2005
Zé Dirceu: bengaladas ou garantias?
Hoje está marcada a sessão que deve cassar o mandato do até pouco tempo todo-poderoso deputado Zé Dirceu, um dos homens que construiu o PT tal qual vemos hoje, pra bem e pra mal(talvez bem mais pra mal que pra bem, mas enfim...)
"Zé" - ou até "Comandante", como alguns de seus súditos o chamam - tem alguns méritos inegáveis: dirigiu desde o início o PT e é responsável, evidentemente, pelo crescimento que o Partido teve, se transformando num fenômeno eleitoral em menos de 10 anos após sua fundação.
Talvez o maior dos problemas seja justamente depois dos primeiros dez anos, quando, vendo que podia chegar ao Planalto, ele e Lula operaram uma transformação no PT, transformando esse partido numa máquina eleitoral. As conseqüências, em alguma medida, se vêem aí: Caixa 2, "mensalão", dinheiro de banco, etc. Para "saltar" de um partido médio para o maior partido do país, o comando do PT abriu mão de muitos princípios éticos, "profissionalizou" o seu processo de mobilização e as suas opções em nome do objetivo de eleger Lula presidente e não mais sair do Governo Federal.
Descobertas algumas dessas artimanhas, Zé Dirceu caiu em desgraça: até em razão do poder que tinha, virou o principal alvo da oposição e mesmo de muitos governistas. Autoritário, arrogante, Zé era evidentemente detestado por políticos do norte ao sul, da esquerda à direita. A oposição tucano-pefelista parece deixar nas entrelinhas que depois de cassar Zé, nada mais lhe importa dos escândalos: terá chamuscado Lula e tirado de cena seu homem forte. Em especial alguém visto com maus olhos pelo Mercado: de passado guerrilheiro, Dirceu tinha influência junto a Lula e ameaçava, talvez, a "estabilidade". Ao Mercado interessa ter Palocci influenciando Lula, não alguém que a qualquer momento pode ter uma "recaída" para a esquerda. E não interessa ao Mercado nem aos tucanos ou ao Onyx Lorenzoni investigar de onde saiu o dinheiro que alimentou a corrupção, porque logo se descobriria os mesmos corruptores de sempre: os bancos, as empreiteiras e todos aqueles que defendem a livre iniciativa mas se mantém mamando nas ricas tetas do Estado.
A desgraça de Zé Dirceu é tal que ontem andava pelos corredores do Congresso e um sujeito se virou para ele e lhe deu "bangalaços" visando sua cabeça. Depois não sabia lhe explicar o que aconteceu: quando viu o Zé, lhe deu um ataque e ele não conseguiu pensar em mais nada.
Talvez o que esse senhor tenha feito seja a vontade de alguns milhões, seja dos que sempre odiaram Dirceu e o que ele representava, seja outros tantos, como eu, que gostariam de faze-lo para se vingarem por se sentirem roubados, traídos, golpeados no que há de mais caro para um sujeito, que é o seu imaginário, os seus sonhos.
Se pudesse votar pela cassação dele, certamente o faria a favor. Zé Dirceu deveria tirar longas férias sem mandato, de preferência suando na porta de um fórum escroto de bairro em São Paulo. Assim como ele, listaria mais uma centena de pessoas que gostaria de ver sem mandato - a começar por ACM Neto, ACM Filho, ACM Avô, Onyx Lorenzoni, Bornhausen, passando por Prof Luisinho... Enfim, que se vayan todos!
O grande problema está justamente que tudo aponta para Dirceu ser cassado e talvez ninguém mais depois dele. E que ninguém dê a idéia de tentar descobrir quem financia a corrupção no Brasil, antes e durante o Lula. Se verá que tanto antes como agora são os mesmos. Os que devem seguir financiando depois de Lula também...
Pra fechar: eu sou contra dar bengaladas em Zé Dirceu. E devo admitir que mesmo querendo ver ele cassado, admiro a persistência dele, apelando por todos os meios de defesa, resistindo, mesmo sabendo que será cassado. O direito de um ser humano de se defender é básico de um regime de justiça. Não permitir que isso aconteça apenas porque eu acho que ele é culpado ou porque ele é meu inimigo é uma das formas mais cruéis de se jogar as melhores coisas da democracia na lata do lixo. As garantias que a Constituição dá ao pior dos bandidos devem valer para todos. Porque hoje achamos que o Zé deve ser sumariamente banido da política e, de preferência, que morra a bengaladas na porta do Congresso. Amanhã seremos acusados de um crime que cometemos - ou não - e exigiremos tratamento digno. E aí já não haverão mais as garantias que um dia dissemos ser besteira.
Aliás, sobre isso: o mesmo Zé Dirceu que agora clama por garantias do direito de defesa viu sua turma expulsar num processo sumário e teatral alguns parlamentares do PT - Heloísa Helena, Babá e Luciana Genro - por um delito de opinião, num processo arbitrário e com acusação coletiva. Ou seja: as garantias do direito de defesa servem pra mim, nunca pro meu inimigo.
sexta-feira, novembro 25, 2005
O Lulinha torcedor, o título do Corinthians e a visita casada
No final do ano passado, um fundo de investimentos chamado MSI fechou uma parceria com o Corinthians no sentido de investir no seu futebol. Um iraniano chamado Kia Joorabchian é o funcionário do tal fundo que aparece e administra os negócios por aqui. A origem dos milhões da MSI é absolutamente misteriosa. Kia é um sujeito com história nebulosa, já tendo aplicado golpes dos mais diferentes tipos ao longo de sua jovem e promissora carreira de testa-de-ferro-de-dinheiro-sujo. Ao que tudo indica, a origem do dinheiro é a máfia russa e as fortunas feitas durante a queda da União Soviética, que também é injetado em clubes europeus há mais tempo. Para maiores detalhes sobre o esquema Corinthians-MSI, vale ler as edições de número 95 e 96 da revista Caros Amigos, que detalham o rolo todo envolvendo esses ?investimentos?.
O Ministério Público(tanto Federal quanto o de São Paulo), assim como a Polícia Federal, investigam e estão indiciando uma dezena de pessoas, entre ligados à MSI e dirigentes do Corinthians por sonegação, lavagem de dinheiro, dentre outros crimes contra o sistema financeiro. O anúncio disso se deu na semana passada. Os processos devem ser instaurados em breve.
Em meio a isso, o Campeonato Brasileiro desse ano estará se encerrando com grandes suspeitas de manipulação de resultados, decisões arbitrárias do STJD(o Tribunal que decide questões do Campeonato, que mandou repetir partidas por suspeita de manipulação de resultados por um juiz e, com essa decisão, favoreceu imensamente o Corinthians) e erros clamorosos de arbitragem, como poucas vezes se havia visto no país. O último caso a chamar enorme atenção de todo o país ? de quem acompanha futebol, evidentemente ? foi um erro do juiz Márcio Rezende, que deixou de marcar um pênalti e ainda expulsou o jogador Tinga, do Internacional, no jogo contra o Corinthians, no domingo, 20, em jogo que terminou empatado. Uma vitória do Inter teria tornado improvável o título que, do contrário, deverá ficar com o time paulista, garantindo assim, de imediato, o retorno dos investidores russos.
As ?coincidências? a favor do time paulista ao longo dos últimos meses se tornam estranhas ao se pensar no volume de recursos que está por trás do provável campeão brasileiro.
O Presidente corinthiano e a visita que deveria evitar
Na entrevista coletiva que deu a diversas rádios às vésperas do jogo Internacional x Corinthians, o Presidente da República, torcedor apaixonado do clube paulista, falou em futebol. Que estava na expectativa do jogo, que, como dito, era uma espécie de ?final antecipada?, mas que nem queria que o ?Coringão? ganhasse do Inter, porque ele era Colorado no Rio Grande do Sul, mesmo que ?também gostasse muito do Grêmio?. Queria que seu time fosse campeão sem vencer o Inter e que ?queria receber o Carlitos Tevez no Planalto pra comemorar o título?. Tevez foi a grande contratação que a MSI fez esse ano, num entre tantos grandes negócios para montar um super-time. Curiosamente, nenhuma contratação do referido fundo se deu com clube brasileiro, mas apenas repatriando jogadores que estavam na Europa, sempre a peso de ouro. Assim, o dinheiro não entrava nem saia do país. A venda de Tevez é apenas uma das muitas pulgas atrás da orelha dos investigadores(MPs e Polícia Federal), dado que os valores declarados não fecham com os anunciados, o que o Boca Juniors(equipe que vendeu o jogador) anuncia ter recebido é bem menos que os valores que a MSI garante ter pago, dentre outras ?coisas estranhas?.
Ao anunciar que quer receber Tevez e os demais jogadores do Corinthians, Lula fez apenas mais uma das suas frases de efeito para, literalmente, ?jogar para a torcida?. Se receber, não será a primeira vez que Lula será populista na vida nem será o primeiro presidente no Brasil a se-lo.
A minha inquietação se encontra em outra coisa: ao anunciar de antemão e já deixar encaminhado que quer receber seu time como campeão brasileiro, o Presidente da República tem dimensão da origem escusa que provavelmente tem os recursos que estão levando o seu time a ser o campeão brasileiro de 2005, um ano que antecede eleição presidencial, por sinal(o que torna a recepção de Lula uma urgência ainda maior, para ele, certamente)? Mesmo sabendo, ele prefere tirar uma casca do entusiasmo corinthiano, apesar de eventualmente estar sendo conivente com os crimes que estão sendo praticados? Ou ele acha que poderá receber apenas os jogadores?
Evidentemente que ao receber o campeão brasileiro de 2005, Lula receberá desde o craque genial Carlitos Tevez até o brucutu zagueiro Marinho, passando pelo presidente do Clube, Alberto Dualib(acusado de, através de uma empresa de consultoria da filha, Carla Dualib, ter se tornado sócio das operações da MSI no país) e terminando, provavelmente, com a presença do nobre ?executivo? Kia Joorabchian. Kia que, aliás, quer estender seus investimentos também ao Flamengo, curiosamente o clube mais popular do Brasil.
Mesmo com todas as críticas e suspeitas, Kia parece ter vindo para ficar no Brasil. E pode estar contando com políticos incautos, ávidos por noticias nas páginas esportivas, para legitimar, indiretamente, seus negócios no país. Ao receber Kia, se isso eventualmente acontecesse, Lula estaria não apenas se utilizando da demagogia pra surfar na onda e ganhar alguns dividendos em meio a uma ?saída da crise? que o Governo ensaia para tentar, na entrada do ano eleitoral, lança-lo à reeleição. Estaria, na contramão dos aparatos investigativos do Estado e de todas as pessoas sérias do país, gostando ou não de futebol, legitimando uma operação provavelmente criminosa que ameaça se utilizar da paixão brasileira por esse esporte para desembarcar, definitivamente, no país, uma grande lavanderia do dinheiro sujo, num dos negócios mais rentáveis que pode haver: a exploração do imaginário popular. Dá dinheiro, dá voto.
Curiosidades do capitalismo
Divulgadas as contas das campanhas do referendo sobre o comércio de armas, uma notícia espantou os ingênuos: quase que o total dos recursos doados à campanha do NÃO foram bancados pela Taurus - empresa gaúcha que fabrica armas - e pela CBC - Companhia Brasileira de Cartuchos.
O presidente da Frente Parlamentar pelo Direito à Legítima Defesa, deputado Alberto Fraga(PFL-DF), de imediato, se saiu com uma declaração tipo: "é evidente que isso iria acontecer... afinal, quem tinha que defender seus interesses eram essas empresas mesmo..."
Ah, bom! Eu achei que o NÃO tava defendendo era o direito do "cidadão de bem" de se defender e não o direito das indústrias de seguir produzindo armas que irão matar pessoas...
segunda-feira, novembro 21, 2005
Valsa Negra
Patrícia Melo também é da turma de escritores do gênero policial, todos necessariamente bebendo na fonte Rubem Fonseca, um dos grandes autores vivos do Brasil e, pode-se dizer, o maior no romance policial de todos os tempos.
Em seu último romance, de 2003, a jovem Patrícia mudou um pouco o gênero. Ao invés de uam história de mistério, ela escreve com muita ironia e capacidade um romance sobre o ciúme e a loucura tomando conta do imaginário de um maestro bem sucedido que, depois de largar mulher e filha para se juntar a uma menina de 20 anos, passa a ser consumido pelo medo. A loucura dele vai precipitando fatos e tragédias à sua volta, numa espiral impressionante. O mais incrível na história é que é absolutamente verossímil. Me lembrou um filme francês chamado Ciúme - o inferno do amor possessivo, que é excelente, em que o sujeito enlouquece de ciúme em relação à mulher.
O que mais me impressiona nesse tipo de história é que elas são milhares no cinema ou na literatura. Quando um autor entra nesse tipo de narrativa, sempre será comparado. Logo, precisa ser bom pra evitar a crítica: "ah, mais uma história sobre ciúme". Pois aí Patrícia está muito bem: a dela não é apenas mais uma, é das bem escritas sobre esse tipo de situação.
A outra coisa que me impressiona muito é que sou um pouco assim quando estou num relacionamento. Já estraguei boas histórias por isso. É sempre curioso ler sobre. E pretendo um dia também tentar escrever sobre. Mas desde que não seja apenas "mais uma", como disse.
Policiais
Li mais um livro de Luiz Alfredo Garcia Roza, de quem falei agora há pouco: desta vez Vento Sudoeste, terceiro livro dele. Curiosamente, a história começa com um sujeito que procura o delegado Espizona porque está desorientado: um vidente previu que ele cometeria um crime e ele em alguma medida acredita nisso. Alguma coisa começa a bater no seu inconsciente, sabe-se lá(na verdade adiante aparecerá, num final interessante e aberto, como sempre devem ser os finais de histórias, a meu ver). É muito prazeirozo ler o texto de Garcia Roza, que acaba sempre sendo engolido em questão de um dia ou dois, no máximo. Como disse antes: o Brasil está se construíndo uma grande escola de romance policial, por mais que isso pareça uma preocupação meio estadunidense ou européia, de sociedade que podem perder tempo buscando solucionar crimes.
sexta-feira, novembro 18, 2005
... e um reânimar surpreendente!
Ontem foi um dia mais razoável que os últimos quinze que tinham passado...
À noite tive um trabalho de final de semestre em Processo Civil II, em que a gente deveria, devidamente trajado, apresentar oralmente um trabalho de apelação em relação ao qual havíamos trabalhado durante o semestre inteiro. Como sou bastante acostumado em relação a organizar uma fala em público, falar em microfone(mesmo que não goste), me portar perante uma platéia, consegui encarar e ir bem. De um total de 2 pontos, fiquei com 1,9. Um dos sinais de que esse semestre está sendo meu melhor desempenho estudantil desde a quinta ou sexta série. O que demonstra primeiro um mau sinal, mas também de que nunca é tarde pra melhorar. Pela primeira vez vou conseguir ter apenas notas acima de 8,0, coisa com a qual nem me preocupava antes. Mas que, no que você vai amadurecendo uma idéia de formação mais qualificada, vai vendo que se não é o mais importante, não deixa de ter alguma.
O risco de ficar sem trabalho e sem nenhum dinheiro está afastado, mesmo que já não vá mais ganhar o tratado antes, vá ser menos. Ainda assim, vou levando. Já acostumei a viver sem dinheiro, não haverá de ser uma tragédia. Ao menos não corro o risco que havia de ter de trancar o curso novamente.
Enfim, o dia de ontem começou uma onda melhor que hoje parece se confirmar. Terei um final de semana mais tranquilo que outros anteriores. Só falta o Colorado surpreender o país e encaminhar o título de campeão brasileiro, agora. E o ano estará terminando mais ameno por essas bandas...
segunda-feira, novembro 14, 2005
Um abatimento...
Os últimos quinze dias não está sendo muito generosos para mim. Dificuldade no trabalho devem me levar a ficar sem, dado que meu chefe terá que cortar custos em algum lugar e esse lugar é meu posto. Isso vai significar um grau de dificuldade bem razoável para mim nesse momento.
Junto com isso me abatem tantas outras dificuldades mais difíceis de mensurar, mas que tem a ver com todo o resto. A convivência com os amigos em baixa intensidade, a falta de tantos outros, um certo cansaço do ano que começa a pegar e que infelizmente não irei repor em algum lugar aprazível, mas no canto quente que eu ocupo da casa, no máximo. Tudo isso só vem se juntar à falta de dinheiro e de perspectivas pra me enfiar numa situação-limite que de algum modo é um tributo que eu tou pagando a tantos erros.
É sempre desalentadora a impotência diante do presente.
terça-feira, novembro 08, 2005
O polêmico não-beijo
Como sempre, os avanços nunca são realmente avanços. Sem grandes aprofundamentos, queria falar sobre a questão do beijo entre os meninos que não saiu.
A novela América, da famosíssima e sensacionalista Glória Peres teve um personagem guei, o Júnior, interpretado pelo lindinho Bruno Gagliasso. Merece nota que o personagem foi bem interpretado, bastante realista, de uma sensibilidade que poucas vezes um personagem guei em novela tem: normalmente são apenas escrachados, para fazer rir, como se a função dos gueis no mundo fosse, afinal, apenas fazer os outros rirem. Nesse sentido, parabéns a Glória Peres e ao ator Gagliasso, que foram bem, sairam da rotina, daquilo que se poderia esperar, afinal.
Mas e o final? A autora se lançou a dizer que, por ela, Junior beijaria o namoradinho Zeca no final. Diz ela que escreveu e que a cena foi gravada. Mas, dentre as outras alternativas, foi exibida outra alternativa, em que os dois meninos não se beijam. Diz a autora que foi uma decisão da emissora, não dela. Beleza.
Mas eu queria é comentar uma fala que ela fez na semana passada, antes do final da dita-cuja novela: "que a história toda tinha se desenvolvido de uma forma muito sensível e não precisava ter um final erótico".
Como assim erótico? Beijar na boca é erótico agora? Mas é só quando dois homens se beijam que beijo é igual a sexo?!
A solução talvez seja então que ninguém mais se beije na boca na TV. Ou estaremos tendo uma discriminação? Claro que sim! Aí está o problema!
Resumindo: a TV Globo e a sua funcionária Glória Perez ficaram fazendo alta propaganda, mobilizando expectativas de que iriam cravar na história da TV brasileira um marco - com o tal beijo na boca entre dois homens - e, no final, era tudo apenas propaganda para chamar a atenção para o final da novela - aliás, o final de maior audiência de todos os tempos, parece. Ou seja: deu certo a tática. Quando ao papel de quebrar preconceitos, blá, blá, blá, era apenas um blá-blá-blá global, apenas mais um.
E o que mais me impressiona: casal heterossexual se beijando é saudação, carinho; casal homo se beijar é pré-sexo.
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