:: eu

Eu sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no banco sem parentes importantes e vindo do interior...
Onde e quando nasci: há 28 anos, em Cachoeira do Sul (RS)

Moro em Porto Alegre, na Vila IAPI

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Passatempos úteis: cinema e literatura

Esporte: futebol e F 1

Um time: Sport Club Internacional

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sexta-feira, agosto 30, 2002

Hoje fui entrevistado na rua por uma pesquisadora do Correio do Povo sobre a minha intenção de voto.

Nada mal, não fosse o fato de que estava passando em frente ao Palácio Piratini e com a roupa cheia de adesivos com os meus candidatos... Deu vontade de rir, mas tudo bem... sempre quis ser entrevistado e influenciar num resultado de uma pesquisa. Quero guardar o Correio de domingo, onde deve sair o resultado.


:: por Marcio | 15:04




terça-feira, agosto 27, 2002

Numa bem humorada conversa com Marcelo no icq(coisa das madrugadas na Internet), falávamos do marketing eleitoral que ora aparece, com o início da propaganda eleitoral. Chegou a surgir a suposição de meu amigo de que Nizan Guanaes, o todo poderoso marketeiro de Serra, tenha tomado chá de cogumelo estragado, pra conseguir produzir aquela musiquinha escrota do "trabalho pra gente", protagonizada por Elba Ramalho, Chitaozinho & Xororó e KLB... Que coisinha ruim!

E os meninos do KLB, cada um com uma cor de cabelo ficou "fim-de-carreira", não acharam não?

Agora, à parte o exagero do jingle e a sempre lamentável presença de Gugu, o programa de Serra consegue dialogar muito bem com o senso comum do eleitorado, é razoavelmente didático e, por mais que a gente não goste, a presença de artistas enjoados como Gugu torna popular o constrangedoramente tímido "Zuzé" Serra... E o programa de Lula também está bom, sabendo usar bem o tempo bem menor que tem em relação a Serra.

Ah, eu queria saber quando é que o Ciro Gomes vai mostrar na televisão ou em sua page aquela ontológica cena em que ele beija a mão de painho ACM...


:: por Marcio | 14:59




segunda-feira, agosto 26, 2002

Quando o segundo sol chegar
Para realinhar as órbitas dos planetas
Derrubando com assombro exemplar
O que os astronomos diriam se tratar
De um outro cometa

Náo digo que não me surpreendi
Antes que eu disse
Voce disse
E eu não pude acreditar
Mas voce pode ter certeza
De que seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que abriga agora a trilha
Incluída nessa minha conversão
E só queria te contar
Que eu fui lá fora e vi dois sóis
Num dia e a vida ardia sem explicação


Nando Reis e Cassia Eller são um dueto que beira ao perfeito. O Segundo Sol foi uma homenagem de Nando a Cássia e sua homossexualidade. O "segundo sol" é uma figura de linguagem para a descoberta da sexualidade. Se analisarmos a letra entendendo o seu objetivo, veremos que faz alto sentido. "Nova Casa", "conversão", "dois sóis", "vida ardendo", várias coisas...
Poderia ficar citando todas as parcerias maravilhosas dos dois. Mas ouvir "Relicário", cantada por ambos, resume tudo.


:: por Marcio | 01:39






Na porta do meu apartamento improvisei um mural. No que for comprando as coisas e decorando esse lugar, pretendo ter um muralzinho bonito, com coisas que me tocam. No momento, estão a decorar minha porta:
- Uma bandeira do PT com uma coleção de bottons de campanhas eleitorais anteriores, eleições estudantis e outros;
- Um cartaz do Partido Comunista da Argentina em homenagem aos 40 anos da revolução cubana. Um belíssimo cartaz!
- Um marca-paginas do livro "Crítica da Razão Dialética", de Jean Paul Sarte, com foto do autor fumando(só pra variar!);
- Um postal de Porto Alegre;
- Dois panfletos de candidatos que apóio;
- Propaganda das Lojas Paquetá com promoções de material esportivo e o jogador Kaká, com sua cara de garotinho abobadinho de sempre;

Por aí se percebe que sou plural em meus gostos. Mas as duas coisas impossíveis de não se notar no meu apartamento se resumem em guei e militante. Tem bandeira do arco-iris, mais bandeira do PT, um poster do Che... essas coisas...

Tinha algumas fotos minhas com amigos em outro apartamento. Mas é meio chato que sempre faltará algum amigo que voce não incluiu nessa seleção. E ele visitará voce e ficará ofendido, lá no fundo... então, sem fotos com amigos!!!


:: por Marcio | 00:57




domingo, agosto 25, 2002

O Acre é um estado em que o crime organizado manda. O governador anterior, Orleir Camelli(94-98), liderava uma verdadeira guerra contra o cidadão comum. Tráfico de drogas, assassinatos... Um deputado ligado a Camelli foi cassado depois de ser acusado até mesmo de serrar(isso mesmo!!!) adversários.

Jorge Viana(PT) foi eleito com apoio de PSDB, PSB e vários outros partidos, numa espécie de "pacto civilizatório da floresta". Foi um dos governadores mais amigos do atual presidente. Portanto, é uma coisa que extrapola o PT, em nome da civilização, contra o crime organizado. Será reeleito com mais da metade dos votos. Se deixarem!

Sua candidatura foi cassada pela justiça eleitoral local por "abuso de poder economico", algo mais subjetivo que meus posts. É o Brasil... Viva o crime organizado! Viva "os de sempre".


:: por Marcio | 00:47




sexta-feira, agosto 23, 2002

Histórias dos anais da política

Marcelo tem um post hoje sobre o fato de ter sido aprovada lei de autoria de Adeli Sell(PT) e Beto Moesch(PPB), vereadores de Porto Alegre, que proíbe a utilização de animais em circos em exibições na Capital. Trata-se de uma importante medida de proteção aos animais, que sofrem toda sorte de abusos e maus tratos. O "jornalista" Diego Casagrande, discípulo intrépido do "filósofo" Olavo de Carvalho traz a manchete em seu boletim diário, que ele está proibido de mandar, por sinal, por ter sido considerado SPAM pela justiça: "Sem circo em Porto Alegre". É, trata-se de um jornalismo absolutamente "imparcial", só com a verdade...

Mas Adeli é uma figura folclórica da política porto-alegrense. Sempre vestido a rigor, anda com um grande chapéu panamá, mesmo sob calor capaz de fritar um sujeito, como são os domingos de verão no asfalto porto-alegrense. E normalmente lidera campanhas absolutamente classe média, com projetos que criam o "fundo de celulares roubados", "o cachorródromo no Parque Farroupilha" e outras pérolas. Mesmo sendo meu companheiro de partido, tenho que narrar uma história fenomenal sobre o primeiro debate sobre esse projeto em plenário da Câmara, quase um ano atrás. Adeli apresenta seu projeto, justifica os motivos, tudo bem... Dai vai à tribuna João Dib(PPB), vereador da cidade há mais de trinta anos, ex-prefeito, um conservador. Mas respeitável, grande tribuno, grande raposa da política, um homem de quem o PT diverge profundamente, mas respeita. E ele perde poucos debates em plenário... Nesse caso, não iria contrapor ao projeto, na qual concordava no mérito(por isso ele deve ser respeitado, o Dieguito Casagrande não, por este é contra tudo o que um petista defender, independente do mérito), mas não perderia de terminar dando alguma alfinetada em Adeli:
"Quero manifestar a posição da nossa bancada favorável ao projeto dos nobres edil Adeli Sell e Beto Moesch, que proíbe a utilização de animais nos circos em exibições em nossa cidade. No entanto, quero manifestar, Senhor Presidente, a nossa preocupação com uma coisa: até concordamos com o fim da utilização dos leões, macacos e demais animais nos circos, mas O PALHAÇO não pode faltar".

Toma, Adeli! hehe


:: por Marcio | 10:48






Notas de um "semi-noveleiro"

Apesar das personagens serem caricaturais e até um pouco preconceituosos, o fato é que as bibas de Desejos de Mulher, representados por Otávio Müller, Evandro Mesquita, José Wilker e um outro menino que não sei o nome estão impagáveis.
...
Infelizmente: a Esperança é a última que morre...
...
Coração de Estudante é a menos pior entre as novelas atuais. Ao menos é despretensiosa, tem um bom elenco, uma boa trilha sonora e diverte... não pretende mais do que isso, mesmo...


:: por Marcio | 10:25






Ainda bem que ontem ao chegar em casa a linha telefônica alternava entre o chiado forte e a ausência de linha. Só assim para dormir oito horas de sono...


:: por Marcio | 10:22




quinta-feira, agosto 22, 2002

Sonhos Delirantes - II

Será que quando a gente dorme bêbado os sonhos são mais enlouquecedores? Fui dormir 4h30, depois de horas de icq e dormi até as 8h de sempre, quando tenho que acordar. Está chovendo muito, durmo de novo... Acordo 9h. Estou atrasado! Correr pra banho, café, tudo... Mas nesse meio tempo, começo a perceber que tinha tido sonhos loucos... e tudo, ao que me pareceu, nesse "segundo sono".

Eu estou andando de lotação com meus pais e minha irmã. Porto Alegre, mas é noite. Anda junto um rapaz com quem tinha ficado poucas horas antes(é... também rolou "coisinha" no sonho, que eu também sou humano...). Meu pai briga com o motorista da lotação quando descemos. O velho motorista, muito antipático, diz que "não é hora de família andar na rua, isso é hora só de viado e mulher vagabunda andar por aí"... meu pai quer matar o velho, eu e o rapaz(que não é ninguém do meu mundo real) seguramos...

Acordo babando...

???

Sonhos me intrigam profundamente!


:: por Marcio | 16:42






Esse novo visual ficou mais leve, né?

Obridado, Marcelo, pela mexida...


:: por Marcio | 16:26






Zeras as contas

Uma garrafa de vinho esvaziada. Choro, alegria, boas e más lembranças. Minha noite na Internet foi muito válida pra me questionar um pouco mais sobre as coisas que vivo e deixo de viver.

"Mini flash back, por favor".

Era fevereiro de 2001. Acaba o Fórum Social Mundial. Eu estou cansado. Eu estou saindo de férias. Sábado é dia de sair pra dançar. Eu não saio pra dançar, mas vou pra casa de uma amiga de um amigo que eu tinha conhecido uns dias antes na Internet. Coisas improváveis, programas que a gente aceita fazer mais por falta de opção e porque bem ou mal esses programas improváveis terminam sendo os mais interessantes ao longo da vida, em relação às constantes idas às mesmas boates.

Conversa, cerveja, bobagens. Conhecer gente interessante sempre é bom. Toca o celular de Marcelo. Era um amigo dele que estava no centro e queria sair. Acaba combinando de ir até nosso encontro. Fico sabendo que era um cara que já conhecia de vista e de teclar na Internet, mas ele não me conhecia. Por essas coisas que a gente tem de se achar menos do que é, tinha admirado aquele belo loiro magro de olho verde como algo distante, intocável. Ele chega, conversa. Está bonito, com uma blusa azul e os cabelos cheios de gel espetados pra cima. Quer sair, quer ir pra noite. Mas a gente vai ficando, a gente vai conversando. Logo começam os trotes telefônicos, logo depois um jogo da verdade. Em certo momento, o perguntam se, entre daquela roda tivesse que escolher alguém pra ficar, alguém que o atraia, quem seria... "Ele, não sei o nome..." - aponta pra mim. Puxa vida, que coisa! Bom, mas essas coisas fazem bem pro ego e logo passam... não dei muita bola...

No domingo Marcelo me manda uma mensagem dizendo que o cara tinha gostado de mim, perguntado muito de mim pelo icq, queria saber, queria me conhecer melhor, queria não sei o que... pra mim era algo louco, meio inacreditável, mas tudo bem... por algum motivo tinha rolado uma atração recíproca que seria ao menos uma grande ficada. Na segunda-feira quente daquele fevereiro ficamos, vencendo uma certa timidez depois de lermos juntos um livro de fotografias do Mário Quintana pela segunda vez. Nos beijamos, ficamos juntos, depois ele foi pra casa e eu dormi na casa daquela recente amiga... No dia seguinte conversamos de novo, fomos ao Venezianos, andamos juntos, nos conhecemos. E assim foi toda a semana, de uma forma carinhosa, surpreendente. Por algum motivo eu estava preparado para apenas ficar, transar e talvez ficar nisso. Tudo ia de encontro a isso e a gente segue com vontade de se ver, acaba ficando todos os dias, transando depois de uma semana e eu estou no paraíso. As aulas começam, as férias do trabalho vem e são dias de imensa felicidade. Poucas vezes o meu mundinho paralelo esteve tão próximo do real como naqueles dias. Até que ele volta pra sua cidade, um pouco distante de Porto Alegre. A convivência de todos os dias já não ocorre, mas a gente segue bem. Mas a distância durante os dias de semana me pira... minha paranóia se manifesta de forma cabal, está presente em cada gesto, em cada momento, em cada pensamento. Eu tenho medo o tempo todo. O meu medo de perder aquela pessoa me leva a desistir de continuar aquela relação, depois de uns quarenta e cinco dias. Eu era derrotado pela minha insegurança. Era a primeira derrota no amor que eu gerava. Eu não tivera a capacidade de entender que duas pessoas são diferentes, vivem coisas diferentes, tem formas diferentes de se expressar e que ainda assim podem viver e se amar e ter afinidades. Mas eu era imaturo ainda(ainda sou, mas era pior...) pra entender isso e administrar isso. Por causa das minhas atitudes eu esgoto a disposição dele também de viver alguma coisa comigo. Todo o nosso prazer, a nossa amizade, as minhas descobertas(muitas!) não são suficientes pra dar conta de vencer a loucura de ambos, a minha insegurança e tudo o mais que atrapalha.

Quarenta e oito horas depois de terminarmos numa boa, eu sofro um acidente grave de carro onde poderia ter morrido. Acidentes naquela circunstância poupam poucos. Uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas a minha loucura se reforça. Aqueles dias do final de março do ano passado foram o meu inferno. Passei o inferno até superar aquelas coisas. Olho para trás e vejo que tudo aquilo(a relação, não o acidente) valeu em muito pro meu amadurecimento como sujeito. As descobertas, os prazeres e o sentimento de que eu posso viver as coisas, mas preciso me superar me fazem ser uma pessoa melhor hoje. Mais preparado para ser feliz em outros momentos como fui em boa parte daqueles...

E ele é uma pessoa que tenho muito carinho, mesmo que nenhuma convivência. É uma pena, porque apesar de não o entender muito bem, o quero bem pra caramba. É uma das pessoas mais interessantes que já conheci. Interessante especialmente por não ser simples. Não havia a menor chance da gente dar certo, mas foi uma pessoa importante. Estarei sempre esperando ouvir noticias boas dele.

E fico por aqui ou logo vai virar um livro esse que era pra ser um post...


:: por Marcio | 16:17




quarta-feira, agosto 21, 2002

Momento Subjetivo ou Momento Auto-Piedade

Amigo Virtual(23:17 PM) :
olhei teu blog sim e achei bem interessante, achei q tu tem opinao forte
e sincera tbm
Marcio(23:18 PM) :
sim, me criei tendo opiniao sobre tudo pra nao ter opiniao sobre mim...


:: por Marcio | 23:22






Pérolas da propaganda eleitoral gratuita

O candidato a deputado federal Jaires Maciel, do PSC(?!), que é daqueles líderes de partidos nanicos que concorre sempre a deputado só pra ter seus minutos de fama como exótico mais uma vez está na parada. Ele tem um bordão inusitado: "Aqui tem água pro chimarrão", como que querendo dizer que tem "café no bule", tem o que dizer, tem força, não sei explicar bem... alguns ditos populares são meio intraduzíveis. Mas a melhor dele foi ontem, em sua estréia nesse ano: "Venha conhecer nossa proposta de construir um presídio no meio da selva amazônica".

Ah, tá... beleza... tudo resolvido agora!

Bom, outro ano teve um candidato a prefeito de Porto Alegre que queria construir o trem bala Porto Alegre-Torres, pra facilitar o acesso ao litoral gaúcho...

Hiperbolia total!


:: por Marcio | 10:49






Descobertas em "Santana dos Carrapatos"

Tento retomar agora as primeiras sensações sexuais que tive. Lembro que na minha infância, na cidadezinha onde eu morava, maldosamente apelidada como Santana dos Carrapatos - que seria uma versão bovina do famigerado chato - vivi as primeiras sensações de que alguma coisa comigo estava diferente. Ou não... porque não tive um momento em que "me descobri homossexual". Pra mim o sexo e a atração pelo mesmo sexo veio junto.

Fernandinho era o neto do Prefeito. Era alguém da fina elite da fina cidade. E era conhecido a boca pequena como A bicha da cidade. Uma vez, de uma hora para outra, apareceu com um cabelo super biba e uma pasta com uns motivos de dragoezinhos rosas que fez confirmar isso a todo mundo. Ele era um ano mais velho que eu, mas era mais esperto, mesmo. Lembro que a gente ia pra casa dele e ele levava a gente pro quarto dele, que ficava num segundo andar isolado, fechava a porta, começava a se aproximar. Certa vez saí quase correndo, com medo... Talvez aquela tática tenha dado certo, lá pelas tantas e alguém tenha cedido. Mas ele levava a fama por todos os gueis que a cidade tivesse. E não eram tão poucos. Anos depois iria encontrar em Pelotas um colega de aula, já devidamente descoberto, amigo de uma amiga minha...

Mas a primeira pessoa que me tocou, que eu desejei mesmo foi Felipe. Já nessa época eu queria gente mais nova que eu, vejam só... Felipe tinha quatro anos a menos que eu. Ele era muito bonito, alto, um garotão. Morava exatamente na casa ao lado da minha. E a gente convivia bastante. Jogava Atari, depois Master System. Víamos a Angélica e jogávamos futebol. E nos descobríamos. Um dia meus pais viajaram, fiquei apenas com uma tia minha, que estava de visita. Ela na sala, eu e Felipe no meu quarto, brincando. Foram meus primeiros contato sexuais. Eu gostava dele. Brinca daqui, brinca dali, a gente se agarrou, rolou na cama agarrado, ficamos frente a frente. Quase nos beijamos. Talvez deveria ter feito isso... não sei. Só sei que poucos meses depois veio a transferência do meu pai para o CESEC de Pelotas. Era o fim da minha infância, era a adolescência que chegava, exatamente com a mudança para Pelotas. A partir dali, tinha que terminar meu primeiro grau, mudar várias vezes de escola pra terminar um segundo grau e interromperia minhas descobertas por ali. Só SEIS anos depois, aos 19, é que voltaria a buscar minhas verdades, os meus desejos, com outro amigo. Dessa vez o Paulinho. Pra deixar de ser virgem e começar a vida adulta. Mas Felipe ficou lá, minha primeira sensação de sexo, de desejo, de carinho mesmo... era talvez meu melhor amigo.

É curioso que tanto tempo depois eu descubra, pela lista telefônica, que ele mora em Porto Alegre, tenho anotado agora o endereço e o telefone dele. E não mora longe não. Mora no bairro Cidade Baixa, quase no bairro Santana(ou será Santana quase Cidade Baixa?)

O que representaria a gente se reencontrar hoje? Será ele guei? Ou estará ele namorando uma guria chata, burra e fútil e será ele um frequentador assíduo da Dado Bier, estudante de Direito da PUCRS e outras coisas mais, "padrão"? O que é melhor: descobrir a resposta ou manter o charme de uma história sem final?


:: por Marcio | 09:58




terça-feira, agosto 20, 2002

Eu agora estou "On line" de novo: hoje pela manhã foi instalada a linha telefônica no meu apê. A partir de agora, as noites já não serão mais tão sós... além da Ana Paula Padrão, meu "pós meia-noite" terá a net...


:: por Marcio | 16:07




segunda-feira, agosto 19, 2002


E eu li essa semana que passou um livro de um imortal, João Ubaldo Ribeiro. Ainda não conhecia nada do autor e achei ruim. Ele utiliza uma linguagem coloquial do sertão nordestino, o livro foi premiado, colocou o autor entre os grandes da literatura brasileira, mas foda-se!, eu achei chatíssimo.


:: por Marcio | 11:50






E aí, vocês viram o debate dos candidatos a vice-presidente, que teve ontem, na Band? Certamente não, vocês são pessoas normais... Ainda ver o debate dos presidenciávies, tudo bem, mesmo quem não gosta de política vê, mas dos vice, putiz...

Mas pra quem viu ou não viu, minhas impressões:
- Primeiro que o debate foi "chocho", com poucas emoções, poucas agressões e essas coisas que fazem valer a pena um debate. Nenhum chingamento, nenhuma grande farpa, apenas propostas... ô troco chato!
- Segundo: a Rita Camata se expressa melhor que o Serra, que encabeça sua chapa. Se fosse ela a candidata a presidente, eles tinham alguma chance de emplacar. Ela deu boas ganhadas do Paulinho, vice do Ciro.
- O vice do Lula, senador José Alencar, é um homem esperto, mas fala de forma lenta que faria dormir em um discurso de mais de dez minutos. Mas foi bem, como o Lula tem ido bem, ao não entrar em briga, falar calmo, mostrando estar "acima" dos outros, o que é uma tática interessante pra quem está na frente e vai com certeza pro segundo turno.
- E Paulinho Pereira, vice de Ciro Gomes, é a cara do titular da chapa. Um sindicalista acostumado a fazer o jogo do patrão, tanto que defendeu a retirada de direitos trabalhistas que o congresso votou ano passado, tem negócios nebulosos no seu currículo e, o que o deixa em desvantagem em relação a Ciro: é burro que dói, fala coisas sem sentido, faz promessas vagas e repete sempre a mesma coisa: qualificação para o trabalhador, coisa e tal...

Se alguém ganhou votos no debate foi Rita Camata. Se alguém comprometeu, esse alguém foi Paulinho.

E lembrem-se aqueles que estão iludidos com o tal de Ciro: esse cidadão Paulo Pereira pode acabar sendo seu presidente da república. O pior é que não só seu, mas meu também...

Toc-toc-toc.


:: por Marcio | 10:02






Sim, mais uma vez vi filmes, muitos filmes.

Ontem eu tinha terminado de fazer uma caminhada super suada e fui ver o que estava passando na Sala P. F. Gastal, na Usina do Gasômetro. Eram 15h50 e pensei: "Se Janela da Alma estiver com sessão logo mais, vou ver." E a sessão era às 16h.

Trata-se de um belo documentário, dirigido por João Jardim e Walter Carvalho, sobre a questão da visão. O filme se estrutura em depoimentos de diversas personalidades com algum tipo de problema de visão. Passam pela tela José Saramago, Win Wenders, Agnes Varda, Hermeto Paschoal e diversas outras figuras com depoimentos super interessantes sobre a visão e a cegueira. Especialmente as falas de Win Wenders são fenomenais. Ele fala por exemplo que usa óculos porque com isso ele enquadra e limita sua visão. Sem óculos ele enxerga mais do que quer enxergar. Para quem gosta de ir ao cinema para mais que entretenimento, é válido.


E antes, no sábado, tinha ido ver Pantaleão e as Visitadoras, um filme peruano que dois anos atrás venceu o Festival de Gramado e só agora estreiou em Porto Alegre. É baseado em romance de Mário Vargas Lhosa, que trata de um militar que é encarregado pelo seu comando de criar um batalhão de "visitadoras" para conter o ânimo das tropas na selva, evitando com isso um fenômeno que vinha se observando nas vilas em que os militares vinham cometendo estupros. O filme tem momentos hilários, servindo apenas como uma boa diversão, se quisermos. Se você for chato como eu, que sempre quer refletir sobre as coisas dos filmes, vai ver um filme que faz pensar sobre a questão do militarismo, sobre relações humanas, sobre prostituição, casamento, corrupção, vários assuntos. É um bom filme.

Me chamou especial atenção o protagonista dizendo que "precisa ser mandado, precisa receber ordens, só sabe ser militar nessa vida".


:: por Marcio | 09:33






Pois na quinta-feira eu fui assistir Variações Enigmáticas no Teatro São Pedro. Um belo espetáculo. Preciso ir mais ao teatro. Um texto que trata de amor, solidão e as diversas opções que envolvem esse tema. Em vários momentos me parei a pensar sobre os meus rumos diante do que acontecia na peça. E agora vou poder contar pra vida toda que vi uma peça com o Paulo Autran e com o Cécil Thiré...

Agora, uma coisa: as pessoas que vão ao Teatro são a elite intelectual, cultural e econômica num país com essa distribuição de renda fodida como a nossa, certo? Logo são pessoas mais distintas, certo? Errado! A menina sentada ao meu lado - estava em um camarote - não parou de se mexer um minuto sequer, se colocando à frente da minha visão, mesmo sem necessidade, mexendo no celular a cada cinco minutos pra ver se alguém tinha ligado para ela e fazendo ainda comentários para uma mãe visivelmente contrangida com aquela situação, já que pareceu uma senhora com comportamento mais razoável e tentava chamar a atenção da filha, discretamente. Eu já estava ao ponto de socar a dita cuja. Mas tudo bem, é assim a vida em coletivo. Não posso querer que a peça se apresentasse apenas para mim. Até nem iria querer. No meu apartamento, iria querer uma exibição especial do Miguel Thiré, não do Cécil... Aliás, já manifestei meu gosto por ele, não precisaria repetir isso aqui... Aliás, não vou mais dizer que gosto de piá com cara de bobalhão, tipo Miguel Thiré, Kaká e outros... todo mundo já sabe mesmo...

A propósito: será que as constantes mexidas na cadeira e as verificações se alguém ligava que minha vizinha de camarote fazia estavam inter-relacionados, um ato ao outro? Creio que sim...


:: por Marcio | 09:14




quinta-feira, agosto 15, 2002



E ontem no final da tarde fui compensar horas que tinha em haver e uma entrada pra gastar no Guion. Vi o filme Sonhos Tropicais, de André Sturm, que conta a história do Brasil no início do século XX, através da história de uma prostituta imigrante da Polônia e do sanitarista Osvaldo Cruz, de 1899 até 1904, quando termina a chamada Revolta da Vacina.

OK! O filme tem problemas técnicos razoáveis, já que é um filme nacional, barato, com um elenco fraco(a protagonista é Carolina Kasting, do terceiro time da famigerada Globo e um exagerado Bruno Giordano - isso, não confundam com o Giordano Bruno...). Tem problemas de som e direção, mas ainda assim é um filme válido, pra quem curte "tirar lições" dos momentos de lazer, como é meu caso(não sei se feliz ou infelizmente...).

Mas enfim, chega de divagações e vamos às... divagações:
- O filme trata do cenário e circunstâncias da "Revolta da Vacina". Um episódio histórico que se dá a partir da articulação entre líderes populares e oposicionistas de elite, dentro do Exército ao presidente Rodrigues Alves. Queriam algum motivo para tentar derrubá-lo e acham isso numa proposta de decreto que obrigaria todos os cidadãos a se vacinarem contra a peste e a febre amarela. Ninguém era contra a vacina, mas usam dela como motivo para um motim contra o presidente... puro oportunismo.
- O filme mostra também como os governos sempre se relacionaram com o povo e como isso pouco mudou em 100 anos. Qualquer manifestação, baixa o exército ou a polícia com cacete no povo.
- Mostra como a saúde sempre foi tratada(e continua sendo) de forma secundária num país que sempre teve problemas sérios de saúde pública. E como um sujeito sério, como era Osvaldo Cruz(ao menos o filme assim o mostra, não conheço sua biografia) sempre se chocará contra a burocracia e a politicagem, se tiver em conta apenas o bom senso e "verdade técnica".
- Como uma parte desonesta dos brasileiros sempre acha um jeito de ser "malandro". No caso do filme, pra combater uma peste, o governo compra ratos que a população abatesse, pagando em dinheiro, como forma de tentar dizimar os ratos, que andavam pelas ruas, como andam ainda hoje, passando males variados(hoje a leptospirose é uma das pragas que os ratões passam). Vendo aí uma oportunidade de ganhar dinheiro, um sujeito inventa um viveiro de reprodução de ratos, cria os bichinos e os vende gordos ao governo... pode???

Enfim, se não é uma mega-produção, serve ao menos para pensar um pouco o que mudamos e o que não mudamos em um século. E o quando não será com um sujeito que beija a mão dos caciques de sempre(tou falando de Antônio Carlos Magalhães!!!) que iremos, dentro de um século, estar melhores que hoje.


:: por Marcio | 11:01




quarta-feira, agosto 14, 2002

Revisando os comentários devo corrigir um equívoco, que me alertaram: "Killing Me Softly" é de Roberta Flack, não Carole King...


:: por Marcio | 15:52






Eu não tive dúvidas ao ver no jornal de hoje que Paulo Autran e Cécil Thiré estarão se apresentando aqui a partir de amanhã com uma peça chamada Variações Enigmáticas: comprei uma entrada, mesmo que tenha me custado os últimos vinte reais do mês. Ver o mestre Autran ao vivo é básico pra quem um dia quer poder contar, velhinho, que teve acesso a cultura e conheceu coisas qualificadas na vida...

Cécil também é uma figura fenomenal da arte brasileira, que vale a pena. Pena que o filho dele não estará junto...


:: por Marcio | 15:43






Ai, fala sério!!! Alguém aí já viu que estupidez aquele quadro da aboorrescente loira e descerebrada no Fantástico? A intenção daquilo é retratar o que pensam os adolescentes de hoje? Se é, passou longe... podem ter muitos e muitas como ela, mas há quem pense, também... Aquilo é estereotipado pra caramba... Fala sério, aí!!!

E outra: Louise Cardoso como a mãe caiu bem mesmo... só faltou uma trilha sonora com Rita Lee e Kelly Key pra fechar todas!!!


:: por Marcio | 15:36






Num dos e-mail que recebi, uma coisa lamentável. Proposta da Veja de receber quatro exemplares da dita cuja "di grátis e depois assinar, se assim for a minha vontade. Primeiro, que eu não vou dar dinheiro pra esse verdadeira panfleto de ode ao capitalismo selvagem. Segundo, que a também semanal Época, que é um pouco mais qualificada, me deu um golpe pesado, que faz com que jamais eu volte a assinar uma revista: me prometeu uma passagem aérea, que emiti mas nunca usei, com a tal da Transbrasil. A empresa aérea faliu e a editora não assumiu a responsabilidade, me dando um desfalque de R$ 500...


:: por Marcio | 14:38






Abro minha caixa de e-mail. Ela está cheia. Talvez alguma mensagem possa nem ter chegado, me informa o serviço do HotMail. No entanto, de quinze mensagens novas, apenas spam, correntes, piadas e promoções oferecendo assinaturas de revistas e prêmios que nunca vou receber... NENHUMA mensagem endereçada apenas para mim... OK, não dá nada, mas que eu fico puto com isso eu fico!


:: por Marcio | 10:29






Eu adoro meu trabalho. A começar que ele não me exige tanto cansaço físico, tenho horários auto-reguláveis e me permite até algum exercício intelectual e internético quando falta o que fazer. Além disso, tenho orgulho de estar colaborando com um Governo Estadual que considero bom, histórico para o meu Estado. No entanto, ele me coloca também diversas indiadas no cotidiano, como você pegar um ônibus as 23h de uma segunda-feira e ir até Santo Ângelo, uma cidade legal da região das missões do Estado, mas não para se chegar as 5h da manhã. Tudo fechado, noite ainda, apenas um boteco na própria rodoviária, onde você só tem a opção de comer um pastel com graxa e vento e um café com leite... Dai você faz o que tem que fazer e retoma a estrada, para viajar mais 7 horas e chegar em casa debaixo de chuva. Saldo: 14 horas de estrada para seis horas na cidade de Santo Ângelo, com chuva...


:: por Marcio | 10:26




segunda-feira, agosto 12, 2002

Fazia muito tempo que eu não cruzava com uma balança e com uma fita métrica.
Resultado: saltei de 180m para 185m em três anos. E de 78 para 85 kg.
Atitude: dieta urgente. Vou me jogar em alfaces, frutas e outras coisas do gênero. Menos pão, menos carne e demais besteiras que gosto, como pipoca e Bono.


:: por Marcio | 11:01






Mas o momento que quase gerou crise foi que eu cheguei na casa de meus pais com um calor desgraçado e fui tirando o blusão de lã. Por baixo, tinha uma camiseta do PT que tem as seguintes inscrições: "Quero Um Brasil Decente: Setorial de Lésbicas, Gueis, Bissexuais e Trangêneros". E me fui ao banheiro. Só então é que percebi que era uma fria usar aquela camiseta ali... Tive que me desdobrar pra conseguir chegar até o quarto sem ser visto pelo meu pai e trocar a camiseta, escondendo bem a dita cuja... Foi por um detalhe...


:: por Marcio | 10:25






A gente sempre tenta fazer um balanço e ver se o final de semana valeu a pena. Começando da sexta-feira de noite:
- O que era pra ser minha festa de aniversário foi uma bosta, meia dúzia de queridos amigos(uma dúzia, na real) foram tomar vinho e conversar comigo. Algumas das pessoas que mais me encheram o saco pra marcar alguma coisa(eu não queria) nem deram notícias. Depois inventamos de ir pro tal do Enigma, um gueto podre que fica no centro de Porto Alegre e onde se entra por apenas três reais(isso pesou na escolha, é bem verdade!). Mas o lugar estava vazio, só tinha gente feia e música ruim. Que mais pode ser pior?
- Sábado me acordei quase na hora do ônibus, tive que sair correndo de forma desabalada, pegar taxi até a rodoviária e tudo o mais. Cheguei em Pelotas meus pais já tinha comido, a comida fria... depois tirei um sono. À noite, minha irmã chega estressada do primeiro dia de vestibular e já vira um muro de lamentações a casa dos meus pais, que visito a cada três meses, com meu pai dizendo que "só meus filhos não tão se formando" e coisa do tipo, que fazem você se sentir muito feliz e satisfeito. Assim, no dia dos pais, eu e minha irmã, em protesto, nem demos saudações ao meu pai.
- Voltei às quatro horas, chegando aqui às sete e indo direto pra casa. Era pra ter encontrado um rapaz legal com quem teclei pela internet faz uns dias, mas resolvi que, depois de tudo, era ir pra casa e descansar.

Ou seja: vale mais a pena ficar em Porto Alegre cozinhando e assistindo filme do que ir visitar família numa porra de cidade que eu não tenho mais ânimo de visitar.


:: por Marcio | 10:21




sexta-feira, agosto 09, 2002

Pois então, gente! O Brasil fechou mais um acordo com o FMI! Que legal, né?! Estão todos eufóricos... o Armínio Fraga, que por sinal é funcionário licenciado do mega-especulador George Soros, chegou a chamar de Fundo Monetário Nacional o que é absolutamente Internacional. Aliás, de Nacional temos cada vez menos coisas... E a cada novo "acordo" as coisas ficam menos nacionais ainda...

A cada novo acordo com o Fundo, o Brasil precisa cortar mais gastos com setores "sociais" no Orçamento, enxugar mais a máquina estatal, se adequar mais às regras do capitalismo internacional(ou seja: corte de direitos trabalhistas, redução de tarifas para importações, dentre outras "soluções" que o FMI exige).

Qual mesmo o motivo para essa alegria toda?


:: por Marcio | 16:33






E hoje é sexta!!! Primeiro vou reunir os amigos pra tomar um vinho e comemorar meu aniversário e depois... OCIDENTE!!!


:: por Marcio | 11:25




quinta-feira, agosto 08, 2002

Gente, eu poucas vezes ri tanto quanto ontem, na janta com meus parentes, lá na Vila IAPI, na casa da minha avó paterna. Está aí de visita uma tia minha, Beatriz, que mora em Fortaleza há vinte anos. E ela é uma figuraça. Dai ela relembrava que eu cheguei até aqui porque sobrevivi às loucuras dela. A história: ela saiu comigo no carrinho pra passear. Estava na quadra de casa quando resolveu me deixar um pouco para ir conversar com um menino no outro lado da rua(ela tinha 16 anos). E esqueceu da vida. E eu ali, do outro lado da rua. E a rua era levemente inclinada... Dai que o carrinho começou a descer. E já estava quase caindo da calcada quando minha avó vinha chegando do trabalho e me amparou. Diz que foi só o tempo dela jogar os livros e correr pra me pegar. Sensacional!
E Beatriz é louca, completa... agora ela veio pra cá com a passagem para por um cara com quem ela tinha ficado numa outra vez, aqui. Mas arranjou outro e tá fugindo dele... Dai quando sai de lá, por volta de meia noite, estávamos todos bêbados e felizes.
Eu sempre fui um cara que fugiu da convivência da família, como forma de ser livre, buscar a vida que eu sonhava. Mas agora, com as coisas já andando, a gente percebe que é bom ter família. Vou sentir falta de outros momentos como os de ontem.


:: por Marcio | 10:00




quarta-feira, agosto 07, 2002

E os presentes que eu resolvi me dar são singelos, mas mudam a vida de um sujeito: limpei meu nome de restrições bancárias(tinha três cheques devolvidos) e hoje solicitei uma linha telefônica para o meu apartamento. Com isso, já não fico tão incomunicável e, principalmente, terei internet em casa. Acabaram-se as noites de sono...


:: por Marcio | 14:49






E hoje o peão faz 24 anos. Lembro que quando eu tinha 15, 17, por aí, eu queria ser grande. Queria ter 20, 25. Mas eu era virgem, me achava feio, não sabia quem eu era nem quem ia ser. Hoje me arrependo de ter sido um adolescente tão reprimido. Perdi tempo na minha vida. E a partir dos 20 você já passa a não sentir tanta alegria quando faz aniversário. Bueno... mas é isso... tou aí, mais maduro um pouco. Numa fase boa, com uma maturidade razoável, devendo bem menos, sofrendo bem menos. Tá bom. Se não estou com tudo resolvido, estou levando legal a vida nesse momento.

Hoje jantinha com a vó paterna e mentora intelectual, a "Dona" Carmen e sexta tem "festinha" com os amigos. A pretensão do aniversariante é que seja uma festa com muito rock and roll e o resto tudo que vocês sabem...


:: por Marcio | 09:50




terça-feira, agosto 06, 2002

Por uma vida menos "esquemática"

Puxa, a gente quando tecla com alguém na internet nos famosos e frequentadíssimos chats ou no mIRC percebe que o público se divide em três categorias: as pessoas normais, os totalmente sexuais e os "procuro o príncipe encantado", a quem chamaria também de "mela-cueca", pra ser bem pejorativo. Isso é uma divisão que eu tou fazendo. Mas o que divide essas categorias do público chateiro?
As pessoas normais(da qual obviamente me incluo!) são aquelas que falam de coisas da vida, usam aquele espaço para conhecer pessoas, fazer amizades, trocar opiniões sobre assuntos, etc, etc. Mais ou menos aquilo que o público blogeiro, ao seu modo, também faz. E para isso, a net serve muito. Algumas das pessoas mais interessantes que já conheci e hoje são meus melhores amigos, foi pela net. Dai você tecla, troca e-mail com gente que jamais vai conhecer pessoalmente, conhece pessoalmente muitos, faz amizade, em consequencia disso transa com alguns, fala besteira e toma trago com outros e, quem sabe até, acha pessoas especiais que podem significar romance e outras coisas maravilhosas que já vi acontecer pela net.
Os 100% sexo são aqueles que já comecam a conversa contigo querendo saber o tamanho dos teus pertences ou como tu gosta(ou não) de usá-los. Procuram, na verdade, um corpo. Nunca encontrei uma pessoa da net a partir desse tipo de conversa, mas deve ser muito complicado, porque duas pessoas se conhecem pessoalmente e simplesmente pode não ter qualquer clima. E daí, que que tu faz? Já aconteceu de pessoas conversarem na boa comigo, pareciam legais e tal e chegam, cumprimentam você, não gostam e já dizem que "estou com pressa, a gente se fala outro dia". Pô, fala sério! Sinceramente, se eu quiser transar, encontrar alguém pra simplesmente transar, ter prazer, depois fumar um cigarro e ir pra casa sem nem pegar o telefone(e não tenho nenhum problema moral com isso, apesar de não ter predileção por isso), eu vou dar uma volta no centro da cidade, vou numa boate, vou numa sauna. Assim eu ao menos posso escolher o corpo mais atraente e era isso... não tô certo? A net me parece mais útil pra outras coisas.
E tem os "procuro o príncipe encantado", que ficam falando contigo como se tivessem declamando:"o amor não tem barreiras, é necessário um compreender o outro como ele é, com seus defeitos e suas qualidades", "verdadeiro amor é você aceitar o outro" e outras mais. Ontem eu teclava com um sujeito que estava imprimindo esse padrão de conversa. Dei meu e-mail e fui passear em outra sala. Por favor... A mesma coisa você vê nos recados do Almas Gêmeas, em que as pessoas fazem uma discurseira tremenda, citam poemas, um troço pra lá de brega.
Aliás, eu via agora que um amigo meu, que manterei anônimo, colocou um recado genial:
Não vou escrever extremos aqui: nem poeminhas românticos bregas e açucarados ou putarias de quinta categoria - se eu estivesse atrás de putaria apenas estaria cobrando, pelo menos.

E é bem isso. As pessoas não entendem que a vida real não tem esquemas prontos. Você não precisa estar procurando apenas sexo ou apenas o príncipe encantado. "Há mais coisas entre o céu e a terra do que julga a nossa vã filosofia", já dizia Machado de Assis. Eu estou a cada dia mais sem paciência com esses papos de 90% das pessoas da net, que acham que tudo cabe num rótulo: romântico/brega ou corrimão, ativo ou passivo, guei ou hetero, gremista ou colorado, pagode ou hip hop, ...

Eu não sou esquemático! E tou começando a detestar quem o seja!


:: por Marcio | 17:33




segunda-feira, agosto 05, 2002

E eu ontem fui finalmente assistir ao filme O Invasor, sobre a qual já havia lido à exaustão e que muito me interessava. Dai como ele agora está passando na Sala P. F. Gastal, que fica do outro lado da rua da minha casa, tomei vergonha na cara e fui ver.

É um filme interessante. Primeiro, porque retrata realidade. Pessoas contraditórias, sem ética, como na realidade. Não há distância maniqueísta entre o bem e o mal, como não existe na realidade, também. O central da trama é a história de dois sócios de uma construtora que resolvem matar o terceiro sócio, que estava atrapalhando suas picaretagens. Contratam um assassino que, após fazer o serviço, resolve se incorporar às suas vidas, não os deixando em paz, se envolvendo com a filha de suas próprias vítimas. Imaginavam, talvez, que tudo seguiria como antes após botarem a mão na lama, mas a partir daí se envolvem a cada dia mais numa sequencia de intrigas, mortes e crimes. Boas atuações de Alexandre Borges, Marco Ricca, Mariana Ximenes e o titã Paulo Miklos, estreando como ator.

O filme alterna momentos em que as cenas parecem gravadas com câmera escondida, dando uma boa idéia de submundo, criminalidade. O filme merece ser visto por um conjunto de coisas, mas principalmente por ser cru como a realidade.


:: por Marcio | 10:05






Conforme o toque do Hefestus, achei foto da atriz Ludivine Sagnier, do filme 8 mulheres, que tinha dito que era muito bonitinha.



Então? Vai dizer que não é! Uma jovenzinha bonita só não ganha de um jovenzinho bonito...


:: por Marcio | 09:48




sexta-feira, agosto 02, 2002



Olha o time que eu tanto admiro com contratações de peso para o Brasileirão... puxa vida!
...
Aliás, quando se fala em "de peso" o caso do Beto se torna uma expressão literal, né?!


:: por Marcio | 17:15






Eu tenho a mania de juntar moedas numa lata até que estejam em número insuportável. Dai junto de dez em dez e faço pilhas cercadas por fita durex. Foi bastante engraçado hoje que paguei o ônibus com um desses conjuntos, correspondentes a um real e percebi que o cobrador ficou exatamente todo o meu trajeto lutando para liberar as moedas daquele monte de fita que as envolvia... Porra, não deve acontecer todo dia de ele encarar um sujeito com tão pouca coisa a fazer, a ponto de inventar bobagens como essa...


:: por Marcio | 10:38






Ontem resolvi que ia ligar o computador, mesmo que sem mesa em casa. Assim, mexi com tudo e montei o computador na única estante do apartamento, ficando o teclado no colo. O que é a sede por um teclado...

Agora só falta a linha telefônica!


:: por Marcio | 10:36




quinta-feira, agosto 01, 2002



Sempre gostei de Herbert Vianna e dos Paralamos do Sucesso. Mesmo que não seja o cara mais genial que a música brasileira já conheceu, produziu muita coisa boa e é um cara legal. Fico muito feliz a cada passo que ele dá, depois da tragédia que o envolveu. Que puta lição de vida, de força... Muito legal ver que tocou terça à noite com os demais Paralamas do Sucesso, inclusive apresentando uma música nova. "Du" caralho!


:: por Marcio | 18:48






Se o papa é pop, por que a Academia não pode ser?

Há grande polêmica sobre a escolha de Paulo Coelho, autor de obras como "Brida" ou "Diário de Um Mago", para ser membro da Academia Brasileira de Letras, na cadeira do também ilustre Roberto Campos, autor de "Lanterna na Popa"(auto-biografia que deve contar sua participação em escândalos e no regime militar, da qual foi ministro). Portanto, algo até coerente. Paulo Coelho no lugar de Roberto Campos... interessante!

Mas vamos tentar formular uma opinião(confesso que não tenho posição enfática a respeito). Primeiro, nunca li nada do Paulo Coelho, nem entrevista. Não me atrai, sinceramente. Nem por curiosidade. Mas faz um tipo de literatura que não se enquadra nos padrões cultos, das grandes obras. Certamente não é nem será um Machado de Assis ou um Jorge Amado, que seja...

Mas vende muito e esse é o grande segredo! Ah, descobrimos o que faz dele um "imortal". Faz dinheiro!

A Academia Brasileira de Letras deveria ser o espaço de reunião dos grandes mestres da literatura brasileira, autores das grandes obras produzidas no país. Além do status, alguma outra finalidade? Parece que rolam "uns chá com brioches" vez que outra e era isso. Bom, mas igual, deixa existir, é interessante... Mas a ABL segue o critério de reunir os "grandes mestres" da literatura brasileira?

Não, é a resposta. Tem uma série de autores absolutamente desconhecidos sentando nas cadeiras da ABL e compondo seus chás. Alguns, inclusive, com questionável conjunto da obra. E alguns até famosos, mas bem menos como escritores e mais como outras coisas quaisquer. Dai depois escreveram sua auto-biografia e se tornaram "imortais" da noite pro dia. Assim compõem a ABL, por exemplo, pessoas como Ivo Pitanguy(que deveria ser da Academia Brasileira de Cirurgua Plástica, não de Letras), Roberto Marinho(também autor apenas da sua história de desmandos e picaretagens), o já falecido e citado Roberto Campos e José Sarney, pouco conhecido como escritor. Mas dai façamos justiça, alguns apreciadores da boa literatura dizem que o ex-presidente é um bom escritor. Que contribuiu mais pra boa literatura que pra boa política, diga-se de passagem.

Outros inegavelmente bons autores nunca foram sequer cogitados para compor essa instituição: Rubem Fonseca, Mário Quintana, Érico Veríssimo, Fernando Sabino, pra citar apenas alguns vivos ou já falecidos que foram excluídos dos chás da tarde com fardão.

Bom, falei tudo isso pra terminar com uma pergunta: será que o Paulo Coelho, que bem ou mal é escritor, conhecido como tal e que escreveu algumas coisas que, independente se são boas ou não, foram lidas pelo povo daqui e de outros paises, é o problema da Academia Brasileira de Letras? Será que ele faz cair a média de qualidade da Academia? Trata-se da primeira injustiça dessa instituição contra a boa literatura?

Sei lá... só sei que vou seguir sem ler ele por muito tempo... assim como a maioria dos "imortais".


:: por Marcio | 18:38






Não adianta: na hora de uma decisão da Copa Libertadores da América, ser timeco atrapalha. Mesmo precisando apenas empatar em casa, o São Caetano conseguiu perder. Normal! Ser campeão continental é coisa pra time grande, não vamos inventar coisas...


:: por Marcio | 11:02