|
quarta-feira, março 30, 2005
Ampliando os horizontes Fui apresentado à obra de Tati Quebra Barraco. Confesso que não sei exatamente o que dizer. Ao contrário da baixaria na televisão - Ratinho, Gilberto Barros, Big Brother - que eu sou contrário, acho um saco, etc, etc, tendo a ser mais tolerante com a música baixa, de modo geral, porque ela permite às pessoas não escutarem, simplesmente - mudar de rádio, não ir aos lugares onde se ouvem esse tipo de música, etc. Além disso, não há como negar a originalidade de alguns, tipo essa guria, o próprio Latino, pra falar de dois mais "qualificados". Bom... eu ri muito ouvindo.
 Belíssimo Horizonte III - Os lugares Minas Gerais não tem praia. Mas tem uma identidade ímpar. E belezas naturais e, especialmente, arquitetônicas, que marcam essa identidade. Tanto em suas cidades históricas que, infelizmente, ainda não conheço, seja na capital, por onde edifícios antigos se aliam a novos com grande harmonia. Uma cidade que tem a marca forte do arquiteto Oscar Niemeyer, em diversos pontos da cidade: tanto no centro como, especialmente, na Lagoa da Pampulha, onde três projetos dele embelezam as voltas da Lagoa que, infelizmente, está muito suja e poluida, causando um certo incômodo a quem resolve andar em sua volta caminhando. Mas há harmonia e preservação do antigo sim. O centro de BH é mais espaçoso e mais limpo que o de Porto Alegre, mesmo que o novo não seja feio não - temos grandes centros culturais, teatro, etc, mas em meio a um centro muito apertado, incômodo de andar. Há, como aqui, um centro popular e um centro mais classe média(que aqui corresponderia a Cidade Baixa). Nessa parte, chamada de Savassi, se encontram muitos cafés mix e boates, os cafés aproveitando casas bonitas tombadas, fazendo lugares agradáveis de se estar. Estive em dois desses cafés, chamados de Café com Letras e Café Tina: ambos interessantes, o primeiro melhor(talvez porque estive nele num horário mais agitado, devo ser justo). Mas gostei mesmo. Aqui temos menos lugares assim e muito apertados, sem tanto charme, com muita gente, muito barulho. Eu sou meio ranzinza, não gosto de gente me empurrando nem gosto de gritar pra falar com alguém com quem estou ao lado. Por isso, detesto o nosso Venezianos daqui...  Enfim, a encantadora Praça da Liberdade - que praça linda! Ampla, muito mais que a nossa Praça da Matriz, a Praça dos Poderes mineira estará se transformando, segundo me informaram, num centro cultural, aproveitando seus casarões para tal. Bela iniciativa, se assim se concretizar. É bonita demais pra servir como abrigo à burocracia estatal, que pode, afinal, se acomodar em outro lugar com mais asfalto e menos árvores. Parabéns a uma cidade que consegue ser interessante como BH!
segunda-feira, março 28, 2005 Belíssimo Horizonte II - As pessoas Fui pra lá visitar um grande amigo daqui de Porto Alegre, que lá mora há três anos e que nesse tempo, vi uma vez. E é sempre bom conviver com pessoas queridas, que gostam da gente e têm o que acrescentar. Assim é o Carlos. Nunca passará em branco conviver com ele, seja alguns dias, seja sair pra jantar, apenas. São sempre conversas interessantes, histórias engraçadas, tudo isso que faz um interlocutor ser bom ou não. Carlos eu já conhecia, mas não tanto, certamente. E dos amigos dele só tenho a falar bem. Conheci mais exatamente três pessoas simpaticíssimas, ligadas a ele através das turmas em que ele é professor. E ainda por cima tive a oportunidade de conhecer Celso, um amigo virtual já de algum tempo(deve fazer quase um ano que a gente se fala pela net), que é uma dessas pessoas que, quando se conhece pessoalmente, mais ainda se cria um vínculo: um sujeito de boa conversa, como são quase todos os mineiros que conheci até hoje, mas além disso alguém com quem se tem muita afinidade pelas idéias de vida, pelos interesses: um amigo a mais, desses que a gente vê poucas vezes, mas adora falar ao telefone, receber um e-mail ou uma carta. O tempo em que conversamos, pouco mais de uma hora, foi suficiente pra saber que Celso certamente entrará nesse time, onde já estão o Elvis, amigo de Belém de uns cinco anos, que nunca vi; onde está Paulo, irmão de Carazinho, que vi pessoalmente umas quatro vezes, mas culpado por muitas contas de telefone alto que já tive; onde está Samuel, um carioca maneeeiro com quem falo há uns dois anos pela net. São essas coisas boas que a internet nos proporciona: conhecer pessoas interessantes de qualquer lugar. Mais que as pessoas que provavelmente seriam simpáticas em qualquer lugar, os amigos da net ou amigos dos amigos, fiquei impressionado com o povo em geral, que conversa longamente com você numa fila de supermercado, numa fila do Estádio pra comprar ingresso, numa parada de ônibus: mineiro não paga imposto pra conversar, ser querido com quem não conhece. Ou estou muito enganado.
Belíssimo Horizonte Há muito o que falar dos meus quatro dias em BH. E muito falarei. Começar por onde? Falar o que? Gostei muito, antes de qualquer coisa. Os mineiros são simpáticos, falastrões, acolhedores, charmosos. Que mais? BH é uma cidade grande - até demais -, muito arborizada, com um charme discreto como tudo de Minas. A mais? Voltei de lá menos inocente, sexualmente falando. E foi bom assim. Mais que isso, disso, não falarei. Mas até beijar eu beijei, lá... Uai, que mais dizer de bom?
segunda-feira, março 21, 2005 O Coelho não vai me encontrar em casa... ... porque eu vou viajar. Graças a um convite que eu nunca mais vou esquecer do meu amigo Carlos, eu tou indo conhecer Belo Horizonte. Um lugar que eu tenho quase certeza de que vou gostar, já que sempre gostei dos mineiros que eu conheci por aí, pelo mundo. E porque dizem que é uma cidade que lembra, de alguma forma, Porto Alegre. Pode ser... Vou com a bagagem cheia de expectativas. Tomara que volte com histórias pra contar.
O Peregrino Secreto MInha última leitura foi John le Carré, talvez o mais célebre autor de romances de espionagem. Boa leitura, instigante. O romance trata das lembranças, quase que contos, de um espião que está se aposentando e instrui sua última turma. Escrito em 91, logo após a Guerra Fria, é uma espécie de balanço desta, do ponto de vista de um espião inglês. O amargor de ter "vencido" uma Guerra e ver um mundo pobre, de gente má, de um capitalismo cruel, é uma das curiosas conclusões. Mas todos os detalhes são interessantes, fiquei interessado por entender um pouco melhor sobre espionagem e suas histórias, reais ou fictícias.
quarta-feira, março 16, 2005  Amanhã, 17 de março, Elis Regina faria 60 anos. Não há muito a dizer sobre que você não saiba, há? Linda, voz linda, etc, etc... Elis é talvez a grande voz brasileira conhecida, intérprete de algumas das grandes canções de todos os tempos. Não há que se ficar falando a-toa, amanhã os jornais estarão com textos muito melhores que todos aqueles que eu poderia tentar fazer. O negócio é ir ouvir Corsário, Madalena, Olhos nos olhos, etc, etc, etc... E eu sou do bairro em que ela se criou e onde hoje é nome de um Largo Elis Regina, por onde meu ônibus passa todos os dias, quase sempre no mesmo horário. Os gaúchos com a cabeça um pouco mais aberta sempre serão orgulhosos dela. É isso o que vale. Os moralistas, esse que definhem com sua caretice.
Beleza Hoje me lembrei: entre São Leopoldo e Sapucaia do Sul há uma estrada, chamada de "Estrada do Horto", um treço super arborizado, lindo. Nem parece encravado no meio da Região Metropolitana.
"Lá em casa tem um poço Mas a água é muito limpa"
quarta-feira, março 09, 2005  Na quinta passada tive a oportunidade de ver Menina de ouro, de Clint Eastwood. Trata-se de tudo o que dizem mesmo... Tem um elenco muito bom, tem conflito, tem roteiro bom, tem tudo ali... Dizer muita coisa a mais não vai acrescentar. Eu não gosto de boxe, não sou um entusiasta que ninguém o pratique, portanto. Mas o filme não é sobre boxe, mesmo que dele fale o tempo todo: o filme é sobre relações, sobre perseverança, sobre superação. E por isso é lindo. E Clint Eastwood, que foi meu ídolo de infância com seus filmes brucutus da linha Dirty Harry, necessariamente é um ídolo de idade adulta(?), graças aos filmes que tem feito e, merecidamente, o consagrado.
 Vi um filme impressionante no sábado, em vídeo. Dos que compunham minha lista de curiosidades há tempos: se trata de O Fantasma, um filme português dirigido por João Pedro Rodrigues. O personagem a partir do qual se desenvolve todo o filme é Sérgio, um lixeiro que aparenta não ter nenhuma estrutura familiar ou de grandes relações além do próprio trabalho, já que mora com os colegas, ao que nos parece. O grande detalhe é que Sérgio, guei, é um completo compulsivo sexual. Em boa parte da história, é essa sexualidade incontrolável dele que o mostrará "catando" em banheiros públicos ou qualquer outro lugar. A história ganha conflito definitivo no momento em que Sérgio se encanta de forma avassaladora por um rapaz classe média onde fora recolher uns eletrodomésticos. A partir dai, passa a mexer no lixo da casa, vigiar, segui-lo numa busca insaciável por um "algo mais" que esse rapaz parece representar pra ele. Muito forte, chocante, mas também tocante. Um filme completo, capaz de prender e de, dias depois, ainda fazer pensar. E causar fortes reflexos em quem assiste, advirto... Você pode sair dali fazendo parecido...
terça-feira, março 01, 2005 O Sorriso do Lagarto Finalmente, pude entender a qualidade de João Ubaldo Ribeiro, uma personalidade admirável, uma excelente entrevista, mas que em todas as tentativas de le-lo, tinha me frustrado. Agora, finalmente, peguei um bom romance dele e gostei. O Sorriso..., que já foi minissérie da Globo há uns dez anos atrás, conta sobre intrigas políticas, relacionamentos extraconjugais e faz até um debate interessante sobre bioética. Tem personagens riquíssimos e diálogos impressionantes. Interessantíssimo.
|