segunda-feira, maio 31, 2004
Personagens e situações bizarras. Histórias estranhas com finais ainda mais. Diálogos hilariantes - quase morri rindo ao ler Idiotas que falam outra língua. Isso é Rubem Fonseca, um dos maiores escritores vivos do Brasil. Esse livro de contos não é a melhor coisa dele, mas é ele, como sempre. Uma boa leitura.
Agonia
Eu normalmente recebo no último dia do mês. Tinha certeza de que bastava chegar na segunda. Não recebi.
Agora eu descobri que a culpa do não-recebimento não é do DRH daqui do trabalho, mas do banco, mesmo. As pessoas que recebem sua bolsa pelo BB estão felizes da vida, comendo até. Eu e os demais trouxas que somos clientes dessa merda do Banrisul, ficamos até amanhã esperando para o banco liberar um dinheiro que ele reteu, por má-intenção ou incompetência. E o pior é que eu vou ter que correr atrás de credores pra pagar contas com juros, me desculpar com as pessoas pra quem devo, pedir mais dinheiro pra poder ir à aula hoje, essas coisas todas. Eu pago juros por atrasar minhas contas. Banco não paga por reter o dinheiro das pessoas. Canalhas, nada mais.
sexta-feira, maio 28, 2004
Cabalístico
Número total de posts: 666
Talvez o que me falte
seja ser mais frio em relação às coisas. Ontem desabei, não tinha como não: larguei minha irmã na parada de ônibus e provavelmente não a veja mais por vários meses, na ida de volta pra casa passei numa padaria e percebi que não tinha dinheiro pra comprar uma cuca - e eu não queria comer cacetinho, baguete, sonho, mas cuca -e dai quando chego em casa ainda tem uma cobrança da Unisinos me tratando como um estelionatário, ameaçando não liberar minha matrícula - se não fizerem isso, não tenho mais emprego. Tudo isso me fez sentir um merda e desabar. Devo ter ficado uns trinta minutos chorando copiosamente.
E como faz bem chorar. Limpa o que tá guardado de ruim e potencializa a revolta da gente.
quinta-feira, maio 27, 2004
Tenho achado
que me falta ler mais poesia. Talvez a minha vida e o meu texto ficasse mais interessante.
Burguesia
George Israel - Ezequiel Neves - Cazuza
A burguesia fede/A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia/Não vai haver poesia
A burguesia não tem charme nem é discreta
Com suas perucas de cabelos de boneca
A burguesia quer ser sócia do Country
A burguesia quer ir a New York fazer compras
Pobre de mim que vim do seio da burguesia
Sou rico mas não sou mesquinho
Eu também cheiro mal/Eu também cheiro mal
A burguesia tá acabando com a Barra
Afunda barcos cheios de crianças
E dormem tranquilos/E dormem tranquilos
Os guardanapos estão sempre limpos
As empregadas, uniformizadas/São caboclos querendo ser ingleses
São caboclos querendo ser ingleses/A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica/Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia/A burguesia não repara na dor
Da vendedora de chicletes/A burguesia só olha pra si
A burguesia só olha pra si/A burguesia é a direita, é a guerra
A burguesia fede/A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia/Não vai haver poesia
As pessoas vão ver que estão sendo roubadas
Vai haver uma revolução/Ao contrário da de 64
O Brasil é medroso/Vamos pegar o dinheiro roubado da burguesia
Vamos pra rua/Vamos pra rua/Vamos pra rua
Vamos pra rua pra rua, pra rua/Vamos acabar com a burguesia
Vamos dinamitar a burguesia/Vamos pôr a burguesia na cadeia
Numa fazenda de trabalhos forçados
Eu sou burguês, mas eu sou artista/Estou do lado do povo, do povo
A burguesia fede - fede, fede, fede/A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia/Não vai haver poesia
Porcos num chiqueiro/São mais dignos que um burguês
Mas também existe o bom burguês/Que vive do seu trabalho honestamente
Mas este quer construir um país/E não abandoná-lo com uma pasta de dólares
O bom burguês é como o operário/É o médico que cobra menos pra quem não tem
E se interessa por seu povo/Em seres humanos vivendo como bichos
Tentando te enforcar na janela do carro/No sinal, no sinal
No sinal, no sinal/A burguesia fede/A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia/Não vai haver poesia
terça-feira, maio 25, 2004
Busca de influências
Tenho lido num ritmo menos lento e, final de semestre, isso tende a diminuir ainda mais. Mas na última semana li O cego e a dançarina, livro de contos - o primeiro lançado - do gaúcho João Gilberto Noll.
Curiosamente, já tinha começado a ler quando o Charles me disse, depois que apresentei um conto na última aula, que devia le-lo, pois era um autor que tinha muito na obra a questão da homossexualidade e outras temáticas contemporâneas de forma muito bem tratada.
Confesso meus limites: não entendi onde João quis chegar em alguns contos, bastante abstratos, mas há ao menos uns cinco contos magistrais nesse livro, especialmente o primeiro, chamado "Alguma coisa urgentemente".
O cego e a dançarinafoi lançado em 1980. Trata de uma época cheia de traumas, da ditadura. Em muitos textos está presente isso: o exílio, a prisão, a fuga, a morte. São personagens abalados, à beira do surto. Mas alguns muito ricos em conteúdo, atitude. Achei bala. É um autor interessantíssimo de ser lido, vou em busca de ainda mais coisas dele.
segunda-feira, maio 24, 2004
Salvo
Ainda bem que meu pai me mandou uns pilas hoje...
Quase-ócio e quase-fome
Isso define o final de semana: por detalhes cavei as minhas refeições, porque a crise anda feia e quase não fiz nada, só tive uma reunião no sábado de manhã e no resto do tempo fiz pouco pela vida: fui ao jogo do Inter no sábado de noite - entro "de graça", por ser sócio; vi a F1 no domingo de manhã - finalmente uma corrida com disputa, emoção - aliás, o Schumacker deveria se aposentar, pra esse esporte voltar a ter vida. Domingo com a família, durante algumas horas - a irmã em Porto Alegre. E a gripe, quase sempre, pegando no pé. E muita calabresa com arroz, na falta de oportunidade para se comer outra coisa qualquer.
quarta-feira, maio 19, 2004
Aviso aos navegantes que
o contador ao canto superior foi instalado hoje, já que o outro ficou fora do ar durante um ano, talvez. Assim, o número que nele consta é apenas ilustrativo. É o número de visitas a partir de 19 de Maio de 2004, ou seja, quando o Paranóia já tinha dois anos e três meses de vida.
terça-feira, maio 18, 2004
A tristeza de um rebaixamento
Fazem mais de cinco anos que não moro em Pelotas e, por conseguinte, perdi um pouco meus vínculos com o meu time de lá. Agora voltei a ter minha relação de paixão no futebol com o Inter, nada mais natural pra quem mora e morará em Porto Alegre. E é meu time de infância, aquele que a gente herda do pai, não escolhe, aquela paixão que se relaciona com a irracionalidade típica do futebol.
Minha relação com o Pelotas é diferente, nem por isso menos intensa: fui morar na cidade de mesmo nome com treze anos. O time quase ganhou um Gauchão naquele ano de 92. No ano seguinte, novamente. E daí eu morava há apenas uma quadra do Estádio da Boca do Lobo: via a movimentação dos dias de jogos, ouvia os gritos da torcida, fui me apaixonando. De tal forma que um ou dois anos depois convenci meu pai a me deixar ir aos jogos. Em pouco tempo, era um apaixonado pelo time, algo que um jogo apenas das arquibancadas é capaz de fazer com você.
Vi grandes jogos lá. Pensava até em me meter na direção do clube, não tivesse vindo embora pra Capital.
Agora o que se vê do Pelotas - de uma torcida infinitamente minoritária na cidade(o Brasil detém pelo menos uns 70% da torcida local), mas profundamente apaixonada - é o rebaixamento pra Segundona do Campeonato Gaúcho, com quatro rodadas de antecipação, nove empates e treze derrotas. O clube sem diretoria. Um caos. Na TV, hoje ao meio-dia, mostravam as imagens de hoje e de outros momentos - as arquibancadas uma hora cheias e vibrantes, agora vazias, pessoas chorando. Me tocou fundo. Dá vontade de estar lá agora, chorando junto.
Os grandes sofrimentos fazem parte e revigoram a paixão de uma torcida por seu time. Espero que assim seja com o Pelotas, que passe pelo inferno e volte forte, pra ser um dos grandes do Estado, quem sabe. De longe, estarei torcendo por isso, chorando e vibrando, conforme a hora. Como agora choro, discretamente, distante, pelo que estamos passando.
Oferecimento/Convites
Acompanho alguns blogs coletivos que considero muito bons. Estou um pouco cansado da fórmula do meu, por mais que pretenda continuar nele por um bom tempo ainda, já que há algumas pessoas que se dispõem a le-lo.
Mas tenho pensado que gostaria de participar de algum(ns) outro(s) blog(s), que dividisse a manutenção com outros parceiros. Creio que esse tipo de formato fica melhor se tiver um tema. Estou me colocando à disposição dos amigos pra formar alguma experiência, tanto faz o tema, vários me interessariam, tipo: um blog sobre o Inter ou sobre futebol, de modo geral; sobre política; sobre cozinha; literatura; cinema; homossexualidade. Temas não faltam, só falta a parceria. Fica o convite! Ou melhor: espero convites!
A orelha de Van Gogh
Como qualquer livro de contos, esse tem bons e ruins. Mas gostei, de modo geral, do humor sarcástico, fino, dos escritos mais curtos do autor, que só conheço pelas crônicas do jornal - que também alternam momentos excelentes e pífios, como seria natural a qualquer autor que escreve tanto, como Moacyr Scliar - ele escreve pelo menos duas vezes por semana pra Zero Hora, uma vez para a Folha. A brevidade da maioria dos seus contos até me inspirou a tentar - e conseguir - escrever uma história que não entrou na segunda página, algo que nunca tinha conseguido.
sexta-feira, maio 14, 2004
Curtas
- Tenho lá as minhas críticas ao que se transformou o regime de Cuba, mas o Fidel deu uma ganhada nessa: comandou uma grande manifestação de repúdio às barbaridades que os vizinhos estadunidenses vem promovendo contra os iraquianos. O cartaz da foto de cima é sensacional.
- O Governo Federal deu uma baita rateada ao decretar o cancelamento do visto do jornalista energúmero que escreveu aquelas merdas sobre o Lula. Devia ter processado, pedido o cancelamento do visto na justiça, mas a própria vítima executar uma vingança no dia seguinte é muito infantil, pra dizer o mínimo. Rateou.
- Eros Roberto Grau é um dos grandes nomes do Direito brasileiro. É uma das vezes em que o Lula melhor usou sua caneta desde o início do seu governo, a nomeação dele para o Supremo Tribunal Federal.
quarta-feira, maio 12, 2004
Fui ontem assistir a um belo espetáculo, daqueles pra se aplaudir de pé: o show de Raul Ellwanger, um dos mais clássicos compositores do que poderia se chamar música popular gaúcha. Por mais que Ellwanger seja destes injusticados, porque enquadrar ele no rótulo de regional é um crime: ele se esforça o tempo todo pra provar que não é regional, é latino, brasileiro, universal. Sua obra se relaciona com Mercedes Sosa, com Ferreira Gullar, com João Gilberto, tudo quanto é coisa que não é gaúcha.
O autor de Pealo de Sangue, considerada uma das músicas mais significativas do que seja o Rio Grande, faz um espetáculo emocionante, mesmo, ou talvez exatamente, por ser simples, despojado, dialógico.
Eu não conhecia nada dele a não ser sua música mais famosa, mas fiquei tocado, tanto que já sai com seu último CD, A Boa Maré. E quero prestar atenção não só nele, mas em outros autores gaúchos com o qual gostaria de ter mais contato com o trabalho e que estavam ontem lá, o menos célebre lá era eu(que não sou nada célebre mesmo). Mas quando eu vi, tinha Bebeto Alves e Nelson Coelho de Castro na minha frente, logo depois chegou Gélson Oliveira, dentre outras figuras da arte e da política gaúcha que tavam lá entre um Teatro não muito lotado.
Legal que Porto Alegre oferece essas coisas pra gente, ainda mais a R$ 5.
segunda-feira, maio 10, 2004
Eu sou suspeito pra falar sobre esse filme, porque sou fã do Walter Salles desde o primeiro filme dele, A Grande Arte. E também porque sou fã do Che Guevara, desde muito tempo.
Estava há muito querendo ver esse filme, não deixei passar o primeiro sábado que tive para faze-lo. E não me arrependi.
A opção de filmar a história das viagens de Che antes da sua transformação em líder revolucionário é muito acertada: saiu um filme muito superior ao que poderia ser se tratasse de Che em Cuba ou na selva boliviana. A viagem de Che e Alberto Granado em uma motocicleta e depois a pé, passando pelo interior da Argentina, Chile, Peru e Venezuela, quando eles tomam contato com a dura realidade do povo latino-americano, se despertando para a idéia de Revolução, dá uma história muito tocante. O filme faz você pensar muito, mas não é apelativo nem panfletário: cada um verá as coisas conforme quiser, mas certamente sairá do cinema um sujeito melhor.
Em um momento tão difícil pra quem acredita na Revolução, - momento em que alguns daqueles em que você mais acreditava estão preocupados com o superávit primário - ver Diários da Motocicleta é um ressuscitar do fôlego, é uma motivação a mais para se mexer, não parar, não desanimar. Vale a pena tentar mudar o mundo... E é preciso mudar o mundo, essa é a mensagem que tirei do filme. É preciso, mesmo que seja difícil, muito difícil.
quinta-feira, maio 06, 2004
A eterna crise de ser
E eu ando muito em crise. A sorte é que faz muito tempo isso, nem me impressiono mais. Mas a vontade que dá é de largar tudo, o tempo todo. A faculdade, a Oficina, o trabalho, a minha casa, nada me satisfaz, atualmente. Tá tudo um saco. Mas há de passar. Quando era menor eu lia muito o Fernando Sabino e ele sempre repete, nas suas crônicas, cartas e coisas mais uma frase sua que diz algo como:
No fim tudo dá certo. Se não deu certo, é porque ainda não chegou ao fim.
O problema é que o presente, mesmo que tenhamos no futuro coisas melhores a viver, sempre é chato de ser vivido, quando em situações adversas.
Não passou
E a gripe, que ainda não passou?!
Eu vou ser obrigado a interromper uma série de posts mais reflexivos ou sobre literatura e outras coisas pra falar de um encantamento que me aproxima das guriazinhas que tem aqueles blog que só falam do Dylon e outras bobagens: o jogador Kaká. Já falei outras vezes dele, vocês verão se puxarem nos arquivos. Me permitam esse momento.
Se trata de um dos jogadores mais impressionantes da atual geração do futebol, junto com o Ronaldinho Gaúcho e mais alguns poucos no mundo. Barbarizou em dois anos nos profissionais do São Paulo e encantou a Itália no seu primeiro ano lá. É impressionante, porque é o tipo de jogador que dá gosto ver em campo, tem um futebol ofensivo, brilhante, impressionante. E entra naquela mesma regra que eu falei há alguns dias sobre o Nilmar, aqui do meu Inter: com o talento que tem nem precisava ser bonito. Mas ainda o é, tornando impossível não o colocar assim num certo grau de idolatria, culto.
Me dêem um desconto, mas sou obrigado a confessar isso: adoro o Kaká.
quarta-feira, maio 05, 2004
Conhecendo mais um autor
Ontem, finalmente, li Dalton Trevisan, um autor que há muito ouvia falar e não conhecia. Ele é contista, apenas. E dos bons. Escreve contos curtos, no mais das vezes. E sua temática é o submundo: drogas, putaria, casos extraconjugais, mortes, abusos, linchamentos. Textos estranhos, engraçados, irônicos, chocantes. Cotidianos, afinal. Gostei, fiquei a fim de ler mais coisas dele. Taí um cara diferente!
Aliás, Curitiba produz umas figuraças, não? Ele e o sensacional Leminski, um dos grandes poetas brasileiros do século XX, uma das figuras mais interessantes que a cultura brasileira já produziu, a meu ver.
terça-feira, maio 04, 2004
O ritmo do sono
Andei semanas com o sono atrasado. Chegava em casa e dormia, podia ser sete, oito da noite, eu dormia, intercalando pequenos intervalos. No final de semana, dormi muito, por conta da gripe. Agora estou com reservas... Não consigo dormir antes das duas e acordo sete e meia inteiraço. Um ou outro bocejo durante a manhã, mas nada que outros não façam também.
Isso tem seu lado bom: ontem li bastante, entre a meia noite e as duas da madruga - e essa á uma das grandes vantagens de você não ter telefone e Internet em casa, por que se tivesse, certamente teria ficado chateando.
Li uns contos soltos que tinha impressos na pasta - dois do Charles Kiefer, um do Cortázar e, principalmente, terminei de ler Ressureição, do Machado de Assis. Aliás, cada vez tenho estado mais impressionado com Machado: esse romance, um de seus primeiros, o que poderia significar alguma imaturidade, tem a mesma marca da genialidade, da criação de personagens fortes, ricos psicologicamente. Não há muito o que reparar, apenas elogios a fazer. Muito bom.
segunda-feira, maio 03, 2004
Nos dez anos da morte de um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos, minha singela homenagem ao Mário Quintana.
O MAPA
Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...
(É nem que fosse o meu corpo!)
Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...
Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)
Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso...
Sempre discordei da maioria das pessoas à minha volta sobre Senna, no que tentavam diminuir a importância real dele ou, mais ainda, do esporte que do qual ele foi um dos grandes de todos os tempos.
A F1 é um esporte da elite. Certo. Nenhum pobre jamais irá entrar num carro de f1. Certo. É uma modalidade esportiva estranha, portanto, pelo fato de que não é algo que você possa ver pela TV e logo depois ir ali no parque mais próximo com seus amigos e praticar. Certo. Nada disso, no entanto, tira a magia que tem, a meu ver. Desde pequeno me acostumei a ver e gostar muito de F1, tanto quando do futebol, meu esporte preferido, como de 90% dos brasileiros.
E Senna como ídolo: ele foi um dos maiores pilotos de todos os tempos: podemos colocar junto com ele apenas alguns: Juan Manuel Fangio, Alain Prost e Michael Schumacker. Era um sujeito obcecado, arrojado, incapaz de tirar o pé, desistir, se abater. Sua morte veio num dia em que, talvez, outro piloto nem teria entrado para correr, dadas as circunstâncias dos dias anteriores, em Imola. O piloto que ganhava as corridas na chuva, que vencia tendo de correr com apenas uma marcha, como ocorreu em 91, no Brasil - corrida que, quando terminou, ele urrava de dor.
Era, portanto, o tipo de ídolo que vale a pena se ter, que serve de exemplo verdadeiro em tempos em que um sujeito que participou do Big Brother é tirado pra ídolo. Mais ou menos o que falava em um post anterior sobre Herbert Vianna.
Tem um troço ruim na idolatria ao Senna que acabava até o diminuindo: a Globo e o Galvão Bueno: onde eles metem a mão, as pessoas repunam. Mas era, de fato, um grande desportista, um sujeito merecedor de aplausos e lembranças, uma das primeiras pessoas que admirei, mesmo que fosse burguês, malufista e outras coisas mais.
Gripe Salário Mínimo
Incrível: tá todo mundo gripado por aqui. No meu apê, os três tossindo e espirrando. No prédio, você ouve tosse vindo dos outros andares. No trabalho, mesma coisa. Eu, particularmente, recém hoje tou conseguindo respirar normalmente, passei dois dias péssimos, em que apenas dormi, sequer conseguia sequenciar uma leitura com dignidade, não consegui estudar, mais uma vez, nada disso. Detesto me sentir impotente perante as coisas e debilidade de saúde, mesmo uma gripe, é o tipo da coisa que te tira qualquer movimentação, qualquer energia.
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