:: eu

Eu sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco sem parentes importantes e vindo do interior...
Onde e quando nasci: há 28 anos, em Cachoeira do Sul (RS)

Moro em Porto Alegre, na Vila IAPI

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Passatempos úteis: cinema e literatura

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quarta-feira, agosto 31, 2005

Medo!

Li ontem, de uma sentada, Século XXI: Socialismo ou Barbárie, do húngaro Istvan Meszaros, um dos mais importantes teóricos marxista vivos. Nesse livro breve - li entre a ida e a volta da aula -, ele fala sobre as perspectivas da humanidade em meio a guerras e uma fase absolutamente cruel do imperialismo. Das possibilidades da humanidade sobreviver em meio a tudo isso.

Escrito antes dos atentados de 11 de setembro de 2001, já falava claramente sobre o porvir da Era Bush que, então, recém se iniciava. Hoje é possível ver suas análises com muito maior clareza e certeza e, tristemente, constatar que o pessimismo de Meszaros tem razão de ser: como ele conclui, "barbárie, se tivermos sorte".


:: por Marcio | 13:48




terça-feira, agosto 30, 2005

Tentei...

Eu tenho uma disposição a enfrentar determinadas coisas em termos culturais que a maioria já não tem. Raramente desisto de um filme depois que começo, poucos são os casos na vida em que deixei um livro depois de começar. Mas não teve jeito: Macunaíma é muito estranho pra minha pobre cabeça. Quem sabe daqui mais algum tempo, com muito fumo, eu tente de novo. Atualmente nem fumando eu tou...


:: por Marcio | 13:51




segunda-feira, agosto 29, 2005



Vi em DVD no sábado o filme Interiores do sempre muito bom Woody Allen, de quem gosto muito. Mesmo que se acuse com razão que Allen trata em seus filmes de uma realidade restrita à classe média alta estadunidense, jamais saindo disso, ela ainda assim o faz bem. Seus filmes tem histórias excepcionalmente bem criadas e bem desenvolvidas, através de diálogos inteligentes, sendo sempre filmes agradáveis e, vez que outra, de fazer pensar muito.

É o caso desse, um dos poucos dramas da extensa filmografia de Allen. Trata da história de uma casal de sexagenários que resolve se separar e a relação destes com as três filhas, além da relação delas entre si, com seus maridos, etc. São noventa minutos de humor, reflexão e profundo prazer do cinema, no que ele tem me melhor a nos oferecer. Achei excelente!


:: por Marcio | 14:06






Uma certa paz

Tenho vivido dias de maior paz, há algumas semanas. Tudo parece conspirar a favor - especialmente eu, que talvez não tenha me ajudado em outros momentos. Faltam muitas coisas: falta dinheiro, falta muito conforto, falta grana, falta um amor, ... Mas o simples fato da gente se sentir em paz, ter problemas que o tempo irá resolver, isso é bom, traz um sossego.

Depois de uma semana que me abriu perspectivas, com o novo trabalho, tive um final de semana muito aprazível. Ontem, depois de uma noite chuvosa, vi o dia se abrir e pude ir ver o Inter ganhar do Cruzeiro por uma goleada - 4 a 1.

Mas sábado foi um dia muito melhor, diria. Li algumas coisas, botei em dia os cadernos e ainda dei uma volta aprazível com um amigo distante, mas muito querido. Que há coisa de três anos, destruiu minha pobre cabeça: nos conhecemos e eu fiquei tão encantado que larguei tudo, foi como a desculpa que eu precisava pra terminar uma relação que era estável, mas apenas isso. No entanto, nunca rolou nada entre nós, fora uma sintonia muito grande. Fazia algum tempo que não convivíamos como antes, de ir ao cinema, conversar muito, essas coisas. Um ficar junto que não tem um toque sequer, mas faz bem. É como se eu namorasse com ele, mas ele não soubesse. Por algumas vezes até pensei em falar sobre isso, mas creio que de nada somaria, porque provavelmente não acontecesse nada, talvez apenas o rompimento, pelo constrangimento, do vínculo que existe. É, essa é uma das minhas maluquices.


:: por Marcio | 13:38




terça-feira, agosto 23, 2005

Mais mudanças

Se os acontecimentos da política me deixam um pouco deprimido, porque de alguma forma meus sonhos e projetos coletivos foram roubados, pra usar uma feliz expressão do Marcos Rolim, esses dias, em Zero Hora, ao menos tenho sido bem sucedido no andamento de uma parte das minhas coisas.

Há cerca de três semanas, fui avisado que não era mais possível permanecerem comigo no escritório onde eu estava trabalhando desde fevereiro, que o final desse mês era o limite. Em uma semana consegui outro trabalho, no qual começo amanhã. Vou ganhar um pouco mais até! Parece que aconteceu o que eu precisava mesmo, numa hora boa. Estou bem entusiasmado e determinado ao novo trabalho.

Claro que vai continuar faltando grana pra quase tudo o que eu gostaria, mas parece que as perspectivas começam a existir pra mim. Depois de um 2004 lamentável sob todos os aspectos, esse ano tem sido de recuperar as forças, tá sendo muito bom, quase tudo.

Desafios: enfrentá-los é o único jeito!


:: por Marcio | 20:29








No sábado fui ver Teorema, do polêmico Pier Paolo Pasolini, que, ao que me consta, é o último filme dele antes de ser assassinado, no final dos anos 60. O filme, de 68, está bem inserido no clima desse marcante ano: é uma denúncia geral à hipocrisia burguesa, à repressão, essas coisas todas que, por mais que minoradas, estão aí, vivas dentro de cada um de nós.

A história: um jovem, que ninguém sabe bem de onde vem, visita uma familia típica burguesa: um cinqüentão industrial, sua mulher bonitona-perua, um menino e uma menina adolescentes. E esse jovem passa toda a família em revista, deixando-os logo a seguir, completamente transtornados, desintegrados, à beira da loucura.

Várias são as conversas possíveis, mas o essencial é a idéia de que a felicidade com repressão não é felicidade.


:: por Marcio | 13:21




quinta-feira, agosto 18, 2005

Egoísta?

O orkut nos permite reencontrar uma série de pessoas, umas queridas, outras nem tanto, saber que estão bem ou mal pessoas que conhecemos há quinze ou vinte anos. É uma experiência bem complexa.

Hoje reencontrei aquele que talvez seja o mais dos mais marcantes, lá, do mesmo jeito de sempre, só provavelmente mais maduro que quando nos conhecemos, ele com 18, eu com 23. Virgem, então, ele. E ficamos uns dois anos entre encontros, desencontros, tensão, prazer, carinho, essas coisas inerentes ao se gostar, até dispersarmos, cada um pra um lado, por mais que uma vez por semestre eu tenha cruzado com ele na Unisinos, onde também estuda, onde também vivemos coisas legais juntos.

Talvez tenha sido a pessoa que até hoje mais me despertou a vontade de casar, mas o tempo em que nos encontramos não permitia. Agora já não é mais possível. Assim é a vida: quase nunca as pessoas se encontram na hora certa, no lugar certo. E quando se encontram, talvez não sejam a pessoa certa um para o outro. Não há porque ter choro, como já teve: é assim e ponto.

Aos 22, bonito como sempre, certamente mais tranquilo que antes com seus problemas, está ali: virou uma foto. Da foto um recado de um moço da minha idade, talvez um pouco mais. Um recado todo cifrado. Perfil do moço. Album do moço e: lá está Ele, com uma legenda: "Meu guri"(ou algo que o valha, pouco importa). Um choque esperado em mim e a impressão de que preferiria não ficar sabendo.

Porque, mesmo gostando das pessoas e querendo que elas sejam felizes, não queremos que elas sejam felizes com os outros, mesmo que faça dois anos que essa pessoa saiu da tua vida, pra sempre?

Egoísmo. O mais duradouro dos sentimentos...


:: por Marcio | 15:51




terça-feira, agosto 16, 2005

Identificação

Há alguns posts atrás disse que tinha visto o filme A insustentável leveza do ser. Agora falo do romance de Milan Kundera, que resolvi ler novamente. Tinha o feito há cerca de uns 10 anos, quando era um jovem ainda. Não que não mais o seja. Mas agora tive condições de entender muito e, em especial, me identificar demais com o protagonista Tomas. Que personagem impressionante!

Com dificuldade pra conceber a fidelidade como norma, se aventurava entre dezenas de mulheres, mesmo amando muito a sua esposa. Um sujeito que preferiu deixar de ser renomado cirurguão para virar camponês apenas para não se "retratar" perante o governo autoritário. Me vi em Tomas, em tudo isso. Na necessidade de se indignar, de se manter vivo, digno, autêntico. O preço da inautenticidade é alguma coisa parecida com a morte em vida. É esse o ponto. E a confusão na forma de amar também fascina em Tomas, como me perturba.

É o peso. E a leveza.


:: por Marcio | 15:18




terça-feira, agosto 09, 2005

Deprê, geralmente

Tem datas que são geralmente depressivas, se a gente não aprende a administrar e se precaver, necessariamente vira depressão.

Assim é natal, ano novo e, não menos, aniversário. Antes eu até gostava de aniversário, mas quando você está vendo os 30 anos chegar, deixa de ser agradável perceber o tempo. Odeio aniversário meu, portanto.

E aí você tem que fazer uma festa pros amigos, marcar em algum bar. Alguns aparecem porque gostam, outros porque se sentem na obrigada, outro nem aparecem - e é destes que você lembra. Decepção, chateação. Vai que na hora em que você marcou a tua festa você tá de mau humor? Tem que guentar... Feliz, ainda... Por isso não vai ter festinha esse ano. Ao menos esse ano não.

Já teve vezes em que o dia do meu aniversário foi muito trash, tipo ficar em casa sozinho me chapando, batendo punheta e vendo o Jornal da Ana Paula Padrão. Ou pior ainda: entrar em reflexões tão profundas que, necessariamente, vira choro. Ao menos tão sendo super bom esse momento em que fiz 27: estou terminando de dar uma virada positiva na minha vida, estou feliz, mesmo que ainda pobre. Só, mas satisfeito comigo, ao menos, que é quem, afinal, eu tenho que aguentar, sem fuga. O essencial, eu tenho: perspectiva.

Mas presentes eu ainda tou aceitando. Grana na conta(desde que não seja dinheiro provindo do Marco Valério), livros, CDs, um DVD player, esse tipo de coisa.

E o Inter podia ganhar amanhã do Corinthians. Ia ser uma baita presente, também.


:: por Marcio | 15:05






Pelotas, sempre

Estava de aniversário no domingo último. Fui por isso passar o final de semana em Pelotas, junto de meus pais e minha irmã, onde não ia há uns três meses, por sinal.

Como sempre, foi bom. Mas por algum motivo em especial, estava mais sentimental com Pelotas, dessa vez. Encontrei Andréa num barzinho como só lá tem - aqui até tem, mas são caros os bares agradáveis, quentes e com música ao vivo de qualidade. Conversamos um tanto, ela me deu um livro de Neruda de presente, essas coisas tão boas, que só uma pessoa que conhece tanto a gente é capaz de fazer pra agradar. Depois fui caminhar pela noite, como fiz tantas vezes quando era um adolescente reprimido, que não sabia aproveitar as belezas da noite, ao menos não todas. Fui ao Odeon, um bar guei onde há quatro anos conheci Fernando(com quem fiquei um ano, quase). Dessa vez não conheci ninguém, mas ao menos dancei um pouco, olhei caras diferentes e senti mais que nunca que preciso sair.

Sexta estarei no Ocidente.


:: por Marcio | 14:53




segunda-feira, agosto 08, 2005

Mais um livro de Caio

E terminei de ler Pedras de Calcutá, um dos livros mais duros que já li, talvez mais pesado que a média do que Caio Fernando Abreu tenha produzido. A impressão que perpassa o livro todo, com seus variados contos, é de desalento, tristeza, o tempo todo, num autor que tem alguns textos bonitos e alegres, mesmo que poucos. Se não alegres, ao menos mais alentadores que os desse livro, quase um livro de terror.

Mas é um grande autor, talvez exatamente por isso: saber descrever os sofrimentos, angústias, temores e derrotas não apenas da sua, mas das muitas gerações anteriores e posteriores à sua.

A grandeza de Caio ainda não foi claramente vista por todo o país, talvez nunca o será. Mas é incontestável por quem ententa de literatura. E da vida e seus sofrimentos, principalmente.


:: por Marcio | 16:08








Há muito li o livro e nunca tinha buscado ver o filme. Gostei tanto que já estou começando a releitura do romance de Milan Kundera. Se trata de A insustentável leveza do ser, filme dirigido por Philip Kaufman, com maestria. Tendo como trio protagonista os excelente Daniel Day Lewis, Juliete Binoche e Lena Olin. Dos dois primeiros, ouso dizer que nunca vi um filme ruim.

A história do médico tcheco que tenta buscar a liberdade sexual em meio a uma onda de liberdade política que parece viger em seu país e que depois é sufocada pela invasão soviética é uma história marcante, ao menos pra mim, talvez porque eu seja um sujeito dos anos 60 perdido nesses tempos de hoje, é uma história existencialista, antes de mais nada. E que bom!

E o filme, em si, é magnífico, com a marca do diretor, o mesmo de Henry & June, e, por isso mesmo, me lembrei o tempo todo desse outro belo filme, sobre a liberdade, o sexo, a transgressão e os sofrimentos advindos disso.


:: por Marcio | 16:02




terça-feira, agosto 02, 2005



Obviedades de que, ainda assim, devemos falar

É muito óbvio fazer um post elogiando o Chico Buarque, certo? Concordo. Ainda assim, o faço.

Vi no domingo um de uma série de programas que a Bandeirantes está fazendo a respeito daquele que talvez seja o maior de nossos gênios vivos. E Chico é encantador, falando tímido, todo enroupado, num café de Paris. Como ficaria encantador falando na beira da praia no Rio ou numa avenida barulhenta de São Paulo.

Chico é gênio da raça. Tudo o que ele faz é incomum. E ele é o mais bonito - em sentido amplo, esse bonito - dos homens brasileiros. Nada a mais que se disser pode ser novo. Ou deixar de ser óbvio.


:: por Marcio | 18:34








Raramente consigo fazer isso, mas tinha tempo e o fiz no final de semana: tirei filmes no vídeo, para curtir em casa. A impressão de frustração foi o que perpassou quase que as quatro horas da soma dos dois filmes. Apesar de que a gente se frustra com aquilo que espera muito. Não sei.

Colateral, de Michael Mann, protagonizado por Tom Cruise e Jamie Foxx é razoável como idéia, mas mal encaminhado no seu roteiro. A idéia: um matador de aluguel tem um roteiro de mortes a executar e acaba sequestrando um taxista, que se obriga a acompanha-lo nesse trajeto. O suspense, a situação psicológica em torno disso, chegou a cheirar um grande filme, em sua primeira meia-hora. Depois, virou um filme de ação/aventura, com as banalidades típicas desse tipo de filme. E um Tom Cruise de barba branca que, além de charmoso, estava bem no papel do assassino, vira o velho herói-de-sempre, num filme com os tiros e as "frias" de tantos outros. Uma pena.

Em Orfeu, filme de Cacá Diegues, o buraco é mais embaixo e a tristeza começa e termina com a fita. Com a possibilidade de rodar para o cinema a peça de Vinicius de Moraes - Orfeu da Conceição - e a lenda, em si, o diretor contava com alguns bons atores, como Milton gonçalves, Zezé Motta e outros e ainda com uma trilha sonora preciosa, coordenada por Caetano Veloso. Mas o filme é pretensioso - talvez Diegues imaginou que faria um filme maior que o Orfeu francês, de Jean Cocteau -, tem protagonistas sofríveis - Toni Garrido, Patrícia França e Murilo Benício -, cenas absolutamente inexplicáveis, um roteiro ruim, diálogos lamentáveis, tudo isso.

E olha que costumo ser tolerante com filmes nacionais.


:: por Marcio | 14:09