quarta-feira, junho 29, 2005
Gatão
De repente eu me descubro atraindo. Até demais pro meu gosto...
Terá sido tudo isso só porque eu emagreci dez quilos?
O certo é que eu não quero complicação pro meu lado. Só quero dar certo com uma pessoa. De preferência esta que estou.
terça-feira, junho 28, 2005

Eu queria ter sido um existencialista.
Teria sido o mais complexo deles.
E ia tentar ser o mais pretensioso.
Mais calmo
Em relação ao post anterior, estou mais calmo. Sexta encontrei Anderson(namorado? ficante? não sei, nem me importa tanto, mais). Pela falta de outra coisa possível, inventei pra minha avó que "vou sair com um amigo meu, dai ele pode parar aí em casa?". "Sim, claro". E assim foi. Pouco antes da hora em que todos os dias ela dorme, saimos pra dar uma volta na 3ª Perimetral, pra pouco depois voltar de nossa incursão pela noite. E sexo, muito sexo. Dos muito bons. Mas o espaço é reduzido, o tempo é quase nenhum, as chances e as identidades são poucas.
Mas curiosamente saí daquele encontro feliz pelo que foi e tranquilo em relação ao que também não é: não posso apostar em coisas que não tem como se viabilizar. Parar de sonhar com coisas que não se farão é uma maneira de não quebrar tanto a cara, não chorar tanto pelos cantos. E assim me sinto melhor, apesar de tudo.
Tanto que não ligo mais todos os dias. Aliás, não liguei desde então. Não que não queira mais. Quero muito. Mas eu vivo no concreto...
quinta-feira, junho 23, 2005
O medo de ser feliz...
Outro dia conclui.
Passei muito tempo "no piloto automático" com relação aos meus sentimentos e tesão. Dois anos quase sem um beijo sincero, um toque sincero. De repente acontece alguma coisa, uma ótima coisa. Mas há limites: a mesma dificuldade de levar a vida, horários ruins, distâncias longas, a pouca grana, a falta de uma casa própria onde se receba alguém pra ficar junto, até a impossibilidade de dar uma ligação.
Mas os encontros são ótimos, há uma interação que parece real, há uma firmeza, uma coisa qualquer que encanta, recíproca.
E eu assim que fico só, me sinto inseguro, com medo, chego a quase estourar pelos cantos. Talvez porque já fui enrolado em outras vezes, temo isso. Se chega a não atender uma ligação, eu passo a ter todas as certezas negativas que são meras bobagens.
E eu tenho a certeza, quanto estou tentando uma relação, que eu preciso mesmo de terapia. E o principal eu já sei: tenho um pouquinho de medo de ser feliz.
quinta-feira, junho 16, 2005

É preciso amar!
Aquela história toda de uns posts atrás sobre uma pessoa que conheci no trem, saca? A gente há duas semanas tá junto... Eu tou feliz da vida. Creio que ele também, tudo aponta pra isso.
Só isso justifica assistir Mr e Mrs Smith, um tremendo abacaxi protagonizado por Brad Pitt e a linda Angelina Jolie, em que interpretam um casal de matadores profissionais. O filme é digno dos piores filmes de ação sem propósito, como o são boa parte dos filmes de ação, afinal. Não lembro de imediato de outro filme com tanto clichê reunido, com tantas situações absolutamente inverossímeis. O mundo todo tenta matá-los e eles não morrem. E assim se passam duas horas. Mas uma coisa há que ter certo: de tão fora da real, chega a divertir, se você não se irritar nos primeiros quinze minutos. Há que se estar de bom humor, bem acompanhado, essas coisas todas...
A diferença que faz estar gostando de alguém...
terça-feira, junho 14, 2005

No domingo, fui ver Melinda e Melinda, o mais novo Woody Allen. Aliás, Allen é uma das coisas mais antigas pra mim: desde pequeno, fui vendo seus filmes, sempre gostando muito da ironia dos diálogos, da capacidade de gerar situações inusitadas, apesar de concordar com as críticas de que é um cineasta que só retrata gente rica, branca, essa coisa toda. Mas isso não tira os méritos que ele tem.
Mas Melinda e Melinda é um filme menor na sua trajetória: narra praticamente a mesma história, sob dois enfoques: um dramático e outro comediado. Tem diálogos inteligentes, ironia, situações interessantes, mas nunca no grau de outros filmes anteriores, bem mais reflexivos ou bem mais engraçados. Ainda assim, sempre é um bom filme.
sexta-feira, junho 10, 2005

Não era a minha opção preferencial pra ver ontem, mas estava ali, na lista. Pela composição de horários, rolou: O cárcere e a rua, documentário de Liliana Sulzabh sobre a realidade da Penitenciária Feminina Madre Pelletier, de Porto Alegre, a partir da vida de três de suas detentas, duas em processo de saída para o regime semi-aberto e uma recém-presa acusada de matar o filho. Através dos depoimentos delas, vai se analisando a forma como as mulheres pagam as penas no país.
1)Eu já estive - e narrei em outra oportunidade - na referida Penitenciária. Confesso que, apesar da tensão, me surpreendi com a limpeza e o clima de aparente tranquilidade que, dizem, é a regra lá. Nada que se compare com um presídio masculino, que nunca entrei e, confesso, não sou apaixonado pela idéia de entrar.
2) Mesmo com dúvidas, tendo a concordar com aqueles que pregam o que se chama Garantismo Penal, ideologia que prega que as penas não regeneram o ser humano e talvez não sejam exatamente a forma de solucionar o problema do crime na sociedade. Ainda mais em se tratando da idéia sempre reiterada de aumentar penas como resposta a crises de violência, uma das equações mais torpes que o senso comum reproduz como panacéia.
3) Nesse tema, em especial temos a questão das mulheres, que normalmente já tem maiores dificuldades de colocação no mercado de trabalho, tem os filhos pra cuidar e todas as dificuldades das quais os homens, ricos ou pobres, se livram, com uma decisão, apenas. Portanto, quando se fala em mulheres presas, temos mais variáveis a agravar o debate social e filosófico.
4) O que talvez supere tudo isso, pra quem não se disponha a toda essa reflexão anterior, pode se resumir naquilo que meu parceiro ao ver o filme disse, na saída: "ver esse filme faz a gente valorizar mais a liberdade tem e faz a gente pensar duas vezes antes de julgar as atitudes das pessoas".
5) Vejam esse filme, antes que ele saia de cartaz e, talvez, do imaginário e do debate das pessoas!
quarta-feira, junho 08, 2005
Samurai
É sempre gostoso de se ver, de repente, cantando Djavan, sem mais aquela...
terça-feira, junho 07, 2005
A história ali, sendo vivida
Eu não sou historiador, mas gosto tanto de história que não descarto enveredar pra esse campo num futuro acadêmico ainda, dado meu interesse pela forma como a humanidade chegou até aqui, incrivelmente.
Desde pequeno, isso, aliás. E eu ficava fascinado pensando em como as pessoas teriam vivido aquelas coisas todas, como seria a vida de um estudante criança como eu era em meio a turbulências, guerras, quedas de presidentes, essas coisas que caracterizam a nossa maneira infantil de ver a história.
E aí fui percebendo que aconteciam coisas que um dia iam ser ensinadas pros meus filhos, sobrinhos ou coisas do tipo. Fui perceber isso com o impeachment do Collor de Merda, em 92, quando eu tinha 14 anos e vi que tinha havido uma mudança grande no país, na minha frente, eu via pela TV.
E agora estamos vendo um momento crucial da história do país acontecendo: a chegada de Lula à Presidência, a realização de um sonho bonito, legítimo, uma das coisas mais bonitas da história do país. E tudo pode estar ruindo graças à negligência do mesmo, a conivência com aliados canalhas e talvez isso tudo gere um retrocesso brutal em nossa história, da qual nós não possamos sair em vida.
Que tristeza tudo isso... A idéia de começar tudo de novo, de votar em Heloísa Helena só pra marcar posição, a idéia de que tudo caiu e temos que, dos cacos, fazer tudo de novo, isso é triste. Como não desesperar?
segunda-feira, junho 06, 2005
Encantamento
É sempre assim: - você conhece a pessoa, troca telefones, fica esperando quem vai ligar, dai se encontram. Você se arruma todo, perfuma, deixa o cabelo espetado, cheio de gel. Cuida cada gesto, cada palavra, pra não demonstrar alguma coisa ruim, pra "vender" uma imagem, enfim. - dai quando tudo ocorre bem, você fica com aquele jeito bobo, canta à toa, fica um tempo com um frio permanente na barriga, esperando uma nova ligação, relutando em ligar, até que liga; - dai no primeiro desencontro, você quase chora "nunca dá certo comigo", até receber uma nova ligação, no outro dia, se desculpando por um problema qualquer e dizendo que quer te ver, naquele momento, agora, sempre;
É bom e sofridamente gostoso conhecer alguém. E querer ver os amigos pra contar o que está acontecendo. E descobrir cada detalhe do outro. É bom quando a gente está próximo de se apaixonar.

Tinha escrito um longo post falando sobre e perdi por apertar um botão errado, não sei bem como. Irrita tanto quando isso acontece, que o quase-artigo vira uma frase, com o mesmo conteúdo:
Para quem gosta de literatura, a Entre Livros, revista recém-lançada, está imperdível, entrando desde logo para o rol das grandes publicações brasileiras do momento.
quarta-feira, junho 01, 2005
Excepcionalidade
Coisas loucas acontecem. Especialmente porque a fazemos.
Vez que outra olho pessoas no trem. Os mais diversos homens que me interessariam por um ou outro motivo, dos mais variados tipos e que, a ampla maioria, jamais me corresponderá no olhar. Quase nunca sequer percebem.
Segunda feira, mesmo, estava quase desabando por causa de um moço, deve ter lá seus vinte, forte, cabelo preto, traços fortes, até nem tão parecido com os loiros que normalmente me derretem, nem sei bem porque.
Pois ontem a perturbação foi bem maior quando me vi engolido, antes de ver. Quando olhei, já estava sendo cuidado por um olhar forte de um cara de uns 18, 20 anos, mais baixo, bonitinho, bem arrumado, tipico daqueles que marcam no vestir a sua expressão sexual. Olhei, segui sendo olhado. E assim ficamos, por quase meia hora. Na minha vez de descer, fiquei olhando, sendo olhado. Desci, lamentando não ser seguido. Quando o trem partiu, ele seguia cuidando e eu, subindo a escada, vi que era pra valer mesmo, o cuidado todo, tão recíproco. Desci de volta e peguei o trem até a Estação São Leopoldo, a seguinte e final da linha. Sai na rua, procurei na volta, na esperança de encontrar. Já vinha desistindo e ia retomar o trem para voltar e chegar, levemente atrasado, na minha aula. Quando cruzo com o dito-cujo que, ao me ver ali, ficou visivelmente assustado. Em meio à tensão que eu tava(sempre fico assustado quando tenho que agir), foi até divertido perceber o susto do outro. Saimos até um canto da Estação e conversamos, amigavelmente. Trocamos telefones, informações fundamentais sobre horários e a vontade de combinar alguma coisa, em breve.
Pra tanto impulso, bem que podia rolar ao menos uns beijos...
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