segunda-feira, julho 28, 2003
E esse calor que não passa?
Por mais que não seja um gaúcho tacanho, daqueles que acham que pra cima das nossas fronteiras não se tem nada de útil, que se acham mais gaúchos que brasileiros, ainda assim eu tenho um gauchismo forte nas minhas veias. Sou brasileiro e sou gaucho. Especialmente quando se trata de alguns compositores, como o Nei Lisboa, cujo novo show eu vi neste sábado passado no São Pedro.
O cara tá lançando mais um disco, chamado Relógios de Sol. É um disco mais romântico que os anteriores. Gostei quando ouvi, mesmo que tenha sido uma audição rápida. E dai pude ver no show um trabalho novo bem legalde um Nei mais velho e mais tranquilo que no show que tinha visto antes dele, ainda em Pelotas, há uns seis anos atrás. Sempre vale a pena um programinha cultural. Pretendo ver duas peças nos próximos dias.
quarta-feira, julho 23, 2003
Vi também nesse ciclo da gripe - percebam que só sai de casa p´ra ir ao cinema - o excelente O Último Beijo, uma comédia italiana sobre relações.
O filme tem vários motivos pra ser bom. Primeiro que essas histórias que analisam "as relações" de forma genérica costumam me agradar, quando são realistas, mostrando que as pessoas se apaixonam, se cansam umas das outras, acham outras pessoas, essas coisas. O filme brinca e fala sério sobre isso. Muito bom roteiro.
O protagonista é o charmoso Stefano Accorsi, que já havia visto em outros dois filmes e sou apaixonado. O cara é excelente ator e é charmoso pra caramba. E ele está cercado de duas mulheres muito bonitas(como todo o elenco, por sinal), mais uma coisa que encanta no filme.
Por último, o filme tem uma fotografia muito legal, se passa em lugares bonitos, é um filme que faz bem. Faz a gente um pouco mais feliz.
Estou hoje saindo de uma gripe brutal. Haja paciência!
Vi mais um filme nacional muito bom: Desmundo, de Alain Fresnot. O filme conta a história de uma órfã portuguesa que é mandada para casar no Brasil e acaba na mão de um fazendeiro bruto, da qual passa a tentar fugir.
O filme é impressionante na reconstituição de época que faz. Não só em cenários, figurinos e outros aspectos, mas o que mais chama a atenção é a reconstituição do português arcaico, que era falado à época. O filme é falado nessa linguagem e tem legendas.
Muito bom. Como sempre digo, mais um filme que vale a pena ser visto...
sexta-feira, julho 18, 2003
Ontem fui ver um filme bem curioso chamado O que fazer em caso de incêndio. É um filme alemão sobre um grupo de anarquistas que larga uma bomba em uma casa, mas essa bomba fica lá por mais de dez anos, até estourar. Eles então se reencontram para desarticular as provas e não serem incriminados. Um deles é publicitário, o outro é advogado, outra virou uma socialite. É bem curiosa a coisa da passagem do tempo e da adaptação de parte daqueles radicais contestadores à própria ordem que contestavam. Trata-se de uma história legal, nesse sentido. De resto é um filme meio fanfarrão, cheio de clichês e "frias", impossíveis de se acreditar. Mas diverte e faz pensar, em alguma medida.
E tem um protagonista trintão de fazer valer o filme!
terça-feira, julho 15, 2003
Vi também Longe do Paraíso, com a lindíssima Juliane Moore no papel de uma mulher que descobre a homossexualidade do marido e se vê, concomitantemente, atraída pelo jardineiro negro. É um filme de época com excelente técnica(fotografia, figurinos, direção de arte, essas coisas), além de bons atores. O filme é um bom retrato sobre a intolerância, tanto racial como de opção sexual, já que na época gueis eram "tratados" com eletrocoque, inclusive. Mas a história poderia ter sido melhor desenvolvida. Decepciona um pouco. Ainda assim é um bom filme, dos melhores do ano.
segunda-feira, julho 14, 2003
Fui ver O homem que copiava, de Jorge Furtado na quinta passada. O filme se passa em Porto Alegre e tem o excelente Lázaro Ramos como protagonista.
Eu gosto dos trabalhos do Jorge Furtado, ele tem um toque criativo extremamente interessante, acho o texto dele muito bom. O elenco tá legal e o filme é bem produzido. Pra quem gosta de filme brasileiro, vale a pena dar uma olhada. Pra mim o filme tem um toque especial, pois se passa em Porto Alegre e em boa parte foi filmado na região do bairro Navegantes, próximo de onde morei por pouco mais de um ano, o ano mais agitado dos quatro que vivo aqui. Os personagens passam por vários pontos que fazem parte da minha memória e isso toca a gente um pouco. Eu adorei!
quarta-feira, julho 09, 2003
Tive ontem a possibilidade de, finalmente, ver Tiros em Columbine, de Michael Moore, Oscar de Melhor Documentário de Longa Metragem deste ano.
Tiros... trata da obsessão dos estadunidenses por armas de fogo. Começa nisso, mas termina por ser uma das melhores críticas já feitas ao american way of life: mostra um povo paranóico, cheio de traumas que trata de encobrir em nome de manter uma de suas maiores indústrias, a de armas.
Muito oportuno num momento em que o governo brasileiro começa a discutir com a sociedade e com o Congresso a possibilidade de restringir ainda mais o porte e a comercialização de armas. Algo que, por sinal, sou plenamente favorável. Não existe motivo algum pra um cidadão comum ter armas dentro de casa. Deve haver uma regulamentação apenas em relação a armas esportivas e era isso. Essa de que todo mundo deve ter direito a ter armas em casa pra se proteger dos bandidos é uma bobagem sem tamanho.
Arma em casa não protege. Um dos meus melhores amigos de infância ficou paraplégico ao levar um tiro por acidente brincando com um amigo, aos 16 anos. Estava na casa do amigo, estavam dando tiros com arma de pressão e resolveram dar tiros com uma arma de verdade do pai do dono da casa. Maurício nunca mais vai andar. Outros muitos já tiveram essa situação e continuarão tendo enquanto alguns muitos imbecis acham que se protegem tendo armas em casa.
segunda-feira, julho 07, 2003
Depois de um bom tempo sem cinema, fui ver "O Filho". Olivier é um instrutor de uma marcenaria que abriga jovens egressos de punições, tipo FEBEM ou FASE aqui do RS. Entre seus alunos acaba caindo o menino que alguns anos antes tinha matado seu filho. É um filme tenso, com um enredo interessantíssimo e que desenvolve bem a tragédia da situação. Vale a pena ser visto, mas exige paciência. Mais que um filme francês, ele parece até um filme iraniano, tão lenta é sua montagem. Mas em tempos em que está passando tanta merda nos cines, pode ser uma boa alternativa.
Eu tou passando por uma fase de inferno astral. Por isso mesmo a minha demora em escrever aqui(quase duas semanas). Mas nada de preocupações, são coisas que passam... Uma delas é a matrícula no segundo semestre, que tem me consumido energias devido à falta de dinheiro.
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