:: eu

Eu sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco sem parentes importantes e vindo do interior...
Onde e quando nasci: há 28 anos, em Cachoeira do Sul (RS)

Moro em Porto Alegre, na Vila IAPI

Estudo: Direito na Unisinos

Passatempos úteis: cinema e literatura

Esporte: futebol e F 1

Um time: Sport Club Internacional

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segunda-feira, outubro 25, 2004

Delícias da vida

Em meio ao pavor do monte de coisas ruins acontecendo, ao menos tive um super-sábado: vitória do time em clássico em que nem iria - a quinta do ano - e um super banho de chuva - durante e depois - , que são duas das coisas boas da vida. Só faltou o resto depois: uma super refeição me esperando em casa, sexo e sorvete.

Mas outros sábados virão!


:: por Marcio | 14:25




sexta-feira, outubro 22, 2004

Ando tão à flor da pele
que qualquer beijo de novela
me faz chorar


A rara sensibilidade da letra de À Flor da Pele, do Zeca Beleiro, diz mais ou menos da minha situação. Faz tanto tempo que não conheço outro corpo que todos qualquer coisa bonitinha me deixa desestabilizado. Não há um dia que não chegue ao fim da linha de ônibus perdido nos volumes ou nos cabelos ou nos olhos de alguém.

Todos os meus intervalos de almoço tenho aproveitado para curtir o Parque da Redenção, talvez a melhor coisa de Porto Alegre. E lá ontem me apaixonei: um rosto lindo, braços fortes, um jeito todo... Assim tem sido: umas duas ou três perdições ao dia.

Eu convivo bem com o estar-só, mas não com a solidão, assim quando se apresenta inteira, intransponível. Mas esses dias estão terminando. Tudo vai mudar depois da eleição: vou ter mais tempo pra mim, pra me arrumar, pra correr, pra emagrecer, pra ficar mais bonito. Ao menos se ninguém mais se atrair, eu vou gostar de mim de novo.


:: por Marcio | 09:21




segunda-feira, outubro 18, 2004

A triste sensacao da finitude

Era um rosto que chamava a atencao. Tinha uns tracos e um jeito redondo e os olhos que lembravam um ex-namorado. Mais uma barba sem bigode que necessariamente torna alguem chamativo. Mais um piercing que tambem chama atencao. Mais um charme no vestir e caminhar que ma atraiu, nas poucas vezes em que o vi e tentei de alguma forma ser correspondido nos olhares. Lembro necessariamente de uma vez, num paradao da Oswaldo Aranha, num domingo daqueles em que se tomam duas ou tres termicas de chimarrao e depois de mija um dia inteiro, chegando a noite sem controle. Aquele era um rapaz discreto, charmoso e que me atraia. Mas era apenas uma visao...

Foi um choque ver sua foto no obituario. Missa de setimo dia. Tinha morrido na rua, num assalto, num sabado de noite. Tinha 22 anos, lia muito, vivia "com a sofreguidao tipica dos que vivem pouco", disse a mae dele. Chocante, porque de uma idade parecida com a minha, talvez alguns habitos parecidos com o meu. Tinha materialidade aquele cara. Passei o sabado inteiro um pouco em choque com o fato de que a gente realmente pode morrer jovem, tendo cara bonita e inocente, sendo canalha, sendo velho, sendo o que for. Se morre... Nao que eu nao tenha passado perto disso: destrui um carro certa vez contra um poste, 22 anos. Quase fui. O cinto de seguranca me salvou daquela vez.

Ver aquela foto no obituario me deixou estranho e reflexivo e deprimido como ninguem gosta de estar. Isso que era apenas uma visao, uma pessoa distante. Mas alguma identidade qualquer que poderia ter com ele me deixou assim... triste. Queria poder mandar meus sentimentos a familia do rapaz. Apenas isso.


:: por Marcio | 11:08






Mad Maria

Fazia um tempo que tinha curiosidade em ler esse livro, mas foi depois de ver o autor, Marcio Souza falar em nossa Oficina, numa noite, num acaso da sorte, que acabei buscando para ler.
Mad Maria trata da construcao da ferrovia Madeira-Mamore, no inicio do seculo XX, em plena selva, numa obra monstruosa e um tanto sem sentido. Fala de uma parte curiosa da historia do Brasil menos trabalhada pela historiografia ou pela literatura, a republica velha, a estruturacao de uma identidade ainda hoje autoritaria, personalista e ultra-capitalista que vivemos. Fala de dependencia, corrupcao, brutalidade, sexo, essas coisas boas e ruins. Por isso mesmo, um grande livro, uma historia bem narrada, salvo momentos em que procura ser bem humorado e, na minha opiniao, quebra o ritmo. Do tipo de leitura que, necessariamente, faz voce chegar ao final com algum tipo de mudanca em suas ideias. E eu sou fascinado pela historia do Brasil, pela construcao da identidade, pelas regioes que nao conheco. Por isso, gosto de ler sobre a Amazonia, imaginar como vivem as pessoas em Manaus, Porto Velho e outros lugares que talvez nunca conheca. O livro tem isso tudo...


:: por Marcio | 10:24




quarta-feira, outubro 13, 2004



Passando o final de semana na casa dos meus pais, aproveitei para ver
Regras da atração, que me despertara curiosidade mas, pela rapidez com que passou pelos cinemas, não pude ver. Tinha lido críticas muito desfavoráveis em tudo quanto era lugar. Mas elas têm muito de preconceito contra filmes com temática adolescente. Mas nem todos são "Porkys", "American Pie", etc. Há os que tratam da crueldade que é ser jovem, ter dúvidas ou mesmo ser canalha. E Regras da atração é sobre isso.

Nenhum de seus inúmeros personagens é exatamente inocente, pobrezinho. Todos tem um cinismo e calhordice em seus atos que por horas nos deixa um tanto putos. Mas também sofrem, amam, correm atrás de coisas, se sentem estranhos, como todo jovem. É disso, afinal, que trata.

O elenco é talentoso também. Tem James Van Der Beek, ex-Dawson Creek, muito bem como o protagonista, tem uma tal Shanny Sossamon que é bonita e boa atriz e tem especialmente um cara apaixonante, Ian Somerhalder, o moço da foto acima, que faz o papel de um gay que se apaixona pelo personagem de Van Der Beek e corre atrás dele durante todo o filme.

Vale ver o filme, não é assim tão descartável quanto dizem.


:: por Marcio | 11:21






Os dragões não conhecem o paraíso

É... eu tou terminando de ler mais um livro de contos do Caio Fernando Abreu. Ele é fascinante, perturbador, lindo, tudo isso...

Pode parecer pretensioso demais isso, mas eu tive a nítida sensação de ser um personagem de algum dos seus contos que resolveu sair do livro.


:: por Marcio | 10:51








A falta que ele nos fará!

É... escritores morrem... Velhos, mas morrem... Um dia antes de completar 81 anos, morreu um dos grandes escritores do século XX, Fernando Sabino.

O Brasil perde um dos seus grandes, isso, aquilo... Não, não vou falar clichês... Eu vou ser mais clichê ainda: falar do que ele tem a ver comigo e porque fiquei um pouco mais triste segunda, com a notícia.

Li Sabino com menos de 12 anos, a primeira vez. É daqueles autores de contos e crônicas que as boas professoras colocam para seus alunos interpretarem textos. Foi assim que ouvi falar dele pela primeira vez. Depois resolvi tirar para ler O Encontro Marcado, um livro perfeito sobre a transição da infância para a vida adulta, sobre as ânsias e sofrimentos da juventude. Um livro atual, apesar de tanto tempo... Eu li esse livro três vezes, ao menos, que me lembre. Tenho ele autografado por Sabino. Nunca o vi pessoalmente, mas mandei umas duas ou três cartas pra ele e recebi dois livros de presente, pelo correio. Autor de um dos livros que mais me marcou, ainda criança, pré-qualquer-coisa.

Um cronista excepcional, de rara sensibilidade. Uma boa pessoa, bem humorado. Essas eram as coisas de que se falava dele, não agora morto, mas antes, vivo. E autor de novelas policiais sem igual: leiam o livro Faca de dois gumes: ali estão três novelas eletrizantes, uma mais que a outra.

Sabino sofreu nos seus últimos anos com um deslize que não deve dar um imortal: ter se prestado a escrever Zélia, uma paixão. Nisso brigou com amigos, foi criticado, gerou um monstrengo pelo qual será lembrado sempre. Uma pena. Uma injustiça, porque não, com um dos autores mais cativantes que já li.


:: por Marcio | 10:38




quinta-feira, outubro 07, 2004

Sorria(?), você está sendo vigiado!

Com o ritmo intenso dos dias no entorno das eleições, não escrevi na última semana. Só agora me somo aos protestos do Rodrigo em relação à instalação de câmeras de vídeo no centro da cidade.

A polêmica na cidade - curiosamente criada com a instalação das malditas câmeras pelo Governo do Estado às vésperas da eleição - é se devem ou não ser divulgados os locais onde as câmeras estão instaladas. Os mais fervorosos defensores do "BBB ampliado" acham que a divulgação da informação sobre os locais onde as câmeras estão monitorando perde a eficácia destas, que seriam criar um pânico nas pessoas e faze-las precavidas em toda a cidade, com o medo de "poderem estar sendo" vigiadas em qualquer lugar, até ao chegar à janela de casa(por enquanto, depois talvez até no W.C.)

Nem se cogita mais a polêmica sobre se é certo ou não instalar câmeras vigiando as pessoas, dado que isso é considerado questão vencida. Os que ousam ir contra as câmeras não tem espaço na mídia, são fustigados pela classe média, perdem poder na opinião pública, etc, etc.

Pois por mais que não mude xonga nenhuma, eu sou contra câmeras de vídeo na rua!

As câmeras trazem como discurso mais imediato a idéia de que, com elas, os "bandidos" não mais praticarão delitos, tais como tráfico de drogas ou punga em sua área de abrangência, para não serem flagrados. Por isso a idéia de que, não divulgando onde elas estão, se amplia mais a área em que não ocorrerão tráfico, pungas e outros.

Só que agora se coloca em lugares onde ocorrem muitos assaltos. A classe média e os jogadores de dama da Praça da Alfândega acham legal.

Depois, se coloca nos lugares onde se trafica drogas. A classe média, os velhinhos, as mães, os pais, quase todo mundo acha legal.

Depois, se coloca nos pontos em que as pessoas fumam maconha. Todo mundo acha legal, menos os fumadores de maconha e o DENARC.

Depois, em lugares de prostituição. Todos acham legal, menos as putas e os michês e os clientes das putas e dos michês.

E assim, se limpou a cidade do seu pior e do seu melhor. Quem foi que disse que é errado fumar maconha? Quem foi que disse que temos que acabar com as zonas de prostituição? Quem foi que disse que temos que acabar com os locais de pegação?(muita gente defende o cercamento do Parque da Redenção, o maior da cidade, em razão disso, antes de mais nada)

Sinceramente: eu quero viver num mundo onde não hajam assaltos. Mas eu não vejo nada de errado em alguém fumar um no meio da rua. Não vejo mal nas pessoas se comerem no chão de um parque, por mais que nunca tenha feito isso(o que não descarto um dia fazer, aliás)! E tudo isso será absolutamente eliminado em pouco tempo com as tais câmeras espalhadas por todos os cantos da cidade.

E daí tem outras coisas que ninguém fala:

- O uso das imagens de crimes serão usadas para identificar criminosos. Beleza. E aquela cena do Joãozinho chupando o Zézinho ali debaixo daquela árvore, nunca vai ser usada pra chantagear um dos dois por um policial corrupto que cuida do destino das imagens?

- Em caso de manifestações, protestos, greves, rebelião, quebra-quebra, as imagens não servem para mapear os cidadãos que participam de atividades políticas? E se eventualmente um dia entrarmos de novo em um regime de exceção?

Eu tenho pânico dessas câmeras, sinceramente. Acho que vou começar a andar com uma meia tapando a cara. Só não tenho como esconder a barriga...


:: por Marcio | 14:17