:: eu

Eu sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco sem parentes importantes e vindo do interior...
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sexta-feira, julho 29, 2005

O meu Sim! no Referendo

Instrumento previsto desde a Constituição de 88, pela primeira vez ocorrerá um referendo para submeter projeto de lei aprovado pelo Congresso ao crivo do eleitorado. 2005 - 88 = 17 anos. Somente 17 anos depois!

Isso é um primeiro sinal de que vivemos, talvez, uma democracia meio frágil, ainda. No Uruguai, por exemplo, a população foi consultada sobre as privatizações de empresas estatais estratégicas e disse não.

Pela primeira vez enfrentamos um tema que será objeto de crivo popular. Na França, Estados Unidos e outros países que não lembraria agora, é costume que o eleitorado, junto às eleições em que elege os seus governantes, decida sobre temas polêmicos como aborto, união homossexual, dentre outras coisas tantas em relação ao qual o povo deve se manifestar. Isso amadurece o debate, faz com que a politica deixe de ser igual apenas a eleger um representante que dificilmente me representa e, ali adiante, pode até cair num esquema de corrupção. E que, na melhor das hipóteses, vai apenas ele, zelar pelo que o país decide, sem me consultar. Formas de democracia mais direta ou ao menos participativa são fundamentais para que o povão entenda porque é melhor assim que viver sob o tacão de um milico ou de um Garotinho da vida.

Mas sobre o que vamos tratar, no referendo de final de outubro, mesmo?

Sobre o estatuto do desarmamento. Em resumo, essa legislação aprovada será confirmada(sim) ou revogada(não) de acordo com a posição da maioria do eleitorado brasileiro, em voto obrigatório(sou a favor do voto obrigatório em eleições, mas talvez em referendo não fosse necessário). Pela nova legislação, ficam restritíssimas as possibilidades de um cidadão comum ter direito a porte de arma, além de ocorrer uma restrição também forte ao comércio das mesmas. Basicamente terão direito a tal agentes do Estado, tais como policiais, promotores públicos, esse tipo de gente, seja no uso em função ou para proteção própria, se bem justificado. Para os demais, porte, comércio ou guarda de armas é crime.

Por que sou a favor?

Me criei em meio a armas. Meu pai é da primeira geração que, nascida no meio rural, vai para a cidade, na década de 50/60. Para eles, a arma é como parte das coisas fundantes da família. E isso repercute em tudo. Mesmo na cidade, armas e mais armas. Meu pai até hoje tem seu revólver e diz que vai resistir em largá-lo. Minha mãe recentemente escondeu em algum lugar que ele não sabe e que ela garante, não vai revelar. É uma polêmica, sempre, esse assunto, acho divertido.

Um primo de minha idade, aos 13 ou 14 anos, estava brincando com sua arma de pressão com um amigo - eu também tive arma de pressão, quando pequeno, uma espécie de "primeira arma" - quando resolveram pegar a arma do pai do segundo e testar. Meu primo levou um tiro no pescoço que o deixou tetraplégico. Desde então nunca mais vi Maurício, uma das tantas vítimas de acidentes com armas, que matam.

Meu pai certa vez quis resolver a briga dele com um vizinho dando tiros. Tivemos de bater nele pra evitar uma tragédia. Assim como tantas vezes as brigas de trânsito se resolvem assim: matando um sujeito que bateu no seu carro. Ou que olhou pra sua mulher. Pessoas despreparadas, com uma arma na mão, se sentem mais "machas" e isso tende a dar merda.

Tem o contra-argumento de que os bandidos não estão sendo desarmados. E que o cidadão "de bem" teria o direito de defender seu patrimônio e família. Esse é outro problema: o Estado tem - e não cumpre, é verdade - a obrigação de dar segurança às pessoas, sua vida e até seu patrimônio. Se cada um resolver se defender, sem saber como faze-lo, será a barbárie. É mais provável que uma arma seja usada para ferir uma criança curiosa como o Maurício um dia foi do que para salvar um despreparado dono de casa de um assalto contra um bandido que sabe usar a arma desde pequeno pra se defender. E quem hoje quer uma arma pra se defender, amanhã vai achar que a melhor defesa é o ataque, coisa que só o técnico do meu time não concorda. E aí temos as tragédias... O problema das armas que circulam ilegalmente não é resolvido armando a cada uma das pessoas, contra isso só o combate ao crime organizado, a fiscalização de fronteiras, do contrabando de armas. Mas dai ninguém fala...

Por isso, eu sou a favor do Sim! no referendo de outubro. E deixo dito, desde logo...


:: por Marcio | 13:54




terça-feira, julho 26, 2005

Cem Anos de Solidão

Terminei de ler mais um livro de Gabriel Garcia Márquez. Tenho esse livro, que comprei com uma coleção, em 96, de "Mestres da literatura contemporânea". Tinha começado outras duas vezes e nunca ido até o fim, por uma série de desestímulos variados.

É uma grande história, mas sinceramente, não supera outros que já li dele, especialmente O amor nos tempos do cólera. Mas a cada dia mais percebo que Márquez é um dos grandes escritores de todos os tempos. E que a identidade latino-americana atual deve muito ao que esse grande escritor produz.


:: por Marcio | 13:25




quarta-feira, julho 20, 2005



Se é possível falar de umas cinco ou seis figuras mágicas no cinema de todos os tempos, uma dessas é Marlon Brando.

Ontem vi - dentro de um ciclo de filme chamado "Revolucionários, passando na Casa de Cultura Mário Quintana - Queimada, filme da década de 70, em que Brando interpreta Willian Walker, um agente da coroa britânica que é mandado para uma antilha portuguesa na América Latina em meados do século XIX, com o objetivo de insuflar uma revolução de independência dessa ilha, que era uma colônia portuguesa. Nessa época ele alia um plano orquestrado por brancos com uma luta de guerrilhas de negros escravos, que ajuda no processo de independência da ilha. Livre de Portugal, Queimada passa a ser explorada por uma companhia inglesa de açúçar.

Dez anos depois, a companhia de açúcar chama Willian Walker para interceder novamente na antilha, dado que José Dolores, líder negro inventado por Walker, mantém a guerrilha, contra a elite branca pró-inglesa que agora governa a República de Queimada. E Wlaker dessa vez comanda o massacre dos negros, queimando toda a ilha até matar um a um os guerrilheiros.

O filme cala fundo. Mesmo com defeitos técnicos, não sendo exatamente um primor, é uma incrível alegoria sobre o poder da economia sobre o poder político, coisa que hoje parece ainda mais clara; sobre a opressão dos negros, que segue forte; além de tratar de diversas outras coisas sobre as relações humanas, sobre a maldade, tudo isso. Queimada é um filme e tanto, mesmo que pouco seja lembrado, em qualquer espaço que seja.


:: por Marcio | 14:29




segunda-feira, julho 18, 2005

Um domingo para lembrar

Ontem foi um dia pra ficar, de bom que foi. O final de semana todo, de algum modo.

Sábado mais com a família, sem sair do portão de casa. Ao final do dia, uma janta com a família, chocolate, vinho, boa conversa, bom sono, por conseguinte.

No domingo então, apesar da chuva fina que caia quase sempre, com raros interlúdios de sol, eu fiz o que tinha pra fazer, com bom rendimento. Fiz o meu melhor concurso até aqui, independente se passarei ou não, para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado. Uma prova relativamente fácil, que se tivesse estudado, tinha feito ela pra concorrer à vaga, de verdade. Mas apenas uma semana de estudos não permite isso... De toda forma, se sentir capaz é sempre bom, animador.

E depois fui ao Beira-Rio, ver meu time tocar 5 a 2 no rival mais direto, o Juventude de Caxias. Coisa rara, animadora, entusiasmante, capaz de tornar final de semana pleno. O futebol tende a ser o melhor estupefaciante existente, mais que qualquer outra droga que já tenham inventado. Tenho sustentado essa tese, nesses meus tempos de caretice, que tem durado. E o futebol com um amigo novo, feito pela net, que tem me deixado um pouco tremido... Vamos vendo no que dá...


:: por Marcio | 15:30






A peste

Terminei ontem de ler A Peste, de Albert Camus, que procurei ler pra ter maior conhecimento da obra desse autor, depois de ver um documentário acerca dele, da qual tinha lido o mais celebre dos seus, O Estrangeiro.

O romance trata da tragédia de uma cidade argelina enfestada pela peste. E a partir dai desdobra as situações possíveis com seus personagens, dramas e um cenário intrigante.

De uma tradição literária mais realista, preocupada mais com o conteúdo, com as muitas reflexões e pouco com a forma, Camus é um grande autor, sem dúvida. Impactante. Com quem tenho encontrado lá algumas afinidades. É sempre bom ler coisas que nos fazem pensar para além do instante, textos que, dias depois, farão "cair uma ficha" quando menos esperamos.

De conferir mais coisas. Até uma biografia dele ia bem...


:: por Marcio | 13:19




sexta-feira, julho 15, 2005

O que foi feito da vida?

De tudo o que a gente sonhou...


:: por Marcio | 13:31








E agora está tendo um ciclo na Usina do Gasômetro sobre o cinquentenário da morte de Thomas Mann. Estão passando diversos documentários sobre o escritor e o clássico Morte em Veneza(1971), de Luchino Visconti. Esse o filme que vi no sábado passado.

O filme é maravilhoso, se formos resumir o comentário. Absolutamente bem dirigido, com fotografia, direção de arte e todas essas coisas de um primor excepcional. O filme consegue transpor uma difícil história em uma adaptação exuberante. Qualquer coisa a mais, pode ser um exagero falar.


:: por Marcio | 13:27




quinta-feira, julho 07, 2005

Nada será como antes

O post anterior era sobre o fim de uma relaçãozinha destas tantas que a gente tem por aí e passa. Um mês é quase nada da vida da gente, além de trinta dias em que se fez algumas coisas produtivas e se esperou para receber o mísero de todo início de mês, pagar as contas e seguir se endividando. Um mês é nada na vida.

Mas hoje eu estou doído por outra relação que termina, essa mais longa. No dia 07 de julho de 2005 termina uma relação que havia começado em 04 de maio de 1994. São onze anos, portanto. A minha relação com o PT.

Depois de relutar nos últimos tempos, hoje formalizei a minha saída, depois de dedicar os melhores anos da minha vida a construir um sonho: o de mudar o mundo, a partir da mudança do meu país. Tudo escorreu entre os dedos e o final foi trágico.

Eu não deixo de ser um sujeito que acredita nas mesmas coisas de quando eu tinha 15. Sigo achando que as pessoas devem estar num partido que organize suas idéias para um mundo melhor - ou pela manutenção desse que aí está. Mas entendo que a cada dia fique mais difícil acreditar nisso.

Em breve devo estar me filiando ao PSOL, muito por um instinto de sobrevivência, para seguir acreditando em alguma coisa, seguir tentando encontrar doidos como eu, pra seguir em frente. Mas nunca mais será como antes. De agora em diante meu coração e minha mente sempre verá a disputa entre um lado que precisa sonhar e outro que secou.

Enquanto isso, aquele menino tímido de 15 anos que queria mudar o mundo está chorando muito; o pós-adolescente aqui apenas sente uma dor forte no peito.


:: por Marcio | 16:05




segunda-feira, julho 04, 2005

De novo...

E de novo eu tou solteiro. Mas diferente de outras vezes, estou bem, sem qualquer dúvida e sem grande tristeza. Toda experiência é válida. Essa foi muito. Ponto final.


:: por Marcio | 15:50








Vi, portanto, um documentário sobre Sartre, nesse ciclo sobre o existencialismo e sobre o centenário desse autor. Se tratavam de dois programas para a TV chamados de Há motivos para nos revoltarmos.

Minha admiração por Sartre, Simone, Camus, tem a ver não tanto com concordar com tudo o que escreveram ou fizeram como sujeitos, mas porque o faziam. Vivemos num tempo em que lutar por ideais é algo demodé, coisa de trouxa.


:: por Marcio | 15:46








No final de semana, fui ao cine, aproveitando que tinha recebido parcela do meu salário. Fui ao último dia de um ciclo sobre existencialismo em que passava, além dos dois documentários que vi, um sobre Sartre e outro sobre Camus, o filme

Orfeu, de Jean Cocteau, protagonizado por Jean Marais, seu companheiro, por sinal.

Um clássico raro de se encontrar, em chance única de ver no cinema. Não conhecia a lenda de Orfeu, não vi o filme brasileiro sobre a mesma história, nada disso. Apenas conhecia a história da relaão entre os dois, livro que li do acervo de minha avó, ainda adolescente reprimido, com muita curiosidade, por retratar um amor aberto entre dois homens nos anos 50.

Quanto ao filme, há clássicos superiores, muitos deles. Mas bonito de ver, curioso, essas coisas todas. Há um abismo, apenas, que separa esse tipo de fime daquilo que a gente pode ver diariamente, tipo Mr e Mrs Smith.


:: por Marcio | 15:39