:: eu

Eu sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco sem parentes importantes e vindo do interior...
Onde e quando nasci: há 28 anos, em Cachoeira do Sul (RS)

Moro em Porto Alegre, na Vila IAPI

Estudo: Direito na Unisinos

Passatempos úteis: cinema e literatura

Esporte: futebol e F 1

Um time: Sport Club Internacional

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segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Alternatividades

Está rolando em Porto Alegre um Festival de Cinema Internacional de Verão, ou coisa que o valha. O fato é que vi, no final de semana, dois filmes, ambos nacionais, mesmo que o festival tenha também filmes de diversas outras nacionalidades, até mesmo estadunidense.

Os filmes:



Cama de Gato, filme de estréia do diretor Alexandre Stockler, poderia ser também seu último, a depender da qualidade. A história: três garotos baladeiros-classe-média-paulistanos resolvem abusar de uma menina que está ficando com um deles. A partir dai, tudo dá errado. O argumento de que parte o roteiro é interessante. E só isso. Tem alguns diálogos que demonstram inteligência, mas fica por aí. O filme é um amontoado de clichês e de moralismos. Não consegue ser mais que uma cópia caseira dos filmes do estadunidense Larry Clark, que costuma fazer filmes com temáticas sobre juventude e violência e que também é por demais apelativo e, ao mesmo tempo, moralista. Cama de Gato, infelizmente, não passa disso: choca o tempo todo, por opção. Mas isso não serve pra mudar a consciência do espectador, tanto que tem um final idiota, sem enlaçamento, sem resolução. E olha que sou um espectador tolerante com qualquer filme, ainda mais com filme brasileiro.



Língua - Vidas em Português, documentário dirigido por Victor Lopes, é uma dessas pérolas que a gente tem poucas chances de ver e eu não perdi a de ontem, mesmo sendo logo na saída do futebol, quando normalmente estou meio "chapado"(não literalmente, por isso as aspas).
O objetivo do filme é tratar um pouco sobre como vivem as cerca de duzentos milhões de pessoas em países ou regiões de domínio da nossa língua-mãe. O filme tem limites orçamentários, segundo li, que o tiram muito: não há no filme nada sobre Timor Leste, por exemplo, talvez um dos lugares que mais precisariamos, todos nós, conhecer. Mas o filme tem Rio de Janeiro, tem Lisboa, Moçambique e uma comunidade da Índia que mantém os costumes e linguagem lusa. Assim, o filme consegue integrar um pouco essas pontas. No Brasil, se mostra um vendedor de balas e pastor, personagem interessante, mas não a ponto de ter o espaço que tem na fita. E aparecem os pecuaríssimos João Ubaldo Ribeiro e Martinho da Vila. Além deles, os geniais Mia Couto e José Saramago, que sempre rouba a cena com suas frases.
Martinho da Vila, no entanto, fecha o filme com uma constatação que diz tudo e justifica o filme: "é muito recente esse interesse mútuo que tem ocorrido entre os países da comunidade de lingua portuguesa. E apesar disso, as identidades são muitas."
Se o filme podia ser melhor, ele não perde de ser encantador: engraçado, tocante, bonito e reflexivo. Tomara que todos tivessem a sorte de vê-lo.


:: por Marcio | 18:01




terça-feira, fevereiro 22, 2005

Um pouco sobre as leituras de férias

Estou em casa desde meados de janeiro. As duas coisas que mais faço são ler e caminhar. Na segunda atividade, alguns frutos, mesmo que ainda insuficientes: perdi uns cinco quilos dos quinze que eu gostaria de eliminar. Vamos em frente, aos poucos...

Mas nas leituras, muitas coisas boas.

Com o tempo livre, a atenção pode ser maior às obras, com isso a apreensão será maior, também. Me arrisquei em algumas coisas que nunca tinha ido, reforcei outras que já conhecia e gostava.

Li Ovelhas Negras do Caio Fernando Abreu e me tornei um pouquinho mais fascinado por seus contos tocantes, nos diversos caminhos que possa tomar. Alguns contos desse livro jamais esquecerei. E se trata de uma coletânea de algumas coisas que ele tinha cortado de seus livros, por não gostar, ou de coisas que compõem seus primeiros escritos. Interessante, mesmo.

Nessa mesma linha vem Rastros de Verão do João Gilberto Noll: um dos primeiros romances dele, de 86, é um texto parecido com a obra dele, em geral: um sujeito chega a Porto Alegre em busca do pai, que está morrendo. Na chegada encontra um garoto que está partindo para o Rio. Os dois vão conversando, vai se insinuando que rolará algo entre eles. Ele acaba se instalando no apartamento onde o guri mora, se envolve também com a mulher que hospeda o rapaz e por aí se desenrola. Calor escaldante, fim do carnaval... Coisas da fascinante obra do Noll.

As mais notáveis leituras foram dos clássicos:

Relações Perigosas, de Choderlos de Lachos é uma obra intensamente adaptada para o cinema e teatro, ao menos uma versão por década(a última foi a versão fashion Segundas Intensões. O livro, presença obrigatória em qualquer coleção de clássicos da literatura universal, é uma coletânea de cartas trocadas entre os personagens de Lachos: nobres que, sem muito de útil a fazer, se envolvem em jogos de sedução. Perversos alguns, irritantemente ingênuos outros, os personagens, as frases, cada detalhe é fascinante. É uma rica denúncia do que era a vida desses nobres pré-Revolução Francesa, mas segue atual, porque a maldade ainda não acabou. Apesar de ainda não ter vencido, também...

E a maior de todas as leituras dos últimos tempos: o livro com as novelas Tônio Kruger e A Morte Em Veneza, do escritor alemão Thomas Mann, filho de uma brasileira, por sinal. Especialmente a segunda é um clássico, ao contar a história de um cinquentão que, numa temporada na praia, se encanta por um menininho de uns quinze anos, um verdadeiro Deus da beleza, a quem passa a obssessivamente cuidar nos dias seguintes, praticamente enlouquecendo em meio àquela paixão e a um surto de cólera que toma conta da cidade de Veneza. Escrita em 1912, a novela é muito ousada: talvez uma das primeiras grandes obras a tratar de homossexualidade. Mas não só disso: do culto à beleza, de pedofilia, de muitas coisas que ainda hoje causam polêmica. Se lançada nos dias atuais, no Brasil, certamente causaria polêmica, no Brasil que elege como presidente da Câmara dos Deputados um sujeito, o tal Severino, que é do setor mais reacionário do que um dia foi a Arena e do que ainda é e será sempre a Igreja: Severino Chique-Chique é contra os avanços que tramitam no Congresso para os direitos dos homossexuais serem reconhecidos. Há anos tem sido ele o articulador das obstruções aos diversos projetos de união civil, parceria civil, o que quer que seja. Agora ele é que manda...

Mas voltando à vaca fria: Morte em Veneza fascina. É uma leitura encantadora, em cada frase. Uma história que me perturbou muito, me deixou com vários contos na cabeça, que pretendo desenvolver, parafraseando a clássica novela. Agora quero criar coragem para entrar em algum romance do tão temido escritor alemão.


:: por Marcio | 15:45




segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Re-começar

Hoje é um dia importante: recomeçam algumas coisas da minha vida, depois de um recesso que eu mesmo decretei em tudo, ao sair do meu trabalho.

Ainda não sei que dia nem se vou começar no trabalho novo que está encaminhando-se, junto a um escritório de advocacia. Mas ao menos está começando as aulas. Naquele que promete ser o primeiro semestre do fim da minha graduação, que um dia, ao que parece, chegará.

Explico: depois de fazer dois anos na UFPel, mudei pra Porto Alegre e para a Unisinos. Depois disso, tenho feito - por limites de grana e tempo - uma ou duas cadeiras por semestre. E fiquei dois anos inteiramente parado. Agora, ao contrário, estou recomeçando hoje as aulas no semestre em que mais farei cadeiras - três - até agora. E daqui pra frente, serão ainda mais. O ritmo nunca baixará disso até que em quatro anos, estarei formado. Tudo isso porque estou com vontade e porque consegui ser incluido no financiamento que a própria Universidade concede aos seus. O pagar depois de formado é outro problema. Se eu seguir assim na M depois de terminada a graduação, o problema então é outro...

Assim, terei aula nas segundas à noite e nas terças pela tarde e pela noite. Estou super entusiasmado. Agora vai!


:: por Marcio | 19:09






O Aviador

Hoje fui ver O Aviador, de Martin Scorsese. O filme que provavelmente ganhará o Oscar.

Tem as credenciais para tal: conta a história de um sujeito, tem três horas de duração, cenas grandiosas, elenco razoável pra bom, grande diretor. Um diretor injustiçado, por sinal, pela tal Academia. Bom, mas o Oscar pouco importa.

O filme: uma história fascinante de um sujeito fascinante. Um bom ator, apesar de sua eterna juventude, que descaracteriza um pouco o personagem. Um bom elenco de apoio. Um diretor impressionante, sempre. Pra mim, um dos cinco maiores vivos, pelo menos. Nunca vi nada de Scorsese que não me impresionasse. E o grande teste para um grande filme: tem três horas e não cansa. Que mais dizer? Bem, não conhecia a história de Howard Hugues antes do filme, não posso falar de sua fidelidade ou não aos fatos. Mas é um dos filmes da temporada, sem dúvida.


:: por Marcio | 18:59




quarta-feira, fevereiro 16, 2005



É difícil definir de forma simplista De-lovely. Mas se trata de um grande filme. Isso que não gosto de musicais, isso que não conhecia nada da vida e quase nada da obra de Cole Porter. O certo é que é um filme bem feito, encantador.

O autor de Night and day, I´ve got you under my skin e muitas outras célebres músicas do cancionário estadunidense era excêntrico, dramático, apaixonado por tudo. Assim viveu uma paixão de uma vida toda por sua esposa, mesmo que sempre entre tórridas transas ou romances com homens. O filme desenvolve tudo isso de forma bonita e, mesmo nos momentos mais tristes dos dias derradeiros do personagem, o filme nunca degrada, apenas emociona. Bonito, bonito.


:: por Marcio | 13:14




sexta-feira, fevereiro 04, 2005



Duas coisas:

1. Infelizmente, estou sem acesso à internet. Estou em casa, durante uma "espécie de férias" que me separa de um emprego para outro. Nesse meio tempo, estou lendo - e muito. Vendo filmes quando posso, o bom futebol de vez em quando e aproveitando para descansar e emagrecer, o que tem acontecido, de forma lenta e gradual.

2. De tudo o que vi e li durante esse tempo, caberia indicar aos amigos o filme Os Sonhadores de Bernardo Bertolucci. O filme conta os dias de três estudantes - dois franceses gêmeos e um estadunidense - que passam encerrados em uma casa num processo de descobertas enquanto o Maio de 68 corre nas ruas. Estou numa lan house que se paga ao minuto, por isso não vou descrever detalhes. Mas o filme é lindo, os protagonistas são lindos. Como eu gosto, o filme faz ria, chorar e pensar, tudo o que uma história precisa fazer com o espectador. Quem perder esse filme, estará perdendo o filme dos últimos anos, a meu ver. Meu modesto ver...


:: por Marcio | 13:31