segunda-feira, abril 25, 2005
Nova leitura, finalmente
As exigências que me tenho feito em relação aos estudos me tiraram o tempo que dedicava à literatura, até pouco tempo. Assim, o que certamente teria feito em quatro, cinco dias, fiz em mais de um mês: terminei, finalmente, de ler Levantado do chão, um dos primeiros romances do genial José Saramago.
Esse é o segundo livro dele que leio - antes, o polêmico Evangelho Segundo Jesus Cristo. A linguagem usada, sempre jogando com os limites amplos que a nossa língua-mãe, linda, nos proporciona. A temática engajadíssima - contando a história de uma família de camponeses ao longo de um século da história de Portugal, sofrendo com a fome, com a exploração, com a violência do Estado, com a violência do álcool, a do homem contra a mulher, todas essas que conhecemos e tapamos os olhos, ainda hoje.
Saramago tem sido a cada vez mais um ídolo pra mim: alia a condição de um homem engajado nas grandes questões do seu tempo como um comunista exemplar que é com o talento de quem é talvez o maior escritor vivo, ao menos em nossa língua, mas talvez do mundo, sim... Ainda ser assim, talentoso e comunista, nos dias de hoje, são coisas pra poucos.
quarta-feira, abril 20, 2005
Presente fofo
Sábado ganhei da Melina, minha irmã, o CD novo da Fernanda Porto. Ainda não ouvi com atenção pra transmitir um julgamento definitivo, mas diria que o segundo disco não tem a qualidade do primeiro, até porque o primeiro é muito bom. Mas fica a seguinte certeza: as duas - Fernanda e minha irmã são umas fofas!
terça-feira, abril 19, 2005

Das alegrias coletivas
O futebol é uma das poucas coisas capazes de parar o País. E de deixar uma cidade alegre ou triste, como um sentimento generalizado, durante um, dois, três dias, na razão direta ou inversa de um resultado determinado. Assim é a minha Porto Alegre com o meu Inter: a conquista de mais um campeonato regional - o quarto consecutivo - num ano em que o rival inominável disputará a segundona do brasileiro faz com que a cidade toda esteja em vermelho, desde domingo. Ainda hoje as kombis escolares estão abarrotadas de crianças fardadas, os ônibus com marmanjos fardados ou discretas camisetas/camisas vermelhas que, associadas ao leve sorriso do rosto demonstram que ali está mais um colorado.
É bonito isso. As pessoas encontrando alguma coisa que as faça feliz.
segunda-feira, abril 18, 2005

Vi alguns filmes em DVD, no final de semana. Um deles é
Kamchatka, um filme argentino que passou por nossos cinemas mas não tinha tido a chance de assistir. Excelente! Trata da história de uma família classe média que tem sua vida totalmente alterada com o golpe militar na Argentina, em 76. Toda a narrativa se dá sob o ponto de vista de um garoto de uns dez, doze anos. Comovente!

E vi também E sua mãe também, filme mexicano, um dos primeiros de Gael Garcia Bernal, também com Diego Luna(que me lembrou um querido ex-caso meu, também meio gordinho/queridão, por assim dizer). É um road-movie em que dois garotos saem a viajar meio sem rumo em companhia de uma mulher mais madura e acabam compondo um triangulo. É um filme engraçado e comovente sobre amizade, sexo, descobertas, repressão, essas coisas todas de quem é adolescente ou adulto da primeira fase, como muito de nós o são. Um filme tesudo, no mínimo. Eu adorei. O reparo é a falta de legendas no DVD durante uns bons 10 minutos, inexplicável.
quinta-feira, abril 14, 2005
Agitos
Finalmente os dias quentes parece que estão se esvaindo, dando lugar ao frio tímido que a gente goza aqui, nesses tempos de (pré)efeito-estufa(não se faz mais frio como fazia quando eu era pequeno em Santana dos Carrapatos). E a vida parece que fica mais estimulante de ser vivida no inverno. Assim o é para mim, ao menos.
Estou estudando muito. De verdade. Como há tempos não fazia, se é que o fiz algum dia, assim, de verdade. Então as minhas leituras tem sido todas técnicas, o mais possível. Eu sempre costumo dizer que quando resolvo fazer uma coisa, não faço meia boca. E assim está sendo, agora, com a faculdade. Assim, estou há horas lendo o mesmo livro de literatura - o genial Levantado do Chão, do Saramago. E assim quase não tenho tempo pra outras distrações que faziam bem, como caminhar na volta do IAPI, como tinha já virado costume.
Essa semana, em particular, está sendo uma correria prenunciante do que será meu segundo semestre, quando irei fazer todas as cadeiras da faculdade; em razão de um curso de extensão sobre A prova lícita no Direito, fui todas as manhãs na Unisinos, além das noites habituais(segunda e terça). Mas foi muito bom. Estou até pensando em fazer mais cadeiras de manhã e trabalhar à tarde. Depende de avaliar se assim consigo me sustentar. Mas a idéia, fora a grana, é boa. E ter as noites livres pra estudar ou descansar, simplesmente.
Ao estudar com dedicação, numa área instigante como o Direito pode ser, a cada texto ou aula ou palestra se abre novas idéias para investigar, novas compreensões que nunca imaginariamos ter. É bom isso. E o que tem de bom é que eu agora estou maduro pra entender as coisas e terminar bem minha graduação. Um pouco tardio, mas certamente mais qualificado que se tivesse formado com 24 anos, como poderia ter feito. Vamos em frente... Hoje, com a explanação sobre a prova (i)lícita no processo penal, pude entender melhor sobre muitas dúvidas que tenho, sobre (in)justiça, essas coisas todas. Estou até agora pensando.
E ontem fui jantar bem, muito bem. Graças ao convite da Vó e do meu tio Afonso, fomos em familia - e como é bom a familia pra gente! - jantar no Riverside´s, que é um dos restaurantes meio badaladinhos por aqui, como sendo de gente mais abonada. Nem tão caro que não se possa ir, vez que outra. E por mais que me falte dinheiro e um pouco de etiqueta, tem alguns desses lugares - esse é um - que são bons.
terça-feira, abril 05, 2005
A que ponta chegamos
Tudo bem que o tal do Jean - ganhador do Big Brother - pode ser um bom menino, cumpridor dos deveres, homossexual assumido, educado, trabalhador, etc, etc. Que bom pra ele... Mas dai a uma vereadora - aliás, do meu ainda partido - daqui de Porto Alegre, a senhora Maristela Maffei, protocolar projeto que concede título de cidadão honorário ao dito cujo, já é um passo muito largo para a banalização.
Porque o que mais importa pra entender o papel do dito não é se ele é honesto, trabalhador, educado e homossexual assumido - afinal, ser tudo isso é, digamos assim, uma obrigação de qualquer pessoa - não ser homossexual, mas o resto sim. E em sendo homossexual, não ser enrustido é uma condição de maior dignidade, digamos assim, não exatamente algo que o torne um herói nacional.
O que importa no caso é que ele só é uma celebridade graças a um programa totalmente banal, de uma televisão escrota, que, aliás, há horas o PT vem estreitando relações e passando a glorificar como se fosse um esteio da democracia.
Uma vereadora do PT propor tal projeto é um sinal dos tempos: a banalização e a preocupação em ganhar afagos da Globo tomou conta até - ou será especialmente? - do partido que queria combate-la como monopólio.
A propósito
Será que a podridão para a eleição de um Presidente da Câmara é maior que aquela que deve rolar nos bastidores de um "conclave" para a escolha de um Papa?
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