:: eu

Eu sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco sem parentes importantes e vindo do interior...
Onde e quando nasci: há 28 anos, em Cachoeira do Sul (RS)

Moro em Porto Alegre, na Vila IAPI

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Esporte: futebol e F 1

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sexta-feira, abril 30, 2004

Noites na cidade baixa

Quarta e quinta fui aos bares da Cidade Baixa. Trata-se de um dos bairros mais boêmios da cidade, se não for O bairro boêmio da cidade. Nele juntam-se as diversas tribos, em razoável harmonia - não sei até quando, porque para lá estão migrando punks e bêbados de toda ordem, em razão do Bom Fim estar passando por um processo de "limpeza". É também o bairro mais guei da cidade, onde o povo tem uma percentagem alta da população local.

Pois pra quem mora no Centro, como eu, não resta alternativa a não ser ir para a Cidade Baixa pra tomar uma bereja, ver um jogo de futebol ou mesmo comer um xis. Por isso tive dois dias lá, agora, quarta e quinta. Muito agradáveis noites, por sinal(noite que eu falo das 8 às 11 da noite).

Na quarta, vi o jogo Inter 1 X Coritiba 1 - não tenho o tal de pay-per-view -, num boteco local, ao lado de um menino que não conheço, mas muito me atraiu e um dos compositores mais famosos da música regional, que responde pela alcunha de Bagre Fagundes, autor do famoso Canto Alegretense e um dos torcedores símbolos do Inter, uma figuraça, sem dúvida alguma.

Ontem conversei longamente e tomei uma cerveja com o Marcelo, talvez meu melhor amigo. É sempre bom passar um tempo com as pessoas de quem se gosta e ver as pessoas bem, melhorando, superando seus problemas, lutando.

E no final de semana, só quem vai conseguir falar comigo será minha avó, pra quem eu devo uma visita, e a torcida do Inter, no Beira Rio, onde pretendo ver mais um show de bola, no sábado. Fora isso, será momento de ler muito, literatura e faculdade, atualizando o que está em atraso. E descansar, porque o sono anda atrasado.


:: por Marcio | 16:40




quarta-feira, abril 28, 2004

Reflexões da meia-noite

Na sexta, ainda não contei, fui ao Ocidente, com o Rodrigo e o Sérgio. Além de que é muito bom sair na noite, via de regra, foi especialmente bom em razão de que há horas não saia e estava com dois dos bons amigos que tenho no momento.

E por algumas conversas, especialmente uma aflição que tenho: os gueis(ou gays, conforme você preferir) seguirão sendo tão "ancianofóbicos" no futuro como o são hoje? Falo nisso porque se a sociedade já trata mal as pessoas mais velhas, o "mundo gay", nisso, é insuportável: devido ao culto à beleza, ao corpo, à juventude, qualquer pessoa mais velha não vale nada, não tem valor. E nisso entra ainda outro elemento: o guei padrão caga pra coisas associadas à experiência, como conhecimento intelectual, sabedoria, essas coisas. Assim, as pessoas que chegam aos 30 se sentem velhos, colocados pra escanteio. Isso seguirá ocorrendo daqui a vinte anos, quando eu tiver 45, por exemplo?

Eu sou otimista, por vezes, cético em outras. Sempre acho que o mundo pode piorar, as relações podem piorar e as pessoas se tornarem sempre mais cruéis umas com as outras. Por outro lado, creio que as coisas, nesse tema, podem evoluir por um fator, infelizmente não pela generosidade das pessoas, mas pelo mercado:
- Os avanços do espaço de reconhecimento e respeito aos homossexuais no mundo atual tem muito a ver com seu papel de consumidor potencial, não por uma questão realmente de direitos civis. Sob esse aspecto, é provável que a sociedade vá tratando melhor o povo ao longo do tempo, já que as bibas serão cada vez mais gente, cada vez com uma média de idade maior e a cada vez com uma média de renda maior;
- Como o avanço do respeito aos gueis deve ser a cada vez maior - nisso sou otimista, basta perceber os avanços das últimas décadas - é provável que cresça o percentual desses na sociedade, fazendo com que cada vez mais surjam boates, restaurantes, ruas, shoppings, cinemas, bairros, com temáticas gueis, espaços mistos, guetos ou lugares com tolerância, por assim dizer. Assim, é provável que deixemos de ter apenas os lugares gueis de atualmente: lugares para as bichinhas novas, que ficam brincando de passar gelo de boca em boca e olham com desdém pra quem tem vinte anos: provável que passemos a ter lugares para todo tipo de convivência e disposição pessoal, seja pra quem quer de fato brincar de passar gelo ou pra quem quer falar sobre a significação do Oscar Wilde para a cultura numa lógica aristotélica.

E deixemos de ser, assim, espécies de Dorian Gray sem sequer ter o retrato na parede, como somos hoje - quando digo somos, falo do tal "mundo guei", algo genérico, mas que de fato existe, como cultura hegemônica.


:: por Marcio | 09:40




terça-feira, abril 27, 2004

Continho

O surto

Ele chegou em casa com todos os ingredientes para fazer um grande almoço: a calabresa, o tomate, o alface. Tinha em casa o arroz e as cebolas. Tudo estava cortado, só faltava a tal da cebola roxa, tinha uma. Ao abrir a geladeira, percebeu que esta tinha sido consumida pelo seu parceiro de apartamento. Foi o suficiente para ele quebrar cada prato da casa, no surto.

Depois acendeu um cigarro, sentou para ver o Jornal Hoje e pediu uma pizza.


:: por Marcio | 15:18








Falei sobre a Revolução dos Cravos, mas me toquei que estamos no mês em que completam vinte anos do movimento pelas eleições diretas para presidente, em abril de 84. Na saída da ditadura militar, que há vinte anos matava gente e afastava as pessoas da participação política, o povo foi pras ruas exigir o direito de eleger o presidente que comandaria a transição, o primeiro presidente civil depois de diversos militares. Apesar de grandes manifestações, que talvez jamais ocorrerão de tal forma no país novamente, o Congresso Nacional rejeitou a emenda, jogando para si próprio a tarefa de eleger o presidente. Em 85, Tancredo Neves foi eleito para o cargo, que não chegou a assumir, deixando ao vice, o escritor José Sarney, a presidência.

Não foi uma revolução com rompimento institucional, mas teve o mesmo desfecho do episódio dos patrícios, com uma frustração posterior do objetivo do movimento, já que a transição da ditadura para o atual regime foi feito sob o comando dos mesmos que já mandavam antes. Ainda assim, um momento bonito da vida nacional.

Há 20 anos...


:: por Marcio | 14:11




segunda-feira, abril 26, 2004



Fazia tempo que não comprava nada pela net. E fazia tempo que não curtia Paralamas. Fiz as duas coisas junto, agora. Comprei um resumo da Saraiva para a parte geral de Obrigações e de quebra, pra aproveitar o frete, comprei o CD O Longo Caminho, último deles até poucos dias atrás e primeiro depois do acidente que quase matou Herbert Vianna, deixando-o sequelado.

Antes disso, eu era um ouvinte assíduo, fui a dois shows, tinha discos, vários. Depois, talvez por mudar um pouco os gostos, perdi um pouco o interesse, contraditoriamente. Mas gostei de comprar esse disco estranho, muito diferente do que o trio fazia antes, quando eu era guri, mas um som bom, apesar do amargo das notas, que me lembraram, por alguma tristeza subliminar, os últimos sons do Legião Urbana. Um bom disco, com letras fortes e bonitas e tocantes como sempre foram as letras de Herbert. É comovente alguém levantar depois da tamanha tragédia e, superando limites fortes, voltar pra estrada. Muito bonito, coisas que fazem um ídolo valer a pena, muito mais que as coisas que constróem os ídolos de barro de hoje.


:: por Marcio | 14:43








Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
E inda guardo, renitente
Um velho cravo para mim

Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto do jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar

Canta a primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim

Nem o mar que nos separa...

E com um dia de atraso quero registrar minha homenagem aos irmãos portugueses, com quem simpatizo muito, parte de um país que sonho conhecer assim que puder viajar ao exterior, com dinheiro.

A Revolução dos Cravos está fazendo 30 anos, apenas algumas semanas depois que nós, aqui, lembramos os 40 anos de um golpe militar que nos afundou em trevas. Os portugueses começaram a sair destas com sua revolução que, se não criou o socialismo luso, ao menos é um símbolo de esperança, uma vitória contra a opressão. Não sei a fundo o que vivem e viveram os portugueses ao longo das últimas três décadas, mas certamente estão melhores do que se tivessem vivido mais alguns anos sob o jugo de uma ditadura brutal, como era a de Salazar e Marcelo Caetano ou se tivessem saído dela sob uma transição tão cretina quanto foi a nossa, nos anos 80, comandada pelos mesmos que fizeram o golpe em 64.

O nosso sensacional Chico Buarque homenageou os camaradas lusos na música Tanto Mar, que por sinal foi censurada aqui, ao seu lançamento. Uma boa fonte pra se conhecer a história do episódio - me corrijam os leitores de além-mar se estiver equivocado - é o filme Capitães de Abril, de Maria de Medeiros, de alguns anos atrás, com o Stefano Accorsi, um dos meus atores preferidos, como protagonista.


:: por Marcio | 10:28








Nilmar

Foi bom ir ao jogo ontem. Muito mais a dizer não há, a não ser que vai ser um grande campeonato e meu time tá de razoável pra bom. E que tem um atacante que tem talento com a bola no pé, é rápido, tem raça e até, o que nem precisava, é bonito.


:: por Marcio | 09:18






As leituras estranhas

Pois o meu final de semana até que rendeu. Comecemos pelas leituras:

Há um tempo que tinha curiosidade por conhecer o trabalho do escritor Bernardo Carvalho, um dos expoentes da literatura dos anos 90. Li Os bêbados e os sonâmbulos, um dos primeiros livros dele. Mas confesso que sou meio conservador em literatura, tenho tido mais prazer em ler Machado de Assis que os autores mais contemporâneos. Talvez por isso, não sei bem o que dizer de Carvalho, a não ser que escreve bem, sem dúvida. Mas achei a narrativa confusa, com várias histórias acontecendo ao mesmo tempo, nenhuma delas muito clara. Apesar disso, instigante, não descarto ler alguma outra coisa dele em breve. Parece ser mesmo um bom escritor, entre os mais recentes.

E li o bom e velho Kafka, A Metamorfose. Um texto dos mais estranhos da história da literatura, como todo mundo sabe: conta a história de um cara de uns vinte e poucos anos, caixeiro-viajante, que quando acorda descobre que virou um inseto. A história de Gregor Samsa pode ser vista como uma alegoria para diversas coisas, especialmente se entendendo a respeito das coisas que Kafka mais martelava: a alienação, a burocratização da sociedade, a opressão do sujeito comum. Li a novela(100 páginas) numa sentada, sábado de noite, parando uma ou duas vezes apenas pra tomar água. Impressionante, nada a mais a dizer.


:: por Marcio | 09:02




sexta-feira, abril 23, 2004

Rotina

Eu detesto rotina, um dia não precisarei mais viver assim: cumprindo horários, repetindo ritos, essas merdas todas. Mas enquanto isso, vivo assim: acordo sete e meia, tomo banho, tomo meu café, subo uma quadra até o trabalho, chego largando minha pasta, desço pra pegar o café....

E o que é mais incrível é que a gente estabelece também uma rotina nos nossos finais de semana, percebem? Acordo oito e meia, tomo meu café da manhã, desço para comprar o jornal, faço um chimarrão, fico lendo, saio pra caminhar de tarde, tenho sempre alguma reunião, domingo tem churrasco e depois jogo de futebol e pronto... terminou o fimdi.

E o que é pior: qualquer sociedade depende disso, das pessoas cumprindo suas funções com um certo rito, essas coisas inerentes à manutenção de uma "ordem". Mas que é isso que leva à alienação, isso é...


:: por Marcio | 10:59




quinta-feira, abril 22, 2004

Identidade e arrogância

A aula de hoje da Oficina Literária foi muito boa. Não tivemos quase leituras de textos de nossa produção(nenhum, na verdade), mas tivemos algumas conversas muito boas, dentre elas uma sobre o porquê da produção cultural gaúcha ser considerada "regional", "gaucha", enquanto as coisas produzidas na Bahia são "brasileiras", "universais", até. E a constatação geral é de que nós não nos ajudamos: muitos artistas/autores gostam disso, acham que nos bastamos; não sabemos "nos vender", no bom sentido do termo, não somos bons de marketing, entre outras coisas.

Concordo, em boa medida: tenho orgulho de onde nasci e moro, da identidade gaúcha, adoro Porto Alegre, escrever sobre as ruas da minha cidade, etc, etc. Mas detesto a arrogância que realmente temos, uma coisa tipo "vocês, os brasileiros..."


:: por Marcio | 15:36






Feriado ordinário

Foi um feriado pra lá de ordinário: nada de mais emocionante, apenas descansei e vi o
Inter perder(por não ter tv a cabo em casa, terei sempre de ir para bares ver os jogos que não são os principais da rodada, sorte que achei um bom lugar pra isso, a partir de agora). Nem ler muito não o fiz. Mas não há de ser nada. Folga na quarta-feira é uma boa idéia, disso não duvido.

Agora, com todo o respeito: existem alguns feriados nossos que são de uma absoluta inutilidade, nesses casos entra o de Tiradentes. Nem entrando no mérito do papel meritório ou não do camarada na história do Brasil, mas alguém se lembra de quem foi por causa dele que paramos ontem? Ao menos os feriados religiosos mobilizam uma parcela da população, tem significado simbólico, mas esse tem?


:: por Marcio | 15:32




terça-feira, abril 20, 2004



O Grande Gastsby

Terminei ontem de ler o livro do título, do autor estadunidense F. S. Fitzgerald, considerado um dos melhores autores de língua inglesa de todos os tempos. Já tinha lido outro livro dele - Suave é a noite - e tinha tido a mesma impressão: não é tudo isso. O texto de Fitzgerald tem uma leveza e simplicidade interessante, capaz de contar histórias comuns dando a elas um brilho que te faz ler com atenção. E ele faz uma abordagem da sociedade dos Estados Unidos que é muito interessante, que fica entre um certo encantamento com a pujança e a crítica à hipocrisia e preconceito hoje ainda mais imperantes entre eles.
Trata-se, sem dúvida, de um autor que merece ser lido, mesmo que por vezes a crítica tenda a sobrevalorizar.
Merece nota também a história trágica de Francis: morreu com 44 anos, completamente pirado, tanto resultado de loucura(foi internado algumas vezes), do álcool e de tragédias pessoais, como a loucura e posterior morte da mulher.


:: por Marcio | 09:12




segunda-feira, abril 19, 2004



E lá em Pelotas, com a minha irmã, fui ver Alguém tem que ceder, filme água-com-açucar com Jack Nicholson, Diane Keaton e Keanu Reeves.

Serve como passatempo, vale pela atuação do casal Nicholson-Keaton e, em alguma medida, pela discussão das relações, especialmente na faixa dos protagonistas(pós 50 anos) e as dificuldades das mulheres nessa faixa de idade. Como sempre, Nicholson paga o filme(a não ser em uma comédia que fez com o intragável Adam Samdler, que sequer fui ver). É um filme melado, inverossímil, não faz exatamente meu estilo, mas gostei de assistir.


:: por Marcio | 09:32






O perturbador Dorian Gray

Há oito anos entre meus livros, parte de uma coleção de clássicos, só agora fui ler O retrato de Dorian Gray, do sensacional Oscar Wilde, a respeito de quem já havia visto filme e lido bastante. Pois me deixou bastante chateado saber que tive esse livro tanto tempo pendurado entre minhas coisas sem o devido uso - ser lido.

A história do jovem que vê pintura com sua imagem envelhecer enquanto permance sempre jovem, é uma discussão sobre juventude/velhice, bondade/maldade, sobre a estética, sobre o prazer, como poucas outras que já vi. A leitura desse livro te deixa perturbado, em dúvida, questionamento. Muito bom. Dá vontade de ler de novo assim que se termina a última página.

Além disso, há um outro aspecto interessantíssimo na história: a homossexualidade subliminar a todo o texto, algo compreensível a se considerar o período em que foi escrito e o fato de que Wilde foi condenado por atos sodomitas, arruinando sua vida pela perseguição da moral.


:: por Marcio | 09:10




quinta-feira, abril 15, 2004

Caos

Tem um ar de caos nesse centro da cidade, especialmente à volta da Praça da Matriz. Uma manifestação dos professores grevistas está massiva; falta luz em vários lugares, incêndio, engarrafamento.

E o pior dos elementos de caos: o calor: média de 35º, como aliás a semana toda. Um horror! Eu só queria fugir daqui...


:: por Marcio | 15:24




quarta-feira, abril 14, 2004

Atucanação

Estou atucanado hoje. Já desisti de ter dinheiro ou pagar as contas ou qualquer coisa assim. De toda forma, tenho uma prova para o qual estou muito mal preparado. Vou me foder hoje, bonito. Ainda assim, estou indo...

Merda! Merda! Merda!


:: por Marcio | 11:20




terça-feira, abril 13, 2004

Muro

Só pode ser brincadeira a proposta do vice governador do Rio, Luiz Paulo Conde, de cercar a favela da Rocinha com um muro de três metros, que impeça a expansão da favela e a livre-circulação das pessoas, que teriam apenas uma forma de sair do complexo de vilas.
Conde, com seu jeitão de tio-cervejeiro-churrasqueiro-que-tira-onda-dos-sobrinhos deve estar brincando com o mundo à sua volta, ou não proporia tamanho absurdo. O problema todo é que mesmo para fazer uma piada, ele teria de ter autorização da governadora Rosinha e de seu companheiro, Antony. E dai é que é louco pensar: eles permitiram que esse louco propusesse algo assim a público, deixando sair de alguma mesa de bar esse descalabro. Assustador...


:: por Marcio | 10:37






Casa da Paixão

Terminei de ler na quinta-feira mais um livro da escritora Nélida Piñon, de quem tenho gostado do estilo. Ela é de um tipo de escritores que fazem de um estilo mais rebuscado um aspecto central do texto, tanto ou mais que aquilo que narra.
Esse texto conta o processo de descoberta de uma menina até sua primeira transa, com o namorado que o pai lhe arranja. O duelo psicológico dela com o pai, com o namorado, o confronto feminino x masculino, o erotismo, tudo está perfeitamente colocado no texto da Nélida, uma das figuras mais interessantes da Academia Brasileira de Letras, certamente.
Nisso tem mais uma coisa que me é curiosa: tenho lido mais escritoras, coisa que até pouco tempo atrás, quando parei pra pensar, nunca tinha feito. Da Nélida já é o segundo livro.


:: por Marcio | 09:09






Páscoa

Então... deixa eu contar da minha Páscoa!

Não teve chocolate, não teve nem um nem dois ovos. Mas consegui descansar, ler, jogar futebol, cozinhar. Oito pessoas numa casa de praia. Sempre dá algum stress. Pena que eu estava no meio do pior deles, conseqüência do futebol(em parte), quase sai no tapa com um dos caras com quem moro. Podem imaginar que o clima está excelente lá em casa.... Vontade até de achar outro lugar pra morar.

Uma pena isso. Me estragou o que estava sendo quase perfeito. Faltou apenas companhia, minha.


:: por Marcio | 08:53




quarta-feira, abril 07, 2004



Também por indicação da Oficina Literária, para analisarmos em aula, terminei de ler Contos de Belkin, de Aleksander Pushkin. Nunca tinha ouvido falar do autor, confesso. E fiquei bem impressionado, também. Pushkin é um dos precursores da literatura russa, tendo vivido na primeira metade do século XIX - portanto, há duzentos anos, quase. Seus contos são simples, sem nenhuma fórmula mágica, sem nenhuma genialidade, mas extremamente bem escritos, com histórias ricas. Muito difícil de encontrar, é uma leitura interessante.


:: por Marcio | 09:21








Terminei ontem um jejum de uns dois meses sem cinema. E fui ver um filme que eu cercava de expectativas: Swimming Pool, de Francois Ozon.
A expectativa é porque desde 8 femmes, fiquei apaixonado pela jovem Ludivine Sagnier, uma francesinha lindinha à época. Agora, nesse filme, se transformou numa mulher exuberante, que aparece com os seios à mostra em diversos momentos, deixando desconcertado qualquer cristão(ou até não-cristão).
O filme: uma escritora inglesa em crise(a excelente Charlotte Rampling) vai tirar uma temporada na casa francesa de campo do seu editor. Quando está acomodada lá, chega a filha do dono da casa, a perturbadora Julie. A partir daí se estabelece o confronto entre as duas: uma quer sossego, a outra quer curtir a vida(foder, fazer festa, etc). Com o tempo, a paranóia vai ficando fascinante e inspiradora para a escritora, que vê na guria uma personagem para uma história.
O filme tem um final instigante, como gosto que sejam os finais de filme, quando você é obrigado a construir o final, que fica em aberto. Pareceu até um final de David Lynch, tão estranho achei.
Só Ludivine já vale o ingresso, o resto é de brinde. Não que seja um grande brinde, mas vale a pena...


:: por Marcio | 09:12




segunda-feira, abril 05, 2004



Não tem como não registrar uma admiração muito grande pelo que tem acontecido com a ginástica olímpica brasileira. Os(as) atletas brasileiros estão se firmando em um esporte com tradição pequena em nosso país, colocando-nos numa posição de destaque internacional, com possibilidade concreta de inéditas medalhas olímpicas.

E o mais incrível nisso tudo é a projeção de Daiane dos Santos, provavelmente melhor atleta no solo do mundo. Daiane é daqui de Porto Alegre, de uma região pobre da cidade, a Restinga, de uma família pobre. Portanto, alguém que, para chegar a essa condição atual, lutou muito: contra o preconceito de ser pobre e negra num esporte pouco aberto, de elite. E um esporte que exige, como, de regra, quase todos, disciplina, dedicação, perseverança. Daiane é um exemplo positivo, que deve orgulhar aos brasileiros de modo geral e aos gaúchos em especial.


:: por Marcio | 09:03






Obviedades atuais no esporte

1) Quando tem Gre-Nal, o Inter vence;

2) Prova de F1, dá Schumacker;

3) No solo, Daiane dos Santos leva ouro;

E ontem, dia de vitória, o Sport Club Internacional fez aniversário. Contrariando a escrita de que aniversários são momentos em que os clubes, em regra, perdem.


:: por Marcio | 08:58




quinta-feira, abril 01, 2004

Um dia daqueles

Hoje é mais um dia "daqueles": joguei futebol ontem e ainda tomei muita cerveja. Resultado: as pernas fracas, como se fosse desabar; dói a cabeça, os efeitos da ressaca são evidentes ao olhar pra mim. Não vejo a hora de ir dormir...


:: por Marcio | 16:53